brutal, stupid, lxve

lxve by damage: mãe

já estamos na reta final e eu aqui pensando em já postar uma outra que eu tô escrevendo por motivos de porque sim

⚠️ capítulo contendo homofobia e relação conflituosa entre mãe e filho

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Parte 2, Capítulo nove: mãe

As batidas na porta não cessaram até que Romeo finalmente a abrisse. O jovem tinha deixado sua moto na oficina no dia anterior e isso só piorou o seu humor. Ele estava pronto para enviar para o plano espiritual a alma daquele que o atormentava em pleno domingo.

— Bom dia, querido! — Lucas sorriu. Seria seu último sorriso nessa encarnação.

— Lucas, — rosnou e franziu o cenho. — o que caralhos...

— Romeo! — seu pai o censurou da cozinha. O loiro respirou fundo e empurrou Lucas para fora da casa. O dia estava sem nenhuma nuvem nos céus.

— Que porra você quer?

— A sua delicadeza me emociona. Bom, eu não ia precisar vir aqui se você atendesse o celular. — cruzou os braços.

Romeo se apoiou no batente da porta e encarou a rua sem movimentação.

— Eu desliguei ele.

Lucas deu ao loiro um sorriso cínico.

— Eu percebi, tô te ligando desde ontem. Mas enfim, só achei que você devia saber. — Romeo voltou a olhá-lo. — Nicholas não está na cidade. — o loiro franziu o cenho. — Ele viajou ontem com a Jade.

Romeo sentiu seu coração despencar com as palavras de Lucas. Mas não havia razão para aquilo. Era só uma viagem, eles já tinham viajado antes. Então por que daquela vez ele já sentia Nicholas tão... distante? Ele estava exagerando.

Bom, você o mandou embora. Uma voz sussurrou no seu ouvido. E ele foi.

Lucas ajeitou o boné.

— Você devia aproveitar e ajeitar as coisas com a sua mãe. — outra vez seu coração pesou. Lucas esticou o pescoço para olhar no interior da casa e diminuiu o tom de voz. — Você vai atrás dela, eu sei, não sou idiota. — suspirou. — E também não posso te impedir. Então... resolva isso. Não vou deixar você magoar o meu primo de novo.

Romeo tampouco queria magoar ele. Mas tinha a sensação de que não podia controlar isso.

— Quem diria que você seria tão cuidadoso com a ele. — murmurou.

Lucas abriu um sorriso de orelha a orelha.

— De que outra forma eu posso impressionar a Jade?

Romeo rolou os olhos.

— Já estou indo. — ele disse. — Tente não morrer de saudades de mim.

O loiro fechou as mãos em punhos. Franziu o cenho.

— Lucas?

— O quê? — perguntou já deixando a casa.

— Me dá uma carona?

[...]

Romeo encarou o límpido céu azul. Estava contente que dessa vez tinha deixado a jaqueta em casa ou derreteria nela. A pracinha não estava mais tão cuidada como era quando ele era criança, mas ainda mantinha sua beleza rústica. As últimas famílias restantes da missa se dispersavam da frente da igreja.

— Tem certeza de que não quer que eu fique? — Lucas perguntou do banco do motorista do carro da tia Su, mas Romeo negou. Era melhor que ele fizesse aquilo sozinho. Precisava encarar seus demônios de uma vez por todas.