Cap2

5.9K 500 23
                                    

Matheo Betrovic

A noite tinha se passado e eu não tinha parado de pensar naquela mulher, naquela silhueta parada na escuridão sombria do corredor.

em todos meus 20 anos nunca pensei que alguém fosse capaz de prender minha atenção dessa forma além de minha mãe.

-no que está pensando?

meu pai pergunta, e eu nego com um movimento da cabeça, nossa comunicação era dessa forma, desde que completei meus vinte anos e assumi a presidência da empresa, porque ele disse não ter mais força e motivação, e eu sábia que o motivo era a morte da mamãe.

-não pense que não sei que anda fodendo uma das imigrantes, e eu ordeno que pare.apesar de você ter só 20 anos, ainda assim são menores de idade,e são pessoas vulneráveis, pare de dar esperanças á ela.

ele falou e eu não me surpreendo, a verdade é que meu pai vivia me sondando, com medo de eu cometer os mesmos erros que ele cometeu.

-Até parece que não fez o mesmo com a mamãe

disse amargurado, quem era ele para me julgar?

-á próxima vez que dizer algo do tipo, eu juro que te mato

ele me ameaça com o rosto vermelho.

-Não antes de eu te matar

devolvi a ameaça, sim essa era nossa relação todos os dias.

-vamos! preciso de você presente, hoje todos os refugiados receberam seus documentos de cidadão legais, terá imprensa e um bando de fotógrafos.

meu pai disse orgulhoso porque não era fácil legalizar tanta gente e ao mesmo tempo, mas ele estava nas listas dos 3 homens mais ricos do mundo e á seguir era eu, quem negaria um pedido nosso? ninguém.

tempo depois

flashes me cegavam, só se ouvia o barulho de maquinas fotográficas enquanto meu pai distribuía os documentos á cada um dos refugiados, e não pude deixar de notar ela.

Ela que parecia ansiosa para chegar sua vez, suas pernas não paravam de tremer, o que me fez imaginar mil cenários na minha cabeça, e todos eles implicavam eu fodendo ela duro enquanto suas pernas tremiam,porra.'

notei a garotinha que pegava sua mão, poderia ser sua irmã...e quando meu pai entregou á ela os documentos ela sorriu, olhando os mesmo como se fossem um tesouro.

minha respiração parou e eu fiquei louco para sentir sua pele quando ela passou por mim me encarando com medo, e meus olhos perversos nela, ela era convencional e mistica.

e eu era perverso, mas é espiritual, em toda a minha vida pensei que tinha 100 por cento de tudo que queria, mas hoje descobri que só tinha 80, e era bom para mim. Mas eu queria os outros 20 por cento, eu vivia pensando nesses 20 por cento que era aquela mulher, e merda eu estava excitado com a visão dela.

á segui pelo corredor imenso, observei seus passos apressados e a mesma olhava ao redor dela com medo, praticamente arrastando a criança em seus braços, sem ter me notado ela colocava roupas e comida em uma mochila, ela queria fugir.

e rapidamente a mesma correu com a menina até o muro, e atirou a bolsa do outro lado do muro, e eu só a observava, com o sentimento de perda, porquê parecia que ela era uma borboleta minha, fugindo?

-matilda, venga rápido.

ela disse aflita em espanhol, e nunca agradeci tanto minha mãe por ter me ensinado e criado com essa linguá.

 mas a menininha do seu lado tinha notado a minha presença e ficou estática

-Paola!

Paola... então seu nome era esse? um nome forte, para uma pessoa tão fraca

a menina diz com medo me olhando, e sem entender nada minha borboleta assustada se vira me notando, e com medo coloca sua irmã para trás do seu corpo.

-donde crees que vas mariposa?

minha fala a assustou, e a mesma apertava suas maõs umas nas outras nervosas. 

porra essa mulher era minha, a minha borboleta , da mais rara e bela.



ATT: donde crees que vas mariposa(onde pensas que vais borboleta?)

mariposa(borboleta)

A morta de fome || Matheo BetrovicOnde as histórias ganham vida. Descobre agora