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FELIPE

Ela se foi e ficou um vazio enorme, mas eu precisava ser maior do que isso. Na verdade eu sempre fui, porque não seria agora? Foram dias com tantos sentimentos, era como se eles fossem me engolir e aquilo me sufocava. Eu sabia que ficando ali ela iria se machucar ainda mais, a minha família é problemática e ela não entenderia.

O meu pai seguia a vida como se nada tivesse acontecido, e no fundo eu sabia que tinha um dedo dele ali. Um hacker conseguiu acessar a nossa rede super segura, como é possível? Me pergunto até hoje.

Passei no Starbucks para tomar o meu café e me sentei na poltrona do lado direito que era onde sempre íamos, me tornei quem eu mais temia. Havia marcado com o Hugo ali, estávamos abrindo uma nova Academia na Paulista e eu queria que ele ficasse como gerente lá, estava quase tudo pronto, e por fim ele chegou.

Hugo: Não queria falar não, mas Lara ama esse lugar né -ele abriu um sorrisinho quando se sentou e revirei os olhos-

Felipe: Não faça eu me arrepender de ter te chamado aqui, por favor Hugo -segurei firme o meu copo com café e mostrei o dedo com a outra mão fazendo-o gargalhar e se sentar na minha frente-

Hugo: Ah chefe, foi mal -ele cruzou as mãos e me olhou nos olhos- como posso te ajudar?

Felipe: Preciso de você para ficar de frente na academia da Paulista -ele arregalou os olhos e pude ver um sorriso surgindo em seu rosto-

Hugo: Você está falando sério? -afirmei com a cabeça-

Felipe: Confio em você pra isso Hugo, e é o que falta ultimamente pessoas de confiança -suspirei, estava tentando ser diferente, eu não tinha o costume de confiar em ninguém mas depois o que ele fez pela Lara, a preocupação e o cuidado que teve com nós dois é o mínimo que posso fazer-.

Hugo: Porra, eu não sei nem como agradecer a confiança Lipe e eu topo com toda certez -abri um sorriso e fizemos um aperto de mão-

Felipe: Aceitou por bem, que ótimo pra mim -falei baixo e ri fazendo Hugo fazer uma careta e rindo por fim- Outra coisa, você sabe da Anajú? O que está prendendo tanto ela?

Hugo: Olha Lipe, sinceramente -pude ver ele engolir seco e o seu semblante mudou quando falei da minha irmã-

Felipe: Eu sei que vocês ficaram e rolou algo a mais, ela não é muito de falar mas você mexeu com ela de certa forma.

Hugo: Ela é sua irmã mas é alguém que eu prefiro manter afastada.

Uma das coisas que eu precisava resolver já estava ticada na minha lista, a outra mais importante estava em andamento, estava sondando o meu pai, quero me aprofundar nos negócio da família e obviamente acabar com ele, mas pra isso ele também precisava confiar em mim.

Cheguei em casa e pude ver um dos seguranças falando algo no rádio sem tirar os olhos de mim, arqueei a sobrancelha e sabia que boa coisa não era. Ouvi a voz do meu pai quando comecei a caminhar até a parte de trás da mansão e lá estava ele tendo uma de suas conversinhas com um cara, meu pai me olhou e abriu um sorriso.

Alberto: Estava justamente te esperando filho.

Felipe: O que aconteceu aqui? -olhei rápido para o cara que estava sentado, seu rosto estava bem machucado, porém o seu olhar de deboche continuava firme-

Alberto: Ele estava rondando a academia, perguntou da sua irmã para um pessoal e tenho certeza de que é mandado de alguém -meu pai tirou sua pistola da cintura e estendeu pra mim-

Engoli seco e respirei fundo, não queria mostrar nervosismo. Eu sabia muito bem como manusear uma arma, só que nunca havia tirado a vida de ninguém.

Alberto: Você é um novo homem filho, preciso que me prove que de fato merece estar ao meu lado -peguei a arma e engatilhei apontando para o cara-

Você é um filha da puta igual ao seu pai, seu merd... -um único disparo na testa fez ele cair e não terminou a frase-

Desviei o olhar para o meu pai entregando a arma pra ele e o mesmo pegou com um sorriso de ponta a ponta no rosto, assenti e entrei para a casa. Pude ouvir os passos largos dele logo em seguida indo atrás de mim, parei no nosso barzinho e peguei 2 copos colocando gelo e completei com whisky, entreguei um copo pra ele e peguei o outro.

Alberto: Estou gostando de ver, realmente você está mudado meu menino -ele falou levando o copo até o meu e brindamos-

Felipe: Quem você acha que enviou ele?

Alberto: Tenho minhas dúvidas, mas dessa vez irei recorrer o Ernesto e já vou te apresentar para a organização.

Senti um frio na espinha porque eu sabia que seria um caminho sem volta, mas se eu quisesse acabar com tudo aquilo eu precisaria vestir a camisa e me empenhar de fato.

A reunião foi marcada para a próxima semana, mais rápido do que eu imaginava. Meu pai tem uma certa influência por ser Italiano e isso o deixava grande.

Alberto: Se perguntarem da sua irmã ela ainda está fora do Brasil -ele falou quando descemos do carro em uma mansão em Alphaville, que parecia mais um castelo medieval, era surreal-

Felipe: Porque?

Alberto: Menos perguntas Felipe -ele me olhou de lado- ninguém precisa saber que ela voltou para o Brasil, sua irmã é um alvo fácil você sabe bem.

Concordei mas ainda achei estranho, logo na entrada haviam vários carros importados, carros que eu só tinha visto fora do Brasil mas os caras de São Paulo pediram para trazer pra cá, era outro nível com certeza.

Assim que entramos na mansão, Ernesto estava na entrada falando com algumas pessoas e seus olhos pararam em nós e abriu um sorriso caminhando em nossa direção.

Ernesto: Agostinis, estava esperando por vocês -cumprimentou meu pai e se virou pra mim- Ah Felipe, sabia que não demoraria para estar conosco.

Felipe: É um prazer estar aqui -falei quando nos cumprimentamos-

Ernesto é o tipo de paizão para a organização, ele que mantém a paz entre todos, e se não fosse por ele a briga entre territórios, quem venderia pra quem seria pesada, por isso seguimos tantas regras, como: não pisar no território inimigo, não se envolver sentimentalmente com uma pessoa de outra organização e por aí vai.. Ele e meu pai estavam conversando quando avistei Marcos Bottini chegando com os 2 filhos, Gustavo e Gabriel.

Nunca havia me encontrado com eles pessoalmente, a não ser com o Marcos. Ele tinha algo que o meu pai queria, ele é o único que faz o meu pai sair do eixo por completo e não entendo o porquê, claro que o frete internacional é importante pra caralho, conseguir importar e exportar produtos de fora aumentava 50% dos lucros, e meu pai é sedento por dinheiro.

A reunião começou e Ernesto me apresentou como o braço direito do meu pai, engoli seco quando escutei aquela informação, eu queria entrar de fato na organização mas não de cabeça assim, e o sentimento que eu tinha era que aquilo não tinha volta. 


"Oi gatinhas!!! Estavam com saudades da nossa Queen Mandy né?" 

"Oi gatinhas!!! Estavam com saudades da nossa Queen Mandy né?" 

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REFÉM | LIVRO 3 DA SÉRIE: EU DEPOIS DE VOCÊDär berättelser lever. Upptäck nu