Confissão

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Feliz Natal gente *3* estamos no último capítulo, obrigada a todo mundo que acompanha Romeo e Nick nesse carrossel de emoções, os comentários de vocês são os MELHORES

A casa de dois andares estava situada em um bairro residencial e era normal demais. Nick não sabia o que esperar, talvez uma construção pichada e abandonada. Mas, pelo amor de Deus, aquela residência tinha até jardim. Isso o fez pensar um pouco em como a violência não escolhia status social. Balançou a cabeça ao descer do táxi. Deixaria essas reflexões para depois.

O garoto enfiou as mãos na jaqueta marrom e andou um pouco pelo caminho de pedra até tocar, quase timidamente, a campainha. Um senhor de meia idade abriu a porta. Ele era baixo, com uma barriga proeminente, calvo e com um bigode grande demais para o seu rosto. Por um momento Nicholas considerou ter ido ao endereço errado.

— Professor Fajardo? — perguntou em descrença.

— Pois não? — o homem retrucou com uma voz polida que não combinava nem um pouco com a figura dele.

Nick hesitou, balançando a perna.

— Er... eu, eu sou Nicholas, senhor. Sou primo do Lucas Alonso.

O homem arqueou a sobrancelha.

— Lucas? Sim, sim. Em que posso lhe ajudar?

Nicholas pigarreou e se perguntou se a sua coragem estava indo embora.

— Eu... vim entregar uma coisa para Romeo.

Os olhos do senhor Fajardo se estreitaram como se dissessem: são drogas.

— Você pode me dar que eu entrego.

Nick recuou.

— E-eu prometi a Lucas que daria pessoalmente para ele.

O homem cruzou os braços numa posição intimidadora que Nicholas pensaria ser impossível para alguém tão baixo.

— Ele não está em casa.

E Nick achou alguém tão ruim em mentir quanto ele.

— Papai! — uma vozinha estridente gritou correndo até a porta e o senhor Fajardo deve ter pensado que Nicholas fosse um tarado quando o jovem corou e arregalou os olhos brilhantes para a irmã mais nova de Romeo. Ela não devia ter nem cinco anos, mas era tão fofa que fazia o garoto querer apertar suas bochechas. Ele se perguntou se Romeo era assim quando criança e corou mais ainda. Se ele tivesse um filho seria assim... Ela parecia um daqueles cachorrinhos que participa de desfiles de filhotes. — Vem ver o que o Meu trouxe! — ela puxava a calça dele.

O senhor Fajardo pegou a menina no colo.

— É uma surpresa! Uma surpresa! — ela gritava.

— Papai já vai. — ele respondeu afastando o ouvido da boca barulhenta dela.

Foi então que a menina reparou em Nick.

— Você é amigo do Meu? — ela perguntou se escondendo atrás do braço do pai como podia.

— Sou. — respondeu sem pestanejar.

— Ah, ele tá no telhado. A escada é ali. — apontou para a lateral da casa onde havia uma cerca verde. A menina se desvencilhou do pai até voltar para o chão. — Vem, vem! — ela o puxava pela barra da calça até que o homem se deu por vencido e se retirou, resmungando que "tecnicamente ele não estava em casa".

Nicholas ainda ficou um tempo vendo-os se afastarem até perceber que ninguém o impediria de ver Romeo. Seu coração se acelerava mais e mais a medida que ele se aproximava da escada embaralhada nas folhas da cerca. Ele sentiu o sangue descer frio para os seus pés, se subisse aquela escada na sua atual situação era bem capaz de ele nem conseguir chegar ao fim dela. Engoliu a seco e choramingou um pouco por ser tão covarde, mas mesmo assim colocou as mãos na madeira e começou a subir. Chegou ao telhado do primeiro andar da casa e subiu na varanda, olhou através da porta vidrada e pôde ver malmente um quarto grande com uma televisão na parede e um vídeo game no chão, e o aposento até poderia ser da irmã mais nova dele se não tivesse dois skates pendurados na parede. Romeo andava de skate?

brutal, stupid, lxveWhere stories live. Discover now