O Rei Profano

Capitulo 33: Então isso é o amor.

Theo havia chegado a alguns dias com uma pequena comitiva de cavaleiros. O ferimento de seu olho estava praticamente curado, mas ele ainda usava o tapa olho no olho esquerdo.
Derek o recebeu com alegria, pois esperava essa visita para poderem acertar a programação da vinda da madeira de Walden para iniciarem a construção dos barcos.
A expectativa do novo negócio era grande. O investimento seria enorme, mas estavam acreditando que aquele novo negócio lhe renderiam lucros muito maiores que os impostos cobrados  da vassalagem ou até mesmo  maiores do que seus tesouros herdados através de gerações.
Theo olhou para cima novamente e viu o buquê de rosas amarrado  no lustre em  cima da mesa onde o conselho se reunia.
Derek havia dito a todos os presentes, que em Craig, a partir daquele dia, quando tivesse um buquê de  rosas pendurado,  era o sinal que a conversa que ocorreria  ali seria equivalente a um segredo de estado.
-De quem foi essa ideia Dek? Das flores?
O rei de Craig olhou para o buquê acima de suas cabeças.
-Da Rainha de Craig. Não foi uma excelente ideia?
Theo assentiu.
-Sim. Interessante e incomum.
Os dois reis estavam sentados na sala  apenas com seus guardas pessoais. A reunião com os conselheiros dos três reinos Craig, Dalibor e Walden havia sido próspera e muito produtiva.
Acertarem calendários e prazos e os valores do investimento inicial.
Tudo estava perfeito.
Theo bebericou sua cerveja e disse num tom alegre.
-Então Dalibor tem um novo herdeiro.
Derek sorriu. Milo, um dos Conselheiro de Dalibor haviam lhe trazido a notícia que a Rainha Beatrice havia dado à luz a um menino, o pequeno príncipe ganhou o nome de Ricard, que significa príncipe corajoso. Cornell ficou com a esposa e com o filho recém nascido, algo muito incomum naquela época.
-Segundo Milo, nosso amigo participou do parto. Estava lá quando o filho nasceu.
Ambos sorriram na cumplicidade de uma amizade longa e duradoura.
-E você meu amigo? Como  está seu casamento? É sobre Henriet?Perguntou Theo curioso. Embora naqueles dias em que estava ali pode ver que o entrosamento entre ambos era muito grande.
Derek colocou os pés sobre a grande mesa de carvalho e colocou as mãos atrás da cabeça. Estava relaxado e possuía hoje um contentamento inexplicável que o fazia muito bem.
-Henriet foi expulsa de Craig e não ouvi mais falar sobre ela. Meu  casamento é a maior surpresa da minha vida. Estou muito bem casado.
Theo o olhou de soslaio.
-Isso significa que você abandonou sua alcunha  de profano?
O rei de Craig deu uma gargalhada vigorosa.
-Completamente!
Theo custava a acreditar que seu amigo que tivera uma vida amorosa errática durante tantos anos, havia se modificado assim tão completamente.
-E a que se deve isso Dek?
Derek mudou de posição, colocando as mãos sobre a mesa e olhando para o amigo com seriedade.
-Isso se deve a uma mulher que está me ensinando através da sua simplicidade e devoção a vida, que a melhor coisa do mundo e dividir sua vida com alguém,  é querer estar junto de uma pessoa e gostar disso.
Theo se sentiu satisfeito. O amigo finalmente encontrou alguém que pudesse lhe mostrar que  na vida tem coisas que precisam ser valorizadas e priorizadas.
-Então, isso é o amor.
Derek sorriu cheio de uma alegria pungente.
-Se o nome que se dá ao que eu estou sentindo é amor, que seja.
Os homens então brindaram:
-Vida longa a Ricard!
-Vida longa a Rainha Roshlyn!
-Vida longa ao amor!