Capitulo 21: Chegadas, espadas e um pensamento inesperado

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Com o inverno chegando ao fim, o casamento do rei foi marcado e estava em adiantado estágio de preparação
Roshlyn se sentia melhor  apesar de ter passado todo o inverno se convalescendo do mal que lhe assolou.
Felicia a tratava com zelo e dedicação ministrando chás de ervas, embora não houvessem lhe dito o mal que lhe acometeu, ela estava feliz por estar se sentindo melhor, respirando sem a sensação que o coração fosse saltar pela boca.
A neve já estava derretendo, mas os dias continuavam frios e eram passados dentro do castelo. Alicia lhe fazia companhia na sala de leitura e ambas conversavam sobre filosofia que era a grande paixão da princesa de Craig.
Com calma e paciência Roshlyn fez o seu próprio vestido com a seda verde que Aysha havia comprado na feira e com a ajuda de Bozena ela terminou o vestido. Muito simples e sem luxo, do jeito que ela queria e que fazia jus a sua personalidade.
Os convidados que haviam passado o inverno no castelo estavam animados para o evento. Notava-se que a bebida em profusão deixava os homens um pouco mais animados e portanto mais liberais principalmente com as criadas.
Roshlyn viu algumas cenas que desaprovava e não via a hora do casamento acontecer e todos irem embora.
Sim! Acabar com aquele festejo que havia durado praticamente todo o inverno.
Assim que o casamento acontecesse, a vida no castelo voltaria ao normal.
Pelo menos, essa era  a sua esperança.
..

Assim que a cavalaria do reino de Dalibor foi anunciada, Theo e Derek deixaram o campo de treinamento e ambos avançaram ao encontro de Cornell e sua comitiva.
O dois reis estavam treinando com seus soldados e se mostravam suados com as batas brancas abertas e com suas  botas de cavalaria. Ambos guardaram suas pesadas longas espadas na bainha ao lado dos seus corpos. Eram homens extremamente  fortes belos e demonstravam uma forma incrível cada um com seu modo de ser.
Derek estava feliz de ver Cornell  chegando. Agora sim, o casamento poderia acontecer! Deram-se longos abraços e beijos no rosto numa demonstração do afeto que os unia,
-Seja benvindo a Craig novamente vossa Majestade - Disse Derek entre risos e reverências exageradas.
Derek notou que Beatrice se aproximou de Cornell e percebeu que o amigo tinha nos olhos uma ternura que ele não conhecia.
Olhou seriamente para Beatrice. Ela era muito bonita, e a gravidez a fez ficar mais encantadora.
- Seja benvinda a Craig, Rainha Beatrice.-Disse Derek alegremente.
Ela sorriu embaraçada.
-Vossas Majestades... é um prazer ser recebida nessa linda terra de Craig.
Seu sorriso era  doce e inibida, ela se aproximou de Cornell  como que querendo sua proteção.
Foi quando ele, seu amigo emburrado a tocou nas costas levemente, fazendo com que Derek soltasse um sorriso franco e inesperado.
-Hummm.... Que belo casal temos aqui -.pensou Derek divertido.
-Espero que goste de suas instalações  Rainha Beatrice.
Derek olhou para Theo e Cornell e disse alegremente:
- Bem, meus companheiros, vamos ao banquete!
....
Quando os convidados chegarem ao grande salão onde serviam as refeições, todos os presentes fizeram uma grande reverência diante dos reis e da rainha Beatrice de Dalibor. Estavam também  presentes outros nobres como Heloise, Duquesa de Clement com seu marido o Duque, que já havia sido conhecido como o Rei Ozzil, o Justo.
Roshlyn havia sido apresentada a eles e de todos os nobres que havia conhecido, eles eram os mais agradáveis. Lady Heloise inclusive havia conhecido sua mãe e sabia do seu amor pelas rosas, flores que também cultivava em suas terras.
Porém, a pessoa que mais chamou atenção de Roshlyn foi Beatrice.
Ela era jovem e belíssima. Seus olhos azuis eram pequenos e seu sorriso apesar de tímido era aberto. Ela fazia um lindo casal com o Rei Cornell que era um homem extremamente bonito, educado e introspectivo.
Asim que todos foram acomodados, Roshlyn sentiu sobre si o olhar curioso de Beatrice.
Enquanto ela sussurrava algo  para  lady Heloise, seus olhos não saiam de cima dela.
-Porque ela me olha assim? Pensou Roshlyn encabulada.
Os nobres, convidados  do rei, nessa tarde sem especial estavam um pouco mais atrevidos do que o normal. Discretamente viu  sua majestade, a rainha  Beatrice olhando com curiosidade e desaprovação as atitudes dos nobres bulinando as coitadas das servas.
Roshlyn também desaprovava  as atitudes daqueles homens! Não era aceitável o que estava acontecendo ali! Uma luxúria e devassidão exarcebada.
Roshlyn baixou os olhos para não continuar vendo o que lhe trazia constrangimento, mas anotou  mentalmente os nobres envolvidos naquelas atitudes devassas para conversar com Aysha ou mesmo com sua majestade sobre o comportamento dos nobres para com os servos.
Roshlyn estava sentada  entre o  Cornell e o  rei Derek. Seus cabelos pretos estavam presos numa longa e grossa trança finalizada por uma fita azul e ela trajava uma túnica simples sem enfeites. Seus olhos azuis olhavam tudo sem contundo se prender a ninguém ou a  alguma cena  em especial. Porém, Roshlyn sentia olhar de Beatrice ainda  sobre si.
-Ela está me medindo? Seria lady Beatrice uma daquelas nobres empertigadas e competitivas?ou estaria  lady Beatrice com ciúmes dela?
Sabia que o casamento dos dois foi  arranjado assim como o  seu.
Mas lady Beatrice parecia bastante interessada no marido. Será que  ela aprendeu o amor cortês e sentia isso pelo marido?
O rei Derek falou um impropério. Roshlyn apertou sua boca para não murmurar algo que lhe trouxesse consequências. Estava constrangida de estar tão perto dos monarcas mais conhecidos daqueles tempos. Na verdade, gostaria de estar trancada em seu quarto. Longe de tudo aquilo.
A tristeza abateu. Sim! Daria tudo para estar longe dali!
Nesse momento, seus olhos cruzaram com os de Roshlyn. Beatrice lhe deu um pequeno sorriso. Em troca, Roshlyn esboçou um riso timido e abaixou os olhos novamente.
Não via a hora do rei deixar o banquete para que ela pudesse se retirar também. E assim que isso aconteceu, sem maior demora, Roshlyn deixou o salão.
...
Derek saiu apressado. Henriet o esperava no quarto amarelo, e ele sabia que devido a quantidade de convidados não poderia dar a ela, o tempo que ela exigia. Ultimamente Henriet estava irascível. Fazendo exigências que não lhe cabiam, já que ela não era a sua concubina. Após ter sido indagada por ele sobre o canteiro e o suposto envenenamento, Henriet chorou, falou sobre sua falta de confiança e por fim, lhe negou todas as delícias que estava acostumada a lhe oferecer de bom grado.
Mal chegou no quarto e Henriet já estava pronta para ele. E ele como sempre já a esperava com sua ereção contumaz.Ele a deitou na cama. Uma concessão para buscar a paz com a  jovem. Ele então abriu suas pernas e a tocou com a língua quente.
Henriet se desmanchou! Seus planos estavam dando certo! Não estava mais em pé ou de quatro como um animal. Estava deitada na cama do rei e ele a tocava com aquela intimidade pela primeira vez.
Henriet agarrou os cabelos de Derek para que ele tivesse mais acesso ao seu recanto íntimo. A glória de ter conseguido o que queria, lhe dava mais prazer e ela gemeu sedutoramente .
Derek ouviu passos e viu a porta entreaberta. Levantou-se num átimo para fechá-la antes que alguém pudesse vêlos.
Olhou pelo longo corredor e viu a guarda pessoal da rainha de Dalibor se afastando.
Esperava que a própria rainha não o tivesse visto em ato tão obsceno. Mas acreditava que era tarde demais.
Fechou a porta e olhou para Henriet.
- Trouxe para vossa majestade um último presente. Essa será a última vez que farei isto por milorde.
Derek a olhou confuso. Henriet estava ficando exigente e ousada. Como falava assim com ele? Ela era apenas uma criada! Derek arqueou as sobrancelhas e quando ia começar a falar,
Henriet se levantou e foi até a sala de banho de onde saíram mais três ou quatro jovens semi despidas.
Como abelhas em torno do mel, elas fizeram uma reverência e começaram a passar a mão pelo seu corpo e Derek se esqueceu de tudo o que pretendia dizer a Henriet.

....
Cornell chegou de sua cavalgada noturna com seu pai. Estava cansado da viagem e do longo banquete e conversas que pareciam não ter fim
Queria descansar para a caçada do dia seguinte.
Ao se despedir de seu pai, estava se encaminhando para seus aposentos, quando o primeiro ministro de Craig o interceptou para levá-lo ao encontro do rei Derek, que segundo o homem, o esperava retornar de seu passeio noturno.
Cornell estava cansado, mesmo assim acompanhou o ministro até o local onde Derek estava. Estranhou ele não estar em seus aposentos e sim num local conhecido como quarto amarelo, uma referência explícita aos vestidos amarelos usados pelas prostitutas.
Discretamente, o primeiro ministro se afastou e Cornell entrou no quarto deparando-se com Derek cercado com quatro ou cinco mulheres despidas ou seminuas.
Derek estava ocupado, com os olhos fechados, enquanto uma das mulheres o sugava com a boca e ele gemia e a segurava com força pelos cabelos.
Cornell olhou a cena e sorriu.
-Alerta Cavaleiro!
Derek no mesmo instante,  saltou da cana nu e usando suas botas de cavalaria  e num instante estava com a espada em punho.
Quando viu que era Cornell.
-Ora ora ora... quem chegou para se divertir.
Cornell  então desembainhou a sua espada e ambos se olharam  por um instante, em seguida começaram a lutar, deixando as mulheres assustadas, soltando gritinhos de medo ou seria, de euforia?
Passado alguns minutos, Cornell, encurralou Derek parede.
- Nada mal, meu rei-- Disse Derek
Cornell o olhou nos olhos,  e colocou sua espada na bainha ao lado do corpo.
-O que quiser falar comigo, conversamos amanhã. Vossa Majestade está ocupado.-
Disse olhando para as mulheres que com os seios desnudosfaziam convites lânguidos com os olhos.
-Não quer ficar e se divertir um pouco? As moças gostam de rapazes corajosos...
Disse Derek, pegando uma mulher nos braços e beijando seu pescoço com paixão.
Cornell virou as costas.
-Cuide-se.
E saiu.
Derek parou por um instante. Cornell era um homem casado agora. E nem se fosse antes, ele faria algo dessa natureza tão luxuriante.
Derek fechou os olhos, sentindo a boca lhe devorar com cama e experiência. De repente, ele pensou em Roshlyn.
Nos olhos azuis quase transparente quanto o mar.
Em sua boca pequena e carnuda. Seria ela capaz de levá-lo ao clímax?
Abriu os olhos e viu cabelos loiros entre as suas pernas.
Levantando-se rapidamente, ajeitou sua calça de  cota de malha, vestiu sua bata branca e por último seu manto de peles e se retirou do quarto, deixando as mulheres atônitas.
Henriet que estava no quarto, vou o rei sair e antes que pudesse lhe fizer algo, ela se voltou imediatamente  para a jovem que satisfazia o rei e lhe deus dois tapas no rosto.
-Vocês são incompetentes! Saiam daqui vagabundas dos infernos!!!!
Irritada Henriet andou de um lado para o outro.
O rei nunca negou uma orgia. Entretanto hoje, as vésperas de seu casamento, ele tem esse comportamento.
Teria que continuar tomando suas providências, já que o envenenamento foi descoberto a tempo pela  princesa fedelha.
Todos haveriam de lhe pagar.
Era só dar tempo ao tempo.

O Rei ProfanoWhere stories live. Discover now