Capitulo 29: Ainda não me sinto pronta, meu rei.

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Derek levou Roshlyn até o seu quarto. Ela ficou em pé na sua frente com o olhar baixo e o rosto corado. No meio da noite, em contato com a natureza, Ela deixou na fraqueza da sua  natureza humana o rei a tocar de uma maneira que um homem não deveria tocar em uma mulher.
Estava profundamente envergonhada de ter permitido que aquilo acontecesse! Roshlyn estava se sentindo como se tivesse traído as leis da igreja  e cometido o terrível pecado da luxúria. Estava arrependida do que permitiu que o rei fizesse com o seu corpo.
Ele a tocou em lugares escondidos e que Roshlyn nunca poderia supor que pudessem fazê-la sentir o que sentiu.
O rei percebeu que ela estava calada e extremamente  reservada. Ele virou a cabeça de lado, ensimesmado pela reação da rainha.
Com carinho, levantou seu queixo para que pudesse olhar em seus olhos.
Roshlyn era uma mulher era pura e inocente e ele temia que a intimidade provocada mais cedo a tivesse tornado cautelosa com ele agora.
-Vou tirar essa armadura. Você ficará bem?
Ela assentiu com a cabeça.
-Sim milorde.
Derek fez um carinho no seu rosto.
A beleza dela era pueril e singela. E ele a encantava de uma maneira desconhecida. Uma vontade enorme de não magoá-la mais, e de protegê-la acima de tudo e de todos tomava conta de seu coração.
Decidiu que não iria embora enquanto ela não falasse o que sentia.Apesar de desconfiar do que se tratasse. Por ser uma jovem criada para servir a igreja, o entrosamento deles no rio, devem tê-la deixado  confusa e alarmada. O primeiro contato carnal devia realmente causar um certo espanto e talvez um incômodo, pois a igreja era absolutamente contrária a encontros sexuais que não fosse a procriação.
O prazer é perigoso.
-Quer falar  o que a preocupa?
Surpresa com a pergunta do rei, Roshlyn não sabia se queria demonstrar o que sentia para ele e muito menos falar o que pensava naquele momento.
O despertar do seu corpo para todas aquelas emoções, a deixou muito assustada. Tudo foi tão intenso e inesperado e ela ainda tentava entender de onde surgia aquilo tudo. Como o seu corpo podia reagir a um pecado como aquele?
Devagar ela se afastou do rei e tirou o manto pesado colocando-o sobre o braço de uma cadeira. De costas, com os olhos baixos, ela simplesmente negou com a cabeça.
Derek se aproximou devagar.
Não iria desistir de criar diálogos entre os dois. Ela era muito quieta. Na sua educação não deve ter tido permissão para se expressar sobre seus sentimentos. Mas ele acreditava no diálogo. Acreditava que uma conversa poderiam desfazer mal  entendidos, sejam eles quais fossem.
-Roshlyn, eu sei que nosso casamento começou de uma maneira incomum. Admito que agi da minha maneira, mas estou pronto para assumir as responsabilidades do nosso matrimônio.
A respiração de Roshlyn estava acelerada. Ela ouvia aquilo mesmo?
Mesmo não obtendo nenhuma reação da parte dela, ele continuou:
-Admito que não sou um homem fácil de conviver. Mas, estou aqui buscando que nós tenhamos uma convivência de homem e mulher, e pra isso preciso que me diga o que pensa e sente. Assim como faço com você.
Roshlyn continuou de costas para ele. Não estava acostumado a falar com as pessoas dessa forma.
Mas ela não era qualquer pessoa. Era a sua esposa, a rainha de Craig, a futura mãe de seus filhos.
Era muito difícil para ele como rei e senhor, admitir seus erros perante algum ser existente.
Afinal, os reis fazem suas próprias regras. Mas próximo a Roshlyn ele sentia que a ele abaixava a guarda e não temia mostrar a ela a sua vulnerabilidade.
Queria muito que ela confiasse nele.
De uma maneira inesperada, queria fazê-la sentir-se bem na sua presença. Algo que nunca precisou antes em toda a sua vida.
Roshlyn então virou-se devagar e encarou o rei. Seus olhos azuis esverdeados estavam  marejaria de lágrimas.
-É sobre o que aconteceu no rio,  milorde. -Ela falou com a voz muito baixa.
Derek se aproximou e tocou seu rosto.
-E o que aconteceu não foi bom pra você?
Roshlyn sentiu o rosto pegar fogo de tanta vergonha.
Ela fechou os olhos.
-Sim.
-Abra os olhos Roshlyn.
Ela obedeceu, sentindo as lágrimas descerem pelo seu rosto.
-O que a atormenta?
- O que senti, milorde.
Derek abriu um sorriso. Entre as lágrimas, Roshlyn viu como seu marido era bonito e quando ela falava com ela com aquela doçura na voz, suas pernas tremiam. Novamente, ela voltou a sentir aquele estranho formigamento em seu corpo.
- E o que sentiu milady?
Roshlyn olhou para a boca do marido. Ele tinha um sorriso bonito e cativante. Seus olhos pareciam de uma criança travessa. E com as palavras  ditas quase sem respirar, ela falou.
-O que aprendi é que uma esposa não deve tremer de desejo nos braços do seu marido. Que não podemos ficar desnuda diante dele, que  não devemos sentir nada na presença do nosso marido, mas eu senti milorde. Eu senti um fogo me queimando por dentro, uma vontade de pertencer a milorde de uma maneira condenável. Estou muito envergonhada de sentir o que senti. Estou atormentada por ter deixado milorde me tocar da..daquela maneira... eu... eu... não sou assim milorde... eu prometo que foi a única vez... me perdoe por ter sido leviana e ter agido..
Derek colocou a mão sobre a sua boca, impedindo que ela continuasse a dizer todas aquelas palavras que não faziam sentindo algum.
-Shiiii.... Como pode pensar que o que aconteceu entre nós é ruim?
-Porque aprendi que assim é milorde. Uma esposa não deve agir da forma como eu agi..Eu.. eu... pequei.. pequei diante de Deus e  desrespeitei, vossa Majestade.
Derek não queria constrangi-la. Sabia que por criação, educação e catecismo da igreja, as mulheres achavam que não podiam satisfazer seus maridos como as amantes e concubinas.
Mas havia excessões. Havia casais dentro da nobreza que viviam uma intimidade diferenciada. Cornell e Beatrice, por exemplo, eram uma excesso. O casamento do amigo demonstrava que podiam viver relações verdadeiras e autênticas, mesmo sob a forte vigilância da nobreza e principalmente da igreja.
-Não me deve nenhum pedido de perdão Roshlyn. Você é minha esposa, minha mulher. E o que sentiu é natural. O nosso corpo reage dessa forma quando gostamos do que estamos fazendo. Não se lamente por se sentir uma mulher, e segundo as minhas leis, não é errado  sentir o que sentiu.
Roshlyn o olhava atentamente.
-Mas falo das leis de Deus milorde!
-Não é pecado sentir o que sinto quando olho para você. Quando penso em tê-la em meus braços, dessa forma...
Então ele pegou seu rosto com as duas mãos e depositou pequenos beijos em seus lábios.
Ela era um tesouro que precisa de polimento.
Ela inicialmente manteve os olhos fechados apenas recebendo os beijos como gotas de água, mas não demorou muito para que retribuísse os beijos deixando a língua de Derek suga-la com paixão. Estava sedenta para sentir tudo aquilo novamente.
Derek começou a tirar a sua armadura. E era muito difícil fazer aquilo sozinho.
-Ajude-me a me livrar dessa lata milady.
Roshlyn sorriu timidamente e começou a ajuda-lo a tirar as ombreiras e o peitoral, as juntas e depois o próprio rei retirou as peneiras, a pescoceira e o cinturão, ficando apenas com a túnica e a calça da cota de malha.
