Cap1

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Paola

olhava o quadro gigante da mulher pendurada no grande corredor(foto de cima)

 "para la mujer eterna Lola Sanches" e eu só consegui ler porque estava em espanhol

e ela era linda, ouvi os restantes dos refugiados dizerem que ela era cubana, se tornou mulher de um magnata podre de rico mas foi assassinada. e que a organização era em sua homenagem

tudo tinha acontecido rápido demais, fomos levadas á uma delegacia, e por sermos menores fomos mandadas á um orfanato, eu e minha irmã.

que nos rejeitou e viemos parar em uma organização para refugiados cubanos, onde nos deram comida e uma cama confortável parecia até um hotel, mas meu sangue gelou quando ouvi uma senhora falar que depois de legalizados, as crianças menores de 16 seriam mandadas para um orfanato

eu só pensei em matilda, minha pequena. por isso decide ficar até eles nos darem documentos, e depois fugiria com mati.

observei quando um homem bem trajado entrou no salão onde toda gente estava, pele branca e o tecido do seu terno brilhava era um homem rico com certeza, e era ele que nos ajudava, ele era o dono da organização,e apesar de ser grata por nos ajudar ele não me passava tranquilidade.

não devemos confiar em ninguém, regra número um das ruas.

olhava fixamente no homem que falava, que não notei um outro me encarando, o que me fez sentir assustada, eu tinha feito algo de errado?

-no te asustes es solo el hijo del dueño

uma menina, que também parecia ter a minha idade falou, ela era linda seus olhos verdes eram uma dádiva.

e depois de entender que ele era o filho do dono, baixei minha cabeça. ele poderia achar uma falta de respeito ficar o encarando assim. e a menina do meu lado sorria em sua direção, ela não tinha medo? estranhei sua atitude.

quando o homem acabou de falar fomos dirigidos cada um para seu quarto, deitei com matilda e estava morrendo de sede, esperei a mesma adormecer e saí do quarto, a escuridão da noite me abraçava, com uma garrafa de água na mão, caminhava calmamente pelo corredor

pela primeira vez, era de noite e eu estava tranquila, com um livro de inglês básico nas mãos eu lia enquanto andava pelos corredores e ouvi sons estranhos saindo de um dos quartos.

eu era analfabeta, mas não era inocente, alguém estava fazendo sexo, como?

se a ala dos homens eram separadas das mulheres? fiquei perdida em pensamentos por minutos e ouvi a porta do fundo do corredor se abrindo e tentei me esconder mas não deu, o corredor era imenso, e de la saiu uma figura alta e masculina.

era ele, o filho do dono, e ouvi uma voz muito familiar para mim era a menina de mais cedo

 se despedindo dele em espanhol, mas ele nada falou  tinha notando minha presença no final do corredor.

olhos cinzas como a lua, ele vestia um terno e carregava o palitó sob seus ombros . baixei minha cabeça,sentindo sua colônia forte cada vez mais perto

meu corpo tremia, eu estava encrencada, senti o toque forte com uma guerra, de seus dedos em meu queixo. e ergueram minha cabeça me fazendo o olhar, me dando a sensação de enjoo ele era alto demais por Dios.

como um peso, suas mãos me abandonaram e ele saiu me deixando sem forças no meio daquele corredor, 

"eu tinha feito merda?"

meu coração batia á mil.

A morta de fome || Matheo BetrovicOnde as histórias ganham vida. Descobre agora