Capítulo 33 - Danilo

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É hoje!

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É hoje!

Depois de meses me preparando para esse momento, o dia finalmente chegou. Nem dormi direito, pulei da cama antes de Leila acordar, preparei meu discurso e ensaiei meus melhores sorrisos, porque é hoje que eu me torno presidente do Grupo Torres. Pedi a ela que torcesse por mim quando a deixei na garagem da E. M. mais cedo, pois se tudo der certo na reunião, finalmente poderemos colocar um fim no contrato e vou poder respirar aliviado de novo ao lado dela, sem ter que me controlar o tempo todo para não cometer um erro.

Fui um dos primeiros a chegar à sala de reuniões da sede da empresa, o que deixou muita gente surpresa, já que eu sempre aparecia por último e ainda cochilava durante as assembleias intermináveis. Contudo, ultimamente eu tenho sido muito pontual e diligente nesse tipo de situação e minha recém-descoberta responsabilidade com meus compromissos fez uma boa fama girar ao meu redor. Eu sou, além de competente, jovem e idealista, um homem muito responsável aos olhos das pessoas, exatamente as qualidades que eles esperam de um futuro presidente.

A ansiedade está exalando de cada um dos meus poros e preciso pedir para que aumentem o ar condicionado para que eu não derreta dentro do terno. Os acionistas e executivos do Grupo com quem tive a oportunidade de conversar estão apostando alto na minha indicação e me lançam olhares encorajadores, que eu retribuo na mesma medida. Conquistar a confiança deles é o mesmo que garantir que não haja mais nenhum candidato forte para o cargo, e eu fiz minha parte direitinho convencendo todo mundo das minhas qualidades.

Quando Tales acaba a última pauta antes de abrir a discussão da substituição de vovô, já passamos das 16h00. O almoço da empresa mal desceu pela minha garganta de tão nervoso que eu estava para que o processo de indicação começasse, então minha barriga está roncando sem parar agora e eu me recuso a tomar o café que passam servindo, porque vai me dar uma azia sem tamanho mais tarde.

Tales desliga o retroprojetor e oferece a palavra para meu avô, que se apoia na bengala para vencer os metros entre a mesa e o púlpito da sala. Inspiro profundamente para forçar meu coração a bater mais devagar, mas não adianta muito. Eu só quero ouvir vovô dizer meu nome, só quero ouvi-lo reconhecendo que sou o mais indicado para continuar o legado que ele começou e que seria passado para meu pai, se ele ainda estivesse vivo. Eu só quero provar para todo mundo o quão longe eu posso chegar.

— Boa tarde! — Meu avô cumprimenta, testando o volume microfone. — Bom, a reunião demorou mais do que prevíamos, por isso vou tentar ser breve quanto ao nosso último assunto.

Vovô corre os olhos pela sala, se demorando alguns segundos em Marcos antes de direcionar seu olhar para mim. Não faço ideia do que está se passando pela cabeça dele e essa perspectiva faz um calafrio percorrer minha espinha.

— Quando eu tive meu filho, eu não tinha um teto onde ele pudesse crescer saudável. — Ele começa, atingindo em mim um dos pontos que mais doem. — Eu construí essa empresa para que nenhum pai ou mãe de família tenha que criar seus filhos nas ruas, por isso eu insisto tanto nas construções a um preço justo. Claro que a Torres cresceu mais do que eu esperava e eu não consigo fazer por todas as pessoas que precisam o que eu tenho vontade, mas eu acredito fielmente que se cada pessoa fizer sua parte, um dia viveremos em um país muito melhor.

Se a gente se casar domingo?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora