Capítulo 14 - Leila

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— Leila, eu te amo!

Jonas se lança contra mim num abraço desajeitado e desabamos os dois sobre o sofá verde da garagem. Ele me aperta tanto que preciso estapeá-lo para que me solte, o que não adianta muito, porque Madu também cai em cima de nós dois, me sufocando ainda mais.

— Saiam de cima de mim! — Eu esbravejo, empurrando-os com toda a força que tenho nos braços.

Jonas desliza para o chão e Madu rola para o lado no sofá, aliviando a pressão sobre mim. Respiro fundo, sorvendo o ar que esses dois me tomaram com essa demonstração de afeto exagerada.

— Eu não estou acreditando que finalmente a gente tem um investidor! — Madu gargalha alto. — Eu preciso de um cigarro! E uma cerveja!

— Não precisa, não! — Eu a advirto, apontando um dedo para o nariz dela. — Agora não é hora para a gente ficar gastando nosso tempo com besteira. Temos um investidor e temos obrigação de devolver esse dinheiro à ele.

— Ou seja, precisamos trabalhar dobrado. — Jonas conclui por mim.

Madu revira os olhos, afundando-se mais no sofá, emburrada feito uma criancinha. Há anos Jonas e eu aprendemos que não se tira de Maria Dulcineia a chance de encher a cara às dez da manhã de um sábado ensolarado — ou a qualquer momento em que ela cisme que quer beber.

— Vocês são dois chatos! — Minha amiga resmunga, contudo Jonas e eu sabemos que é da boca para fora.

Ela está feliz, Jonas está feliz, eu estou...

Estou...

Estou quase ficando louca!

Me levanto do sofá e caminho distraidamente até minha mesa, onde minha mochila está pendurada nas costas da cadeira, me olhando acusadoramente. Bolei durante a noite boas desculpas para dar aos meus amigos e maneiras de fazê-los acreditar que os eventos que estão prestes a acontecer em minha vida não têm relação com esse investimento, no entanto mentir não é meu forte e acreditar nas minhas mentiras nunca foi algo que eles fingiram fazer.

Toco a alça da minha mochila com os dedos ameaçando tremer. Eu queria tanto saber o que fazer da minha vida ao menos uma vez para variar, mas quanto mais penso no assunto, mais eu tenho certeza que estou fazendo uma merda enorme.

— ...hein, Leila?

Viro meu rosto ao ouvir meu nome. Madu está deitada de barriga para baixo no sofá com um sorriso bastante suspeito no rosto. Jonas balança a cabeça de leve, o que me faz entender que o que quer que seja que Madu tenha perguntado, é besteira.

— Não quero nem saber! — Digo, fazendo um gesto com a mão para que Madu nem ouse falar nada de novo. — Aqui, os papéis. Assinem logo, por favor! — Indico um envelope pardo sobre a mesa com o queixo.

Se a gente se casar domingo?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora