Detenção

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O sol brilhava escaldante na calorosa Arbosa. Romeo girou o cano de metal nas suas mãos lentamente e encarou os outros a sua frente. Estava irritado, mas também contente que logo resolveria aquele problema. Eles haviam acordado de se encontrarem no parquinho atrás da escola. Girou o cano novamente encarando o líder do outro lado da parte de areia. Pablo estava com seu típico sorriso de escárnio que tirava o loiro do sério. Como era irritante.

— Vamos, seja racional. — ouviu uma voz ao longe e podia apostar que era aquele primo recém-chegado de Lucas. Outro giro nas mãos. — A tia vai me perguntar. E você também pode se machucar.

— Nick, já te mandei pra casa não me faça repetir. — Lucas rosnou para o primo se aproximando. — Fala, Romeo. — cumprimentou. — Ainda bem que não começaram sem mim. — ajeitou o soco inglês enferrujado que roubara do seu tio.

— Agora que a sua esposa chegou, podemos começar? — Pablo gritou. — Eu tô doido pra quebrar tua cara.

Romeo girou o cano sentindo seu rosto se aquecer em raiva.

— Sua bixinha. — acrescentou com um sorriso zombeteiro.

— Puta merda, ele tá morto. — ouviu um murmúrio atrás de si, mas correu logo em seguida com o cano em mãos pronto pra esmagar o crânio daquele filho da puta no concreto.

Pulou sobre Pablo com tanta força e tão cegamente que se o menino não tivesse saído com agilidade da sua frente com certeza era dali pro cemitério. Barulhos a sua volta de garotos de batendo o envolveram. Mas ele queria a cabeça de Pablo como prêmio.

— Merda. — ouviu Lucas perto dele e o menino segurou seu pulso. Franziu o cenho. O moreno puxou Romeo com mais força e dessa vez apontou para a esquina. Dois guardas municipais estavam correndo na direção deles. Romeo quis continuar a briga, mas Lucas era a voz da razão. Os dois correram depois de gritarem xingamentos e ameaças.

No meio do caminho Lucas ainda pegou seu primo que estava atrás de uma árvore observando a confusão como um cachorro que espera seu dono. Correram enlouquecidamente subindo a ladeira.

[...]

O sinal bateu ao mesmo tempo que a porta abriu e a Diretora Dulce entrou com a cara de poucos amigos na sala. De doce ela não tinha nada. Encarou os dois a sua frente enquanto se encostava na sua mesa e cruzava os braços.

— Senhor Fajardo, pode ver pela minha expressão que não estou nada surpresa em vê-lo aqui. — disse azeda. — De novo. — se dispôs a acrescentar. — Agora, — virou o rosto enrugado para o outro e balançou a cabeça em descontentamento. — senhor Alonso, eu sei das inclinações violentas do seu primo, mas admito que não pensei que se uniria a tamanha selvageria.

Nicholas Alonso tinha o tamanho de Romeo, porém tremia como uma vara verde na cadeira.

— E-eu n-não se-

— Na verdade, — ela o cortou e sinceramente nem parecia que tinha começado a ouvi-lo. — normalmente eu ignoro a sua completa falta de educação e boas maneiras. — o discurso voltou para o loiro. — Mas como dessa vez vocês fizeram o favor de estarem usando os uniformes da escola durante esses atos de vandalismo... — balançou a cabeça novamente como se precisasse reafirmar o quanto ela reprovava aquilo. — A orientação do Conselho Pedagógico é que ambos fiquem depois da aula. Dois dias para a retenção e três para o serviço comunitário. Esse último foi uma sugestão pessoal. — sorriu como uma bruxa esperando intimidar, porém Romeo apenas rolou os olhos. — E, sim, antes que perguntem, Lucas Alonso também vai receber uma bela punição. Acredito que será o suficiente ter que fazer três vezes mais o dever de casa com o braço enfaixado. Alguma pergunta?

brutal, stupid, lxveWhere stories live. Discover now