REFÉM | LIVRO 3 DA SÉRIE: EU DEPOIS DE VOCÊ

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FELIPE

Eu sempre tive um extinto de irmão protetor, e eu prometi para a minha mãe que cuidaria da minha irmã independente de qualquer coisa, principalmente do meu pai. Porque no fundo eu sabia o quão maldoso ele poderia ser e que ela era frágil demais para aguentar, na verdade foi isso que eu pensei. 

A minha cabeça estava uma confusão sem fim, evitei falar com Lara porque não queria deixa-la preocupada, na verdade eu não queria que ela tivesse que me ver lidando com a minha irmã mais uma vez só que agora, dessa vez, seria tudo diferente. 

Fiz os seguranças trazerem ela de São Paulo aqui para Maresias, ela chegou pela manhã e eu não havia nem se quer tirado um cochilo, estava um verdadeiro caco. Estava sentado na sala principal com a vista para o mar e um copo de whisky na mão. 

Anajú: Não está cedo para beber irmão? -ela falou entrando na sala, desviei o olhar e assenti para Francesco- incrível que tudo o que você pede eles obedecem como um cachorro adestrado -ela riu sem tirar os olhos de mim- 

Felipe: Porque foi para São Paulo sem me comunicar?

Anajú: Não achei que estava aqui como sua refém, está me confundindo com Lara? -ela deu uma risadinha sarcástica e respirei fundo levantando- 

Felipe: Eu só vou te fazer uma única pergunta e quero que seja 100% sincera comigo -ela afirmou com a cabeça, virei o restante do whisky que havia no meu copo e umedeci os lábios- 

Anajú: O que você quer saber?

Felipe: Os russos te sequestraram mesmo? 

Anajú: Que pergunta é essa? Meu Deus Felipe, isso é desconfiança, sério mesmo?

Felipe: Me responde.

Anajú: Claro que sim, passei por dias difíceis que você nem se quer imagina.

Felipe: Qual o intuito deles te sequestrarem? Não seria viável irem atrás da família do Gustavo ao invés da gente? -ela respirou fundo e pude ver engolir seco, estava completamente desconfortável- 

Anajú: Eu não sei, mas pra você foi bom não é? -ela tirou o olhar de coitada colocando um sorrisinho no rosto- ficou feliz em passar mais tempo com Lara, não é?

Felipe: Ela que me ajudou a fazer os Bottini's agirem mais rápido, tive carta branca com o pai da Victoria graças a Lara estar aqui.

Anajú: Sempre defendendo ela, achei que ela já estaria morta e enterrada. 

Felipe: Eu fui a única pessoa na sua vida que sempre colocou a mão no fogo por você Ana Júlia, e eu sempre prometi a nossa mão que faria isso, que cuidaria de você principalmente de toda maldade do nosso pai -ri baixo- e mais uma vez ele te colocou na merda e você foi por livre espontânea vontade. 

Anajú: Você está me assustando Felipe, o que quer dizer com tudo isso?

Felipe: Francesco -chamei o meu braço direito que logo estava na sala- 

Francesco: Sim, chefe? 

Felipe: Prepara aquela sala por favor -peguei um cigarro e ascendi, minha irmã me olhava séria e completamente preocupada, o oposto de alguns minutos atrás- 

Francesco: Certo, estará pronta em alguns minutos. 

Ele se retirou e dei um trago, soltei a fumaça e ela continuava a me olhar. O silêncio sempre foi algo que quebrava a minha irmã por inteira, ela gostava de pessoas que retrucasse, que brigasse e em partes acho que é por isso que ela nunca gostou muito de Lara, a minha mulher era resiliência pura e agora consigo ver o verdadeiro motivo.