17. Segredos e revelações

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- Se você não fosse especial eu não estaria aqui te contando a história da minha vida. Eu nunca contei isso pra ninguém.

Ele sorriu enquanto limpava uma lágrima que ousava tentar sair do meu olho.

- Obrigada... por dividir isso comigo. Eu sempre soube que você era mais do que uma garota rebelde.

Rimos. - Eu não sou rebelde. Só faço de acordo com o que acho certo. - dei de ombros.

- Você promete que vai tentar se esquecer dessas promessas, e se esforçar pra não manipular as pessoas? - perguntou, analisando minha expressão.

- Talvez... - falei baixo, em dúvida.

- Ale, promete que você vai tentar fazer isso, por favor. Eu quero estar perto de você. Eu quero poder te abraçar muitas outras vezes, mas nós dois sabemos que essa vida que você tá levando não é a melhor pra você e nem pra nossa amizade.

- É importante para você? Digo, que eu seja mais razoável com as pessoas.

- Sim, eu realmente acho que você merece uma vida mais leve. Sem tantas cobranças. - suas mãos iam e vinham pelo meu cabelo liso e por algum motivo eu sentia que ele merecia ouvir um "sim" depois de tantos que disse para mim...

- Ok, eu prometo que vou tentar ser uma pessoa "melhor". - era tão estranho dizer aquilo.

Ele me apertou com o braço que estava envolta de mim. - Eu tenho certeza de que seu pai te amou tanto quanto você o amava.

- Acho que já deu desse assunto. Agora você já sabe o porquê que eu não ando de ônibus e porquê que eu estava chorando naquele dia. Vamos indo? - levantei de um pulo e funguei o nariz, não queria chorar na frente dele, não mais uma vez.

Ele assentiu. - Falando nisso, o Ravi disse naquele áudio que te viu chorando no parque... Por quê?

- Você. - foi tudo que disse.

- E-eu? - indagou sem entender.

- No dia que você passou mal. Eu fiquei muito preocupada e nervosa...

- Então quer dizer que você se importa comigo? - exclamou com um sorriso de canto e estufando o peito.

Dei uma cotovelada de brincadeira no braço dele. - Mas não é pra ficar se achando.

- Isso é um sim? - perguntou sorrindo ainda mais e rindo.

- Ah, você é tão carente. - berrei. - Não ouse fazer aquilo comigo de novo, senão eu juro que faço você engolir aquela bombinha.

- Tá bom, senhorita. Eu vou me certificar de não morrer. - bagunçou meu cabelo.

- Eu já estou cansada de te salvar. - falei baixo, reorganizando meu cabelo.

Rimos por um bom tempo. E continuamos assim, gozando um com o outro e nem vimos o tempo passar, quando chegamos em sua casa.

Tudo estava quieto, achei até que estava vazio quando uma criança desceu as escadas e abraçou o Wilians, muito empolgada.

- Alone, essa é minha irmãzinha Maya. Maya, essa é a Alone.

- Olá, mocinha. - falei pra garotinha que continuava abraçando seu irmão. - Você enpresta seu irmão um pouquinho?

Ela gargalhou. - Essa é a menina bonita que você vive falando pelos cantos, Matias?

Ele fez sinal com o dedo indicador para ela ficar quieta e pude ver sua bochecha enrubescer.

- Desculpe, ela tem alucinações as vezes. Deve estar com sono - Matias disse, colocando a mão na frente da boca dela.

- Ah, agora eu que sou louca né? Admita logo Matias, você não para de falar sobre o quanto ela é legal, bonita, estilosa... nem por um segundo! - A tal Maya revelou, após morder o dedo dele para que tirasse da frente de sua boca.

Alone Por Alone Where stories live. Discover now