brutal, stupid, lxve

capítulo extra: mal acostumado

e aí família, como estão? eu já tava com sdd :3

semana passada tava ensinando o conceito de fanfic pro meu pai, tô rindo até agora de ele em choque kkkkkk

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Nicholas gostava de quase tudo em Romeo, algumas coisas ele não se importava e outras ele preferia evitar. Mas ultimamente nenhuma delas o afligia mais do que o péssimo hábito do loiro de não se sujeitar a responder mensagens de texto. Romeo não gostava, usava o celular apenas em último caso e respondia Nick esporadicamente, uma ou duas sentenças eram o suficiente.

Para Nicholas, era um tormento.

Principalmente quando estavam no meio da semana e o outro se encontrava no dormitório da sua universidade em outra cidade. Romeo estava na segunda semana de provas e embora saísse mais cedo, ele raramente estava de volta antes de sábado. Ou pelo menos raramente procurava Nicholas antes desse dia. Como Nick poderia ter certeza se o loiro surgia e desaparecia como a chuva no verão?

Na solidão do seu quarto, o jovem se perguntava se no próximo ano seria diferente. Ele mesmo estaria entrando em uma faculdade, talvez em uma cidade ainda mais distante e manejar um relacionamento – ainda mais aquele – com todos esses obstáculos poderia ser desafiante. Ele não desistiria, claro que não, Nick não pensava em um relacionamento antes de Romeo e então não admitia nada além dele. Mas tampouco podia negar que via trabalho a frente.

Suspirou e rolou na cama, sentindo-se mais sozinho ainda com Jade ocupada com suas provas. A garota reclamava das aulas todos os dias e falava delas com um brilho nos olhos. Vai entender. E Lucas estava em casa agora, Nicholas achava que ele se sentia mal por ficar tanto tempo longe da mãe, seria o segundo filho a se mudar para tão distante.

Outro suspiro. Não importava o quanto desviasse seus pensamentos para outros lados, se Nick estava desocupado, com tédio ou simplesmente fora do seu controle, ele voltava a pensar em Romeo. Ligou o celular mais uma vez e nada de mensagens dele, nem atualizações nas raras redes sociais que o loiro tinha, e-mail, ligação ou SMS. Um eremita se comunicava mais com a sociedade. Rolou na cama, o peito para cima, reflexo da sua agonia.

Abriu suas conversas, várias mensagens de Nick e as respostas de Romeo eram quase sempre "o que é?", "hmm", "sim" e "não". Rolