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FELIPE

Tomar a decisão de deixar Lara foi a mais difícil pra mim, e o pior era não poder compartilhar com ela, não poder falar o quão problemática é a minha vida e ela não merece essa bagunça.

A morte do Marcos Bottini pegou todos de surpresa, e pelo o que eu fiquei sabendo a vida dos Bottini's viraram de cabeça pra baixo e até o filho mais novo teve que se mudar para Londres com a mãe, Ernesto fez uma reunião e pediu para todos ficarem em alerta porque tudo aquilo ainda era um mistério.

Hoje teria um Baile de Máscara no Paraíso, Ernesto havia sido convidado e estava comentando sobre na última reunião que teve no seu restaurante e pensei seriamente em aparecer por lá e ver Lara, eu estava disposto a tirar ela dessa vida e se ela me desse uma única chance de me ouvir.

Anajú: Pensamento longe? -minha irmã falou parando na porta do escritório que agora era meu-

Felipe: Administrar uma organização não é fácil -olhei para a minha irmã e ela forçou um sorriso-

Anajú: Você sabe que eu posso te ajudar, né? Independente do que for -assenti-

Felipe: Só de você estar à frente das academias já me ajuda Anajú.

Anajú: Mas eu falo mais do que isso, você sabe -eu sabia bem onde ela queria chegar mas não daria esse gostinho-

Felipe: 3 academias está pouco? Só falar que mandamos abrir a quarta -falei rindo e levantei-

Anajú: Quando vou poder ver o papai?

Felipe: Ele segue de castigo -passei a mão entre os cabelos e suspirei- foi uma escolha dele Anajú, se fosse certo ele não estaria lá agora.

Anajú: Você está feliz com isso né?

Felipe: Feliz? Você consegue se lembrar do inferno que era quando a mamãe estava entre nós?

Anajú: Estava entre nós? -ela fez uma pausa, notei que ficou pensativa, na verdade em choque- o que você quis dizer com isso?

Felipe: Esquece. Se você não se lembra do que ele fazia nada mais importa.

Passei por ela e fui até o meu quarto, precisava me arrumar e de uma máscara, hoje eu iria levar Lara embora daquele lugar e foda-se tudo.

Pedi para comprarem uma máscara preta que tapasse boa parte do meu rosto, deixando somente a minha boca mais amostra, ela saberia que era eu.

Havia uma pequena fila para entrar, consegui arrumar um convite especial de um cliente que eu conhecia e que também frequentava a boate e foi com ele que eu entrei, estava sozinho e desarmado se me pegassem ali com certeza iriam imaginar o pior.

O lugar estava incrível, isso não tenho do que reclamar os Bottini 's tinham um bom gosto. De início as belas mulheres com um vestido colado vem te servir, um coquetel por conta da casa, peguei um e sorri agradecendo a moça que abriu um sorriso por trás da máscara e suspirou.

Tinha camarote na parte de cima, e embaixo era algo mais aberto para o público que gostava de jogar dinheiro, tocar nas meninas se elas deixassem, claro. Eles prezavam muito o respeito, por isso o lugar era tão famoso em São Paulo. Eu sabia que ela iria dançar, ela ama isso, então sentei em uma poltrona de canto não era tão reservado porque eu sabia que ela me reconheceria de qualquer jeito.

O show começou, a música sensual alta o suficiente para não ouvir as merdas que saíam de alguns caras dali. Ela entrou e senti o meu coração bater forte demais, ver ela de branco me fez lembrar de nós dois em Maresias, e em como foi gostoso gozar dentro dela, senti-la cada parte do seu corpo, respirei fundo e me arrumei na poltrona.

REFÉM | LIVRO 3 DA SÉRIE: EU DEPOIS DE VOCÊWhere stories live. Discover now