Derek estendeu a mão para ela e a levou até a cama. Roshlyn sentia um misto de emoções: medo, receio, desejo. Deitou- se e esperou. Não sabia o que vinha a seguir. Sabia que deveriam usar o lençol com o furo no meio para consumarem o ato carnal do casamento. Mas enquanto pensava nisso, o rei retirou sua túnica, deixando seu torso nu. Roshlyn prendeu a respiração. Nunca havia visto o corpo de um homem!  O rei tinha o corpo definido e musculoso pelo uso constante da espada. Espalhado pelo seu corpo havia várias cicatrizes e manchas rochas  remanescentes da batalha de Brugnaro.
Roshlyn viu o rei se aproximar lentamente e deitar-se  ao seu  lado, tocando com delicadeza seu rosto.
-Você é tão linda milady...
Sentindo o rosto corar. Ela falou suavemente:
-Ainda não me sinto pronta meu rei. Não me sinto pronta para consumar nosso casamento. 
Derek fechou os olhos. Seu corpo já estava pronto para ela, latejando de um desejo não satisfeito. Mas precisava ir com calma co Roshlyn. Então, virou-se um pouco de lado para que ela não sentia-se o volume na suas partes baixas.
Nenhuma mulher nunca negou estar com ele intimamente. Era muito comum para ele ter a mulher que quisesse e precisasse.
Mas aquela era Roshlyn, uma joia de tamanho quilate e unicidade. Precisava ter paciência para dar-lhe o polimento necessário para estarem juntos sem nenhum tipo de impedimento.
Queria que ela o desejasse de uma maneira que não conhecia. Que ela se tornasse dele por desejo real e verdadeiro, sem segundas ou terceiras intenções. Queria que ela se envolvesse com o homem Derek, cheio de erros, víssitudes, e vulnerabilidade. Queria pela primeira vez em sua vida fazer amor com uma mulher. Roshlyn.
Derek beijou sua testa e levantou-se da cama. Com calma vestiu a sua túnica e pegou sua espada e seu elmo, deixando o restante da armadura onde estava.
Virou-se para ela, e com uma voz terna e mansa disse:
-Boa noite Milady.
E virou as costas saindo silenciosamente.
.
.....
Horas depois que ele havia saído, Roshlyn continuava deitada na cama, com os olhos pregados no teto.
Já havia rezado um terço sem contudo, prestar atenção a ordem das contas, e teve  que recomeçar várias vezes, até que desistiu.
Seus pensamentos a mantinham alerta e preocupada.
Havia dito não ao rei de Craig. Havia dito não, ao seu marido legítimo. Não sabia se receberia um castigo no dia seguinte, pois havia cometido um ato reprovável. Ela negou ao rei seu direito consumar  o seu matrimônio.
Roshlyn sentou-se um pouco,  se recostando nos travesseiros.
Talvez o pior castigo fosse  o rei sair de seu quarto  e ir direto para os braços de Henriet, que daria a ele o que lhe foi negado.
Henriet não teria culpa ou arrependimentos. Ela seria para o rei, aquilo que Roshlyn não  teve coragem de ser: sua amante!
Roshlyn estava num dilema. Ao mesmo tempo que se entregou com paixão aos beijos e toques íntimos do rei, ela sabia que aqueles arroubos passionais a poderiam levar para as teias do pecado, da luxúria, e por fim, para o inferno!
Ela nunca se perdoaria por ter cedido ao pecado.Porém...Seu corpo lhe pedia mais. Mais de Derek. Mais do contato de suas mãos em seus seios, suas mãos em... oh céus...aquilo era profano e maravilhoso ao mesmo tempo....
Uma lágrima rolou de seu rosto, ela a enxugou.  .
-Agora estava feito. Amanhã veria o que o destino lhe reservou.

O Rei ProfanoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora