REFÉM | LIVRO 3 DA SÉRIE: EU DEPOIS DE VOCÊ

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Existem momentos, durante conflitos
familiares, em que não há ofensas,
mas não se comenta a problemática,
e todos se ocultam. Sentir ou descobrir
o outro sem menosprezá-lo ou
denegri-lo é o segredo do amor.

Escrito por | Emílio

FELIPE

De fato sou o tipo de pessoa que dá conselhos mas não os segue. Devemos ficar sempre por perto de pessoas que nos incentivam a sermos melhores, e não é o meu caso. O meu maior incentivador, na verdade deveria ser, é o meu pai. E ele só pensa em ganhar mais dinheiro cada vez mais de qualquer forma, a todo custo e por mais que eu tenha um pouco de sua ambição, esse não sou eu.

Ela não me deixou dar uma carona até o seu destino final, e eu a respeitei. Não queria forçar a barra nem nada do tipo, mas era estranho pra mim que nunca precisei fazer muito esforço ter alguém como Lara que ainda não caiu aos meus encantos, mas está sendo algo bom, gosto de coisas novas.

Passei na loja de consertos de celular e computadores, é de um conhecido e ele precisava comprar uma peça que não tinha na loja pois era difícil de achar, só chegaria na próxima semana. Não me importava nenhum pouco de deixar ela com o meu notebook, tem mais alguns na caixa sem usar.
Passei em casa pra tomar um banho e fui encontrar uma mulher que eu sempre saia antes de viajar pra Londres, ela me mandou mensagens desde quando eu cheguei em São Paulo e como tive um tempinho livre hoje passei na casa dela. Estacionei o carro na rua mesmo e desci seguindo até o prédio, o porteiro liberou e subi ao 14° andar e para minha surpresa ou não ela abriu a porta completamente nua e com um sorrisinho safado no rosto.

Felipe: Nossa, que recepção. — falei baixo e ela sorrio, mordi meus lábios conforme fui entrando no apartamento e Bruna envolveu os braços em meu pescoço e fechei a porta encostando na mesma.

Bruna: Senti tanta sua falta gostoso. — ela falou com a boca colada na minha e me beijou.

Um beijo quente fez o fogo subir na mesma hora, e como não? Ela completamente nua na minha frente, deslizei minha mão até seus seios e acariciei o mesmo, apertei em seguida e desci as duas mãos até a sua bunda. Levantei ela com facilidade e a mesma envolveu as pernas na minha cintura, fui caminhando com ela até a sala e a deitei no sofá, tirei minha camiseta em seguida enquanto ela me olhava com desejo.

Duas horas havia se passado, estava jogado no sofá da casa dela enquanto Bruna preparava um drink pra nós dois após sexo. Peguei meu celular e li algumas mensagens, principalmente do grupo da academia, pessoal estava animado com as mudanças. Sabia que meu pai sempre foi muito duro e nunca gostou de cuidar de fato da academia, e quando não tem amor envolvido não vai pra frente.

Bruna: Voltou pra ficar ou vai me abandonar novamente? — perguntou quando voltou pra sala e me entregou um copo com whisky puro, jack daniels de mel geladinho.

Felipe: Definitivamente. — brindamos e ela abriu um sorrisinho se sentando no sofá.

Bruna: Estava na hora, senti a sua falta. — fez um bico e apertei o mesmo de leve.

Felipe: Você é do mundo como eu Bruninha, acha que eu vou cair nesse papo? — perguntei em um tom divertido e ela revirou os olhos rindo por fim.

Bruna: Mas você sabe que seu lugar aqui está guardado sempre, né? Sempre que estiver à procura de algo divertido eu estarei aqui.

Felipe: Claro que sei gata. — apertei sua coxa e virei o restinho do whisky de uma vez — Preciso ir, a gente se vê por aí.

Bruna: Poxa, já? — levantou observando meus passos e parei na porta virando o corpo em direção dela.

Felipe: A diversão do dia tá paga gata, o dever me chama.

Nem parei para ouvir a resposta dela, nunca gostei de ninguém pegajosa no meu pé e Bruna, bom, Bruna é gostosa pra caralho com um corpo de deixar qualquer homem louco, mas eu sei que se der muita moral quando eu menos esperar ela vai estar na academia louca atrás de mim, então prefiro evitar qualquer tipo de romances.

Acabei não indo para o treino, precisava ir direto pra casa e ir atrás de novas ideias para a Academia, e queria até começar a ver um novo lugar para abrir uma nova unidade já que estávamos crescendo cada vez mais.

Entrei em casa e já dei de cara com meu pai, ele estava na sala de estar com uma garrafa de whisky e um copo, bebendo sozinho. Ele sempre foi assim, sozinho, solitário e frio muito frio. E sempre foi o exemplo de homem que eu não queria ser, mas sei que no fundo eu tenho algo dele, somos parecidos mas eu nunca quis assumir.

Alberto: Precisamos conversar! — pousou os olhos em mim e parei observando o mesmo, apenas assenti com a cabeça — Tenho uma missão pra você.

Felipe: Pai, me desculpe mas.. — ele não me deixou terminar como sempre fazia.

Alberto: Você não tem o que querer Felipe, você é um Ferrari porra e o seu pai está precisando de você.

Felipe: Agora é isso? — balancei a cabeça — O meu pai está precisando de mim para negócios sujos, é isso que você tem que falar né?

Alberto: Nunca escondi de você e também nunca fui 100% claro, e se você não entrar por amor vai ser pela dor de um jeito ou de outro.

Felipe: Essa eu pago pra ver!

Saí deixando ele falar sozinho, e na minha cabeça já me preparando para o pior. O meu pai nunca foi uma pessoa 100% confiável, quando eu era pequeno tudo tinha algo em troca, nunca foi nada de graça e ele ter bancado os anos em que vivi em Londres sairia muito caro e eu já poderia sentir.

. . .

Meninas, nesses primeiro capítulo tá contando sobre o passado da Lara e Felipe, quando eles se conheceram. Então fiquem atentas em todos os detalhes dos capítulos.
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