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FELIPE

Eu sabia que tinha algo de errado com a Anajú e meu pai, ele nunca foi de ficar de conversinha ou tendo algum tipo de reunião com ela, pelo menos não sem eu estar presente. Acordei cedo para resolver algumas pendências, vesti uma roupa e desci para tomar o meu café e ouvi vozes do escritório do meu pai, era ele e Ana, olhei no meu relógio, 8h30 da manhã ela de pé é estranho. Parei ao lado da porta, detestava aquilo mas a minha intuição raramente falhava.

Anajú: E se eles me reconhecerem?

Alberto: Ninguém te conhece lá, se te viram você era pequena e olhe lá Ana Júlia -ele estava impaciente, e ela estava caindo na dele-

Anajú: Tudo bem papai, já vou ter o meu pagamento? Preciso de um vestido bem lindo -ela riu e pude ouvir meu pai suspirando-

Peguei a chave do carro e saí direto, hoje a minha missão seria outra. Pedi para um dos seguranças ficar de olho na Anajú e ir me passando todas as coordenadas, cada passo dela hoje.

Fiz o que precisava e quando estava a caminho de casa recebi uma mensagem do segurança com a localização de Anajú e ri baixo. Território dos Bottinis.

Acelerei para casa e meu pai não estava lá, enviei mensagens, liguei e nada dele atender. Francesco que trabalha para o meu pai a anos toma conta da mansão e do condomínio todo, parei ele quando estava saindo de casa para ir até os Bottini's.

Felipe: Meu pai falou se iria demorar?

Francesco: Ele precisou ir para a Itália, era uma emergência -falou com o seu sotaque arrastado-

Felipe: Certo, ele disse quando volta?

Francesco: Não, precisa de alguma ajuda? -neguei com a cabeça-

Felipe: Obrigado Francesco -fechei o vidro e sai de lá-

Fui o caminho todo mandando mensagens para o meu pai mas era em vão, no mínimo ele estava no avião particular em direção a Itália, ele sempre fazia isso. Jogava a merda no ventilador e fugia, sempre foi assim.

Liguei para Anajú e caixa postal, meu sangue fervia, eu sabia que boa coisa não era. Ela andava estranha, cara de apaixonada e aquela conversa com o meu pai... Ele nunca mais havia insistido pra mim tentar me aproximar dos Bottini's para conseguir o frete internacional deles, na verdade o meu pai queria somente um deslize deles para o Ernesto tirar o frete deles e passar para o segundo melhor, os Agostinis.

Cheguei no El Paraíso, uma boate conhecida da família Bottini. Além da organização eles mantinham essa e algumas redes de casa noturna, mulheres, drogas, o que mais lucrava desde sempre. Giovanni que é um dos meus homens de confiança estava no carro de trás e parou mais 2, no total estávamos em 10 homens, ali querendo ou não era território inimigo não podia bobear.

Comecei a receber um alerta no meu celular em nome do Ernesto, ele sempre estava por dentro de tudo. Se não acontecia guerras entre as organizações é graças a ele. Desci do carro e arrumei a arma na cintura, olhei para Giovanni e assenti. Os seguranças deles já estavam à nossa espera.

Felipe: Só vim buscar a minha irmã -levantei a blusa mostrando a arma- pode pegar e ficar se quiser

E assim ele fez, tirou a minha arma e entrei sozinho atravessando o salão. O pouco que reparei pude notar que era aniversário de alguém e vi Anajú perto de Gustavo e Marcos, seu semblante mudou ao me ver e Marcos deu risada.

Anajú: Merda -pude vê-la resmungando baixo-

Felipe: Que merda você está fazendo Ana Júlia? -perguntei irritado e Marcos me olhou desviando o olhar para o Gustavo-

REFÉM | LIVRO 3 DA SÉRIE: EU DEPOIS DE VOCÊOnde as histórias ganham vida. Descobre agora