Todo mundo já teve uma pessoa que tem o poder de te levar do céu ao inferno em questão de segundos. Aquela pessoa que você tenta se manter afastado, porém o destino os uniu por uma única razão, e o difícil é fugir do destino, é traçar o seu próprio...
E lá se foram 5 meses da minha vida, mas parecia uma eternidade. Os dias não passavam, mesmo com tantas responsabilidades. Meu pai estava nas nuvens comigo trabalhando lado a lado, me afastei completamente das academias e já estávamos com 5 unidades em São Paulo.
Ultimamente eu cuidava do recebimento de mercadorias e a distribuição também, meu pai havia comprado mais alguns empreendimentos e estava cada dia mais impulsivo. Eu queria me aprofundar cada vez mais porque era nítido o quanto ele vinha perdendo o controle da situação, e cada vez mais eu estava desconfiado dele e da Anajú, ela andava estranha, meio distante e falando pouco, e quem conhece minha irmã sabe bem como ela é.
Consegui rastrear o celular da Lara então não foi o destino que fez a gente se encontrar, e ver ela só piorou a minha situação. Eu detestava não estar no controle da situação e principalmente dos meus sentimentos.
Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto, a porta do quarto da minha irmã estava entreaberta e pude ouvi-la conversando com alguém no telefone, o riso caloroso já era algo muito estranho, nunca vi Anajú assim.
Parei na porta do quarto e quando ela me viu deu um pulo e desconversou se despedindo, em seguida desligou e sentou na cama me olhando e abriu um sorrisinho sem graça.
Felipe: Está apaixonada é?
Anajú: Não tanto quanto você pela Larinha -ela abriu um sorriso e engoli seco ao pensar nela-
Felipe: Não desconversa em -sentei na poltrona e fiquei de frente pra ela-
Anajú: Conhecendo alguém, ele é bem especial e isso é tudo que você precisa saber.
Felipe: É, você está crescendo mesmo -encostei na poltrona e cruzei os braços, minha irmã riu baixo afirmando com a cabeça-
Anajú: E você, não viu mais Lara? -neguei com a cabeça, isso também era tudo o que ela precisava saber- certo... -suspirou- você percebeu o quanto ficou próximo da família depois que ela foi embora?
Levantei e caminhei até a enorme janela do seu quarto e me virei pra ela, não tinha o que responder, ela não sabe o real motivo de eu estar tão envolvido na organização assim.
Felipe: Coisas da vida né maninha.
Anajú: Há males que vem para o bem Fe, às vezes é difícil aceitar mas é a real.
Alberto: Opa, reunião em família? -meu pai falou parando na porta do quarto-
Anajú: Papai -minha irmã abriu um sorriso- você aqui essa hora -olhou no relógio em seu pulso, realmente 18h da tarde e ele em casa era raridade-
Alberto: Vim jantar com vocês, mas antes queria falar com você no meu escritório filha.
Ela assentiu e sai indo em direção ao meu quarto, e fui direto para o banho. Levei meu celular, precisava vê-la, tinha tanta urgência por Lara que às vezes a minha vontade era ir atrás dela e levá-la para um lugar só nós dois e ficar lá, pra sempre.
A foto dela somente de maiô na enorme cama do Iate onde passamos o seu aniversário me fez delirar, aquele dia foi especial e lembro como se fosse ontem...
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