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- Vocês serão divididos em três equipes. Uma vai ficar comigo, a outra com a Íris e a terceira com o Jhon. - a diretora explicou.

Todo mundo começou a reclamar que não queria ficar separado.

- Calma pessoal. A equipe que vocês estiverem não vai fazer diferença porque todo mundo vai para os mesmos lugares. É só para organizarmos vocês nos momentos em que não couber todo mundo no mesmo lugar.

Várias pessoas falaram: "ah, se é assim, tudo bem".

- Da letra A até I é o grupo 1. De J a Q é o 2, e de R a Z o 3. - ela falou.

- Sempre tão criativos - murmurei ironicamente, revirando os olhos.

Fomos de carro (e o resto da turma de ônibus) para o local onde pegaríamos a balsa que nos levaria para a praia. Já que precisávamos atravessar o "Mar Doce" que é basicamente um rio, para chegar na ilha.

Foi bem rápido, a Íris estava morrendo de medo de andar de balsa, mas depois viu que era bobeira, pois não demorou mais de quinze minutos para chegarmos na praia.

Todo mundo estava muito empolgado pra entrar no mar, tomar sol e até mesmo surfar.

A diretora tentou segurar os alunos e organizar tudo, mas todos saíram correndo pro mar sem nem olhar para trás.

Fiquei um tempo encarando o oceano, lá de longe.

- No que está pensando? - o Matias chegou por trás, fazendo cosquinhas na minha barriga.

Tirei meu óculos de sol e olhei para ele por cima dos cílios. - Nada, é só que... Minha tia amava a praia...

Ele suspirou - Então eu já sei de quem você puxou ficar tão bonita assim de biquíni - sorriu, me puxando para a água.

Fui acompanhando seus passos, enquanto ele me puxava e eu fingia não querer ir junto. - Bobo! - acusei.

- Vamos, Ale! O mar está esperando pela rainha da praia. - piscou para mim. Ele não conseguia ser menos cafona?

- Eu acho que ela ainda não chegou. - retruquei, sem vontade de me molhar.

Um tempo depois que já tínhamos entrado na água e encontrado um lugar mais vazio por lá, ele começou a mergulhar e puxar meu pé por baixo da água.

Ri, enquanto procurava com a mão por ele, que continuava a puxar meus pés.

Vi que ele estava demorando demais para voltar a superfície e, preocupada, resolvi mergulhar.

Ao afundar, senti duas mãos tocarem minhas coxas e me puxarem pra cima. Ele estava tentando me carregar no colo, e para falar a verdade, eu não queria lutar contra.

Quando chegamos lá em cima, suas mãos estavam confortavelmente me segurando, enquanto nossos corpos molhados se tocavam tanto quanto no dia em que caímos na grama molhada.

As risadas cessaram aos poucos e ele me implorava por algo com o olhar.

Minhas mãos, sem que eu pudesse controlar, subiram até sua nuca e cabelos.

Antes que aquilo pudesse acontecer, ouvi uma buzina alta, viramos o rosto ao mesmo tempo para o lado e vimos um carrinho cheio de cangas de praia.

- Vamos. Eu quero comprar uma pra mim. - o puxei pela mão sem nem me dar conta de que estava fazendo aquilo. Eu não queria o beijar, certo? Aquilo não iria acontecer, não podia acontecer.

Fomos assim até chegar na lojinha, pois ele não se importou em soltar minha mão, muito pelo contrário, parecia bem confortável assim.

Olhei algumas e achei a mais linda de todas. Preta, transparente, até os pés e com um laço na frente para fechar.

- Olha essa. - falei pro Matias, o cutucando. Boquiaberta.

- Vai ficar linda em você. Quer dizer, linda você fica até careca!

- Já decidiram? Esta vai ficar ótima numa moça tão bela como você. - o homem dono do comércio opinou. Sorri amarelo, enquanto o Matias franzia a sobrancelha levemente, o fitando. - O casal vai pagar em dinheiro ou cartão? - o vendedor perguntou.

Fiquei meio sem graça.

- Nós, não...

Interrompi o Matias - Tudo bem... Não precisa se justificar, ok? - pisquei para ele e podia jurar que houve uma troca de olhares com mais informação do que eu era capaz de absorver.

Ele sorriu com aquelas covinhas angelicais.

- Você pode buscar minha carteira no quiosque? - pedi, lembrando que tinha deixado meu dinheiro lá.

Ele assentiu e enquanto isso eu coloquei a saída-de-praia.

Quando voltou, pegou minha mão e me girou como se estivéssemos em uma dança.

- Você ficou magnífica! - tirou o dinheiro de uma carteira que - por algum motivo não era a minha - e deu ao homem.

- Essa carteira não é minha. - avisei, franzindo o cenho.

- Eu sei. É a minha. - respondeu com naturalidade.

- Você não pode pagar! Eu trouxe dinheiro.

- É um presente, se você não deixar eu pagar, vou ficar muito chateado. - me olhou daquele jeito que sempre me fazia querer o socar e o agarrar ao mesmo tempo.

Custei a concordar, mas acabei cedendo - Tá, mas eu vou te recompensar de alguma forma.

- Não precisa fazer nada, só a sua presença já é muito mais que suficiente.

Nos olhamos por algum tempo, eu nunca havia reparado o quanto o cabelo dele ficava bonito assim, todo molhado.

Alone Por Alone Onde histórias criam vida. Descubra agora