Cap22

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Paola

eu fui nocauteada!

eu estava sem forças para levantar naquela manhã, ainda bem que matilda estava com o pai.

e pensar em matilda me fez chorar, afinal de contas o que eu era para aquela criança? porquê ela foi parar em meus braços? tudo perdeu o sentido.

a luz branca do sol adentrava meu quarto, e eu lavava meu corpo como se fosse uma salvação precisava me livrar do cheiro da colonia daquele homem.

eu era mesmo um personagem como ele dizia? eu não sabia quem eu era, de onde eu vim? porquê não lembrava da minha infância, quem era matilda?

eram muitas perguntas, e todas tinham a mesma resposta.

-você é Paola! a mulher sem sobrenome ,sem identidade e sem passado.

disse para mim mesma

aquele homem tinha razão eu sempre seria a morta de fome.

assustei com meu celular chamando

-querida você desapareceu desde ontem! sr.harmer está que nem um louco á sua procura! onde você está? tem um evento hoje precisa correr para a agência, eu mando um motorista.

Clarence como sempre falava tudo atropelada.

momentos depois

Clarence ajeitava meu vestido pela última vez, seus olhos brilhavam cada vez que me olhava.

-o que foi?

-tem noção do quanto é linda Paola?

-será que as pessoas ainda me achariam interessante quando eu brilhar pelas palavras e não pela beleza?

 o ano estava acabando e com isso eu sei que completaria 20 anos.

-vai continuar sendo glamorosa!

-o que tenho que fazer exatamente lá dentro?

digo porque estávamos na entrada do salão, vi sr.harmer me esperando de longe!

-só tem que ser você...linda. e sorrir,ricos gostam de sorrisos fáceis e essa é uma festa da mais alta sociedade, nunca mais vai voltar a ver essa pessoas.

ela disse e eu agradeci.

me aproximei do sr.harmer e com um simples gesto com a cabeça de ambos nos saudamos, sr.harmer era como um oásis, ele transmitia paz e segurança sem dizer um "a".

pelo salão as pessoas me olhavam da cabeça aos pés, as mulheres cochichavam, claro eu estava nas paginas de fofoca como a caça maridos. pensei que mulheres de elite não tivessem tempo para isso.

já os homens...bem eles não sabem disfarçar, sr.harmer me apresentou para as pessoas que estavam em nossa mesa,calada cheguei e calada continuei.

não até olhares se virarem surpreendidos, sr.betrovic entrava com a sra.betrovic.

foi um sentimento amargo, não minto...ver como não fui suficiente.

algumas pessoas se levantaram os cumprimentando, outras sorriram para eles.

cecília se sentou acariciando sua barriga deixando bem evidente quem ela carregava em sua barriga, e vi seus olhos sondando o salão ela estava me procurando e quando seus olhos bateram com os meus a mesma levantou sua taça que continha água, e eu só pude sorrir para ela.

Matheo parecia ignorar minha presença.

-quer dançar?

sr.harmer me perguntou me tirando da bolha negativa que havia se formado.

-sr harmer, eu não sei dançar.

-humm,é só ficar de pé e deixar eu te guiar.

o mesmo disse sorrindo, e me pergunto se sr.harmer não tinha ninguém, o cara é rico e todo engomadinho.

-tudo bem!

suspirei quando senti um arrepio correr pelo meu braço quando sr.harmer segurou meu pulso, suas mãos grandes quentes a volta da minha cintura me acalentavam.

e eu relutava para não apoiar minha cabeça em seu peito, era intimidante olhar para ele. seus olhos claros de mais me cegavam.

com minhas mãos em seus ombros rodávamos lentamento o salão.

-sempre que estamos juntos você não fala mais do que duas palavras.

sr.harmer diz

-eh?

digo confusa, estava tonta pelo seu perfume, pela sua gentileza e toque.

e ele riu porque exatamente como ele tinha afirmado, eu não falei mais de duas palavras, contagiada eu também ri de sua piada silenciosa

 e acabei cedendo deitando minha cabeça em seu peito, e senti quando ele beijou minha cabeça.

eu nunca pensei que proteção e tranquilidade poderiam caber na mesma pessoa, e como uma tempestade eu caí em lagrimas, lagrimas que segurei durante o dia todo, sr.harmer colocou minha cabeça de frente com seu peito escondendo minha face.

e isso me fez chorar mais ainda, perceber que eu poderia estar com um homem como sr.harmer, que me tratasse bem, que nunca tivesse me agredido, alguém melhor para matilda,alguém que não me achasse bonita sofrendo.

sr.harmer batia em minha coluna me acalmando.

-shhh! está tudo bem querida!


A morta de fome || Matheo BetrovicOnde as histórias ganham vida. Descobre agora