Cap5

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Paóla

1 mês depois

Agora eu acordava todos os dias pela manhã inebriada com o cheiro da colonia daquele homem, e era desconfortável eu usava o shampoo dele, usava o seu sabonete, e essa a casa só tinha o cheiro dele.

me desfaço das cobertas enormes, porque aqui nos estados unidos o frio era de matar, amarro os meus cabelos que estavam cobertos do cheiro dele porquê ele tinha que me abraçar todas as noites?eu sentia seu aperto forte ,ás vezes parecia que ele tinha pesadelos. mas sempre que eu me mexia desconfortável pelo aperto ele se tornava suave.

 e em como todas as manhãs o cheiro de panquecas no ar, e sempre encontrava matilda comendo, ele sempre deixava o café de matilda pronto,já que ela acordava cedo.

-oi nana!

ela me cumprimentou, maty tinha muitos apelidos para mim, próprio de crianças de 8 anos, ela não sabia ao certo se eu era sua irmã ou mãe, mas ela sabia que eu era quem a protegeria apesar de tudo.

-oi meu amor, porquê sempre acorda cedo?

ela sorriu sapeca

-eu gosto de comer as panquecas dele...

dele...matilda ainda não sabia como trata-lo e quem dirá eu.

-sei...

respondi

-veja, ele meu deu esse livro

era um livro infantil de inglês, ajudaria muito matilda a melhorar a pronúncia,fui tomar meu banho e lavar o meu cabelo , não tinha nenhum creme aqui para o mesmo, por isso deixei os cachos naturais mesmo sem definição, e coloquei um vestido lindo que ganhei na ONG.

quando sai do quarto matilda estava na varanda do apartamento, e fiquei assustada pois não tinha nenhuma proteção,e estávamos no decimo andar eu sempre trancava, para matilda não ter curiosidade, rapidamente tirei ela de lá

-maty! é perigoso, você já viu a altura?

a mesma ficou com um semblante triste.

-porquê ficamos sempre presas aqui? eu quero ir brincar como outras crianças.

ela disse e depois começou a chorar, e ver matilda, uma criança de 8 anos chorando era um trauma para mim, me lembrava dos berros dela quando ainda era uma bebê sempre que não tinha comida para sacia-la, e desde eu prometo que ela jamais derramaria uma lagrima.

mas agora eu refletia, nós estávamos presas? como pude ser ingênua, Matheo não deixava eu colocar um pé sequer fora do apartamento para me manter presa aqui? já fazia um mês que eu e matilda não víamos outra pessoa além dele, e isso me deixou com medo.

corri até a porta para verificar

-Ufa!Dios!

exclamei com a voz trémula, quando a porta abriu.por um momento eu tinha pensado que estávamos trancadas aqui dentro, mas ele não seria capaz disso, só ficávamos aqui dentro por proteção, ele mesmo disse.

mas olhando da varanda ,era um condomínio e tudo parecia tão seguro...tinha até seguranças 

-quer saber? calce vamos dar uma volta matilda

-yheaaa!

matilda pulou de alegria, e foi correndo calçar.

horas depois

estávamos tão presas dentro de casa, que perdemos a hora e acabamos rodando todo o condomínio, já estava escurecendo e se Matheo chegasse antes de nós ficaria chateado, então corri com matilda no colo para o prédio, mas meus passos cessaram quando vi homens vestidos de pretos falando em radinhos com caras visivelmente de medo.

E quando fui notada seus rostos transmitiram alívio, mas eu vi ele de costas, era Matheo gritando que nem um louco.

-SE VOCÊS NÃO ACHAREM ELAS EU MATO VOCÊS, ENTENDERAM? EU PAGO VOCÊS PARA FAZEREM A SEGURANÇA DE UMA MULHER E VOCÊS NÃO CONSEGUEM, SEUS INÚTEIS ,QUEM PERMITIU QUE ELAS SAÍSSEM?

ele gritava que nem um neurótico, um drogado em abstinência, um psicopata, e isso me fez tremer de medo, até que um dos homens me segurou pelo braço, arrancando sutilmente matilda que dormia de tão cansada, dos meus braços e isso me desesperou.

-não! para onde estão levando ela?

disse medrosa, e meu desespero fez Matheo me notar,e seu olhar era capaz de fazer eu me mijar de medo, como um homem que até ontem me abraçava como um bicho indefeso, pode me olhar dessa forma agora? 

-calme senhora, vamos a colocar em seu apartamento

disse o homem que me levava até Matheo, e quando cheguei perto dele , o mesmo respirou profundamente aproximando seu rosto do meu cabelo.

-levem a menina até seu quarto!

ele disse sereno, se afastando de mim, e isso me fez respirar devidamente, talvez ele não estivesse tão bravo, e quando os homens que descobri ser seguranças particular dele se retiraram, ele pegou sua garrafa de Whisky e deu um gole direito da garrafa e logo se virou para mim, e era a minha oportunidade de me explicar. 

-eu não queria te preocupar, é só que matilda estava chorando para sair de casa...

eu falava tudo afobadamente...

 até sentir sua mão pesada e carregada de raiva em minha face,me fazendo cair no chão pela força, me fazendo ficar tonta. estava tudo confuso e mal conseguia enxergar...

-É inútil tentar querida mariposa, o diabo não barganha

foi o que eu ouvi depois de apagar




A morta de fome || Matheo BetrovicDove le storie prendono vita. Scoprilo ora