Capítulo extra: brutal, stupid, lxve

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Chegamos ao capítulo extra antes do hiatus e já estou com saudades :')  espero que gostem!

— E aqui faz assim. — Nina, a irmã de Romeo, explicava a Nick sua lição de matemática. Ele estava de babá naquele dia, mesmo que não fosse sua intenção. Nick recebera uma mensagem de Romeo dizendo que o pai estava fora da cidade e o chamando para a sua casa. É claro que Nick estava excitado demais com a ideia para se lembrar de Nina e quando ele chegou Romeo já estava de saída, avisando-o que deveria ficar olhando a irmã dele. E lá estavam os dois. Não foi uma tarde ruim, mesmo que não tenha sido a que ele imaginou. Fantasiava demais.

Nina era uma boa companhia, era fofa, engraçada, inteligente e não se importava que o gosto de Nick para desenhos animados fosse o pior de todos. Eles até assaram uns biscoitos.

E ela também sabia algumas coisas sobre Romeo. Ela dissera mais cedo que ele andava muito de skate, que sempre recebia presente de aniversário de Lucas, que suas notas eram surpreendentemente boas. Havia um prazer sutil em saber esses pequenos detalhes sobre o outro, fazia Nick sentir que tinha um espaço na vida de Romeo. Mas também havia outras coisas. Coisas que nem Romeo nem o Professor Fajardo imaginariam que Nina perceberia. Ela dizia que as vezes Romeo levava comida para a mãe na prisão, mas sempre voltava com a vasilha ainda cheia. Nina sabia que era para a mãe porque eram sempre as comidas favoritas dela. Nina também dizia que as vezes Romeo acordava no meio da noite chorando. “Ele não gosta de chorar, o Meu.” ela dissera. “E o papai não gosta que o Meu chore, por isso as vezes ele chora escondido” Nina confessara enquanto batiam a massa de biscoito.

Nick estava perdido em pensamentos enquanto a pequena garota rabiscava sua lição. Ele se sentia tão frustrado, as vezes o outro parecia tão perto e em outras tão inacessível. Nicholas deveria perguntar a ele sobre os choros que Nina falava? Não sabia qual seria a reação do outro. Deslizou os olhos para a garota com tranças e a bochecha suja de biscoito. Ela parecia tão leve, tão feliz, sem preocupações nenhuma. Se a vida tivesse sido mais justa com Romeo ele seria assim também?

O telefone tocou e Nick sentiu o sangue gelar. Ele enrolara o Senhor Fajardo o dia inteiro com desculpas esfarrapadas para justificar o sumiço de Romeo, mas não sabia por quanto tempo mais podia fazer isso. Levantou-se e atendeu.

— Nicholas, onde está Romeo? — a voz do outro lado não soava nem um pouco amigável.

— S-senhor, Romeo está... — demorou uma eternidade para responder. — no banho.

De novo?

Eu já usei essa desculpa?

— N-na verdade... — ouviu a porta sendo aberta.

— Nicholas, se você não passar o telefone para Romeo nesse exato instante eu vou ligar para a polícia.

Nick quase soltou um gemido, mas nessa hora Romeo surgiu na cozinha. Tranquilo como sempre.

— S-seu pai. — estendeu o telefone para ele e como um idiota não pode deixar de corar quando seus dedos roçaram.

— Oi. — Romeo grunhiu. — Sim. Sim, está bem. Tá, tá, tá. — e desligou. Por um momento o loiro cerrou os olhos para Nicholas.

Nina veio em seu socorro.

— Meu, olha o que eu fiz! — a voz estridente ocupou toda a cozinha. — E o tio Nick fez biscoito!

— Tio Nick? — Romeo perguntou e Nicholas ou estava delirando ou ele viu um meio sorriso nos lábios dele.

— Sim! — ela gritou balançando um papel nos dedos gorduchos. — De baunilha e de chocolate! Deixamos para você. — ela sorriu. — Ah, Meu, eu fiz desenhos! — a impaciência infantil mostrou inaceitável que a garota esperasse por mais algum tempo e saiu correndo para buscar os desenhos.

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