Capítulo 36 - Leila

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Estou perigosamente me acostumando a estar perto demais de Danilo

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Estou perigosamente me acostumando a estar perto demais de Danilo. Os dias sem ele em casa foram grandes e silenciosos, e eu me escorei na desculpa de Sansão não me deixar dormir no meu próprio quarto para passar minhas noites aqui, quando nem eu mesma estava aguentando a sensação de estar sozinha. Ao menos nesse quarto eu conseguia deixar um pouco desse sentimento de lado por estar envolta às coisas de Danilo por todos os lados, então deve ter sido por isso que achei que estivesse sonhando com ele noite passada.

É complicado explicar em palavras o que eu senti quando Danilo me pediu para eu ficar aqui. Acho que senti tanta falta de estar com ele que não pensei muito bem antes de me enfiar debaixo dos cobertores e apenas permanecer do lado dele, como se isso não fosse racionalmente errado. Eu esperava me arrepender de manhã, porque ainda tenho aquela conversa sobre estarmos confundindo as coisas entalada na garganta, mas eu não consigo me convencer do erro que estou cometendo.

Danilo fica tão bonitinho dormindo, nem parece que virou minha vida de cabeça para baixo e que me deixa maluca na maior parte do tempo. Eu poderia perder muitas horas do meu dia só olhando para ele dormir assim, distante dos problemas e livre daquela ruga charmosa que sempre aparece entre as sobrancelhas dele quando as coisas não estão indo bem. No fim das contas, esse homem enorme não passa de um menino que sente muita falta de estar mais próximo da família e não faz ideia de como se aproximar.

As pálpebras dele se movem um pouco e eu fecho meus olhos com força para não ser pega no flagra vigiando seu sono. Danilo deixa escapar um suspiro profundo e sinto o corpo dele se aproximando do meu na cama. O pior é que eu gosto quando ele faz isso e acabo abrindo os olhos, afinal dormir uma noite inteira abraçada à ele não deve ter sido o suficiente.

— Você ainda está aqui. — A voz dele soa rouca pelo sono, lançando uma onda de arrepios pela minha pele. — Achei que ia acordar sozinho.

Desisto de fingir que ainda estou dormindo e o encaro, tentando conter o sorriso.

— Por que você achou isso?

— Porque todas as vezes que eu me aproximo, você escapa para longe.

Essa é uma reclamação dele desde que nos conhecemos. Eu sou muito fechada e nem sempre sei me expressar ou deixar que as pessoas saibam sobre como eu me sinto, muito menos permitir que se aproximem demais de mim em qualquer sentido, no entanto tem sido fácil nos últimos tempos vencer essa barreira entre nós dois.

— Eu estou dando o meu melhor, acredite.

— Seu melhor, é? — Danilo semicerra os olhos, não parecendo acreditar muito nos meus esforços.

— O que foi? Você não acha que já avançamos bastante?

— Hum... Acho que muita coisa mudou entre a gente, mas tem muita coisa que ainda pode mudar, se você quiser.

Olho para o espaço muito pequeno entre nós dois e começo a rir. Isso não é uma mudança, é quase um milagre que eu tenha conseguido ficar confortável ao lado de um homem depois de todo tempo que passei me martirizando por causa do meu antigo relacionamento fracassado.

Se a gente se casar domingo?Where stories live. Discover now