Capitulo 37: O jantar de comemoração

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Naquela noite, Roshlyn estava especialmente bonita. Com ajuda de Bozena, ela vestiu um vestido azul de seda e pela primeira vez, usou uma coroa que Derek havia mandado fazer com um ourives nórdico, especialmente para ela. Queria estar bonita para seu marido, pois o seu olhar era especialmente adorável, quando ele sabia que ela havia se arrumado para ele.
O salão dos banquetes, estava  festivo.Nobres, os artistas e os trabalhadores braçais se divertiam e comiam o farto banquete proporcionado por Derek para comemorarem as coisas boas que estavam acontecendo.
Derek demonstrava em gestos gentis,  o quanto estava feliz e orgulhoso do banquete que Roshlyn havia organizado para aquela noite: pães deliciosamente frescos, sopas com amêndoas, peixes de água salgada, carne de porco e frango temperados com especiarias vindas do oriente, azeite, vinho e também hidromel e cerveja.
Quando Cornell adentrou o salão, todos se curvaram diante do rei de Dalibor e fizeram uma saudação ao pequeno herdeiro que tinha nascido alguns meses atrás.
-Vida longa ao príncipe Ricard!
O largo sorriso de Cornell causou surpresa aos nobres que antes o conheciam com a alcunha do rei sem coração. Mas ali estava um homem orgulhoso e feliz com a chegada de seu primogênito.
A rainha mãe que estava presente ao jantar elegantemente vestida e caminhando com uma bengala falou para que seu filho e sua nora pudessem ouvir.
-Em breve estaremos reverenciado o príncipe herdeiro de Craig, não é mesmo?
Dizendo isso, olhou para Roshlyn e piscou os olhos.
-Pelo que sei, disposição não falta aos dois.
Roshlyn abaixou os olhos envergonhada e Derek sorriu divertido.
-Em breve milady teremos novidades.
Nisso, Cornell se aproximou do grupo composto da família real de Craig e Theo.
Todos fizeram uma reverência e as irmãs de Derek começaram a falar ao mesmo tempo em busca de informações sobre Beatrice e o bebê.
Cornell estava com um semblante sereno e orgulhoso.
-Lady Beatrice está muito bem! Tive que deixar recomendações estritas para que não tirassem o olho de cima dela.
Aysha gargalhou com simpatia.
-Lady Heloise não deixará nada de mal acontecer. Ela está em boas mãos.
Cornell assentiu. Seus pais estavam em Dalibor não somente para assegurar o bem estar de todos, mas principalmente para minar o neto que estava sendo o único assunto de todo o reino.
Havia verdadeiras peregrinações para ver o pequeno príncipe e Beatrice não se furtava de receber a todos e mostrar orgulhosa o seu rebento.
Theo ouvia a tudo calado. Seus amigos estavam casados e aparentemente felizes e isso lhe causava contentamento e ao mesmo tempo dor.
Cada vez que olhava para Aysha com seu marido e filhos, ele não podia deixar de pensar que era ele que deveria estar ao lado dela. O sentimento que nutria por ela desde a adolescência parecia renovado naqueles dias em Craig, vendo-a constantemente, ouvindo sua voz e vendo a maneira carinhosa com que ela tratava a sua família.
Nunca teve a coragem de lhe dizer o que sentia por ela, e agora, embora ainda nutrisse uma paixão por ela, era sabia que tarde demais para os dois.
A conversa do grupo se dispersou e Theo se afastou de todos.
Notando que o amigo estava com um ar soturno esta noite, Derek olhou para Cornell preocupado.
O rei de Dalibor entendeu o amigo pelo olhar e falou baixinho para que ninguém o ouvisse:
-Ele vai ficar bem.
A noite passou ligeira, e um vento forte começou a soprar. Os trabalhadores nórdicos braçais, ficaram preocupados, e comunicaram que iriam até ao galpão para verificarem as condições das velas que já estavam sendo confeccionadas.
Como o banquete já estava praticamente no fim, os três reis decidiram acompanhar os trabalhadores, juntando-se a eles vários nobres que os acompanharam curiosos o novo investimento de Craig.
Com a saída dos homens, Roshlyn se retirou junto com as mulheres e se encaminhou para sua câmara real.
Bozena a esperava para ajudá-la a retirar o vestido da noite, para depois prepará-la para ir ao encontro do rei em seu quarto.
Quando Roshlyn chegou na porta de sua câmara, ela estava acompanhada de seus dois guardas pessoais. Porém, ela recusou a inspeção cotidiana que era feita antes das entrada no quarto e os dispensou.
Estava cansada e não havia porque essa preocupação toda com a sua segurança.
Nada de ruim acontecia em Craig. Ali, segundo ela, era o lugar mais seguro do mundo.
Quando Roshlyn entrou em seu quarto, viu que havia apenas uma vela acesa. Sentiu compaixão por Bozena, que deveria ter dormido esperando por ela. Roshlyn se encaminhou para acender os candelabros, quando tropeçou numa coisa grande e quente.
Ela não acreditava no que os seus olhos viam!
Petrificada de medo, ela não conseguiu gritar nem esboçar nenhuma reação.
Havia tropeçado no corpo inerte de Bozena no chão. Quando ela se aproximou para ver o que tinha acontecido com sua criada, sentiu uma forte pancada na cabeça, e a última imagem que viu foi uma sombra com um capuz preto se aproximar e então, ela perdeu os sentidos.

O Rei ProfanoWhere stories live. Discover now