07. Adeus Matias...

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- Ale, eu queria agradecer pelo que você fez hoje por mim. - disse o Matias, tentando me alcançar na saída. - Eu tinha certeza que a professora Maril ia me mandar para a diretoria naquele momento...

O interrompi - Eu preciso que se afaste de mim. - exclamei de uma só vez.

- Que? P-por que, Ale? - perguntou com a voz trêmula e triste.

- Já faz anos que eu não me aproximo de ninguém. Não demonstro sentimentos como afeto e evito qualquer aproximação que possa me levar a ficar triste quando essa pessoa... for para longe, é sempre assim, todo mundo sempre vai pra longe e não vai ser você que vai me fazer sentir isso mais uma vez. Eu não quero sentir essa dor de novo, Matias. Eu não quero sofrer com a partida de alguém de novo. - expliquei ainda séria. Olhando fixamente para seus olhos castanhos, mas que ficavam verdes ao ser expostos a luz do sol.

- Eu não vou... Ale, eu prometo. Eu não vou ir pra longe. Eu sinto muito por você ter passado por isso, mas...

- Você não pode prometer algo que não tem certeza de que pode cumprir, Matias. - falei antes que ele terminasse. Eu precisava terminar isso antes que me arrependesse. - Só não me procure mais, por favor, faça como os outros, finja que eu não existo. Acredite em mim, vai ser melhor assim...

- É isso que você quer? - perguntou ele, ainda triste.

Fiz que sim com a cabeça.

- Ale, eu não vou deixar isso acontecer. Eu juro que não vou deixar que nada... - coloquei um dedo em seus lábios. Querendo dizer para ele ficar quieto. - Ok. Mas, caso mude de ideia, saiba que eu vou estar aqui, tá bom? - falou abaixando a minha mão e segurando-a.

Afirmei me sentindo péssima e me virei sem olhar para trás. Por que manipular pessoas era tão fácil, mas dizer aquilo para ele havia sido tão difícil?

Fui direto ao único lugar que poderia me acalmar naquele momento. O autódromo. Além de ser vazio - o que é ótimo para gritar quando estou me sentindo extremamente sufocada e, acredite, tira quase toda a raiva por uma fração de segundos -. Assim como correr com o carro de fórmula 1 conseguia ser melhor que desabafar.

Gritei alto, até que meus pulmões não aguentassem mais. Ao mesmo tempo que eu queria que o Matias parasse de falar comigo, eu queria que ele continuasse sendo do mesmo jeito de sempre.

[...]

No dia seguinte, cheguei no colégio disposta a matar a primeira pessoa que aparecesse em minha frente. Para variar, eu estava atrasada e notei que ele ficou me encarando quando entrei na sala, mas quando eu retribui, ele fechou a cara e instantaneamente ficou muito interessado em um livro de biologia na frente de seu rosto.

E foi assim o dia todo, sempre que eu o olhava, ele já estava olhando, mas fingia não estar no mesmo segundo.

No recreio ele apenas saiu sério da sala, sem falar qualquer coisa besta para puxar assunto ou sorrir como sempre fazia. Respirei fundo. Eu tinha de aceitar que seria melhor assim. Que é assim que tem que ser.

Quando a aula terminou, ele saiu rápido, dando apenas uma olhadinha "discreta" para mim. Fiquei sentada em meu lugar, parada, pensando no nada, enquanto pegava o isqueiro e o cigarro.

 Fiquei sentada em meu lugar, parada, pensando no nada, enquanto pegava o isqueiro e o cigarro

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- Menina Kendaw - Íris me chamou do jeito que sempre gostava de chamar. Usando o sobrenome do meio. - Você está passando mal ou algo assim? - perguntou pois sabia que eu era sempre a primeira a sair da sala, às vezes até antes de o sinal bater.

- Eu já tô indo, Íris. Só tava refletindo em algumas coisas aqui... - respondi, me levantando.

- E você sabe que não pode fumar aqui dentro.

Franzia o cenho, mas em seguida saiu, meio desconfiada. Fiz o mesmo, indo direto para casa, hoje eu não estava com energia e nem ânimo para ir no autódromo e pilotar.

No dia seguinte foi a mesma coisa. Ele passou o tempo inteiro me ignorando completamente. Tudo bem, eu tinha pedido por isso, mas agora eu já não sabia se realmente queria essa distância.

Algumas pessoas cochichavam pelo fato de eu não estar copiando as lições e até me mandaram bilhetes.

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Por que você não está copiando o texto?

P.S: Tem alguma fofoca quente???

Daphinny
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O mundo é dos espertos!
P.S: Eu não sou o tipo de pessoa que se mete na vida de todo mundo pra saber informações idiotas e sem importância. Ah, lembrei, essa é você.

Alone
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Outro pousou, dessa vez enviado do outro lado da sala.

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Por que a Aurora tá copiando o texto para você? Ela tá estranha ultimamente...
Ela pagou pra você???

Ariel
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Revirei os olhos. Pessoas se importando com coisas tão banais.

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Não lembro de ter dito que era da sua conta.

Alone
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Cansei de ler e responder bilhetes, então deitei a cabeça na mesa e dormi até o fim das aulas. Acordei quando a sala já estava vazia e só conseguia pensar que, caso eu não tivesse estragado tudo, o Matias certamente teria me acordado e falaria qualquer coisa boba sobre a minha cara amassada por dormir, ou perguntar o que eu havia sonhado, se estava me alimentando direito, se eu tinha companhia para ir embora e caso contrário, com certeza insistiria para me acompanhar até que eu cedesse.

Foi então que eu decidi o que precisava fazer. Ele se importava comigo, e eu gostaria que as coisas continuassem assim.

E é só isso que importa.

E é só isso que importa

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Oi meu povooo. Cês tão bem??? Perceberam que os capítulos estão curtinhos??? Mas espero que estejam gostando mesmo assim, eu fiz eles mais curtinhos (no caderno eu não conseguia distinguir o tamanho), mas está bom mesmo assim?? Me dêem uma força aí nos coments.
Thank you <3

Alone Por Alone Kde žijí příběhy. Začni objevovat