Cap13

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Paola

-meus olhos foram cegados por luzes e flashes fortes, o corpo de Matheo  abraçava o meu corpo assim como meu vestido.

e nem queiram saber como eu vim parar aqui!

dois dias atrás

-terá que me acompanhar para a conferência e celebração da ONG.

-tenho?

eu perguntei confusa, eu estava farta dessa personalidade fria e rude desse homem.

-hoje não Paola!meu pai está doente...

meu coração quase derreteu de pena

-doente da cabeça!

bom...eu disse quase.

presente

depois fomos dirigidos para o salão da ONG, e tudo me parecia tão familiar e saber que eu passei dois meses de angustia nesse lugar por não saber qual seria meu destino. 

e quem diria? que meses depois eu estaria visitando o mesmo.

-tudo bem?

Matheo perguntou enquanto tiravam um monte de fotos nossas,eu estava cansada ainda não era suficiente? 

eu não poderia nem comer em paz com esse monte de pessoas tirando fotos minhas, que com certeza deveriam estar horríveis.

-Ainda bem que não trouxemos matilda!

disse suspirando, eu queria que ele percebesse meu aborrecimento, e acho que funcionou porque sem ele ao menos se distanciar de mim ou falar uma palavra, seus guardas retiraram todos os fotógrafos do salão de festas.

-sei que está cansada, então fique aqui, tenho que dar uma entrevista de encerramento

eu neguei com a cabeça, ficar tanto tempo dentro de casa era horrível, mas eu ficava segura.

eu não conseguia nem ir para a esquina com um centavo comprar pão, imagina ficar sozinha com um monte de pessoas me observando como se eu fosse...uma macaca.

era pesado!

Matheo não era melhor que ninguém, mas ainda assim ele me protegia ou prendia não sabia o diferenciar nesse ponto.

o segui em passos curtos porém apressados tentando o acompanhar, e fiquei presa ao seu corpo, como um chiclete.

-éhh como se sente sabendo que seu você e seu pai ajudaram tanta gente?

a entrevistadora falava ao mesmo tempo que me olhava curiosa.

-bom, isso sempre foi um dos milhares dos projetos de minha mãe, ela tinha um coração enorme e sempre se sentiu privilegiada, porque apesar de nascer em um país miserável e ser uma imigrante pobre ela sempre teve o básico, e esse projeto foi em sua memória e honra.

sabe quando dizem que até o pior ser humano ama alguém? eu havia descoberto que esse homem amava sua mãe.

-quais são as suas últimas palavras antes de fechar?

quem iria responder era Matheo, porquê a câmera focava em mim?

-bom quero agradecer o apoio da mídia...

enquanto ele falava fui me afastando sorrateiramente, e fui para a cozinha mas encontrei o olhar familiar.

-olha se não é a gata borralheira, ou melhor...a Cinderela! oh não! está mais para a caçadora de de ricos.

-quem é você?

-quem sou eu? eu sou a única, a que ele nunca deveria ter abandonado. á que fazia Matheo betrovic subir pelas paredes.se ainda não sai dessa espelunca é porque vou recuperar ele.

quando ela despejou praticamente essas palavras em mim eu lembrei dela, era a menina do quarto ao lado, o mesmo quarto que eu tinha ouvido gemidos ,o mesmo quarto que Matheo tinha saído no primeiro dia que eu o conheci, e isso me balançou .

-e onde está sua ratinha?

-Si vuelves a abrir la boca para hablar de Matilda yo..

eu podia ser inexperiente demais para esse mundo, mas ninguém falava mal daquela bebê que eu criei nas ruas com tantas lagrimas e soluços.

-Qué? no puedes hacer nada!

ela respondeu com o nariz empinado!

-venha para cima de mim se acha que dá conta...

-o que está acontecendo aqui?

Matheo chega enquanto eu falava.

me retirei em passos apressados deixando os dois, eles se mereciam.

e sem olhar para trás, vi quando seus seguranças me guiavam até a limousine, e em menos de 3 minutos Matheo também entra.

A morta de fome || Matheo BetrovicWhere stories live. Discover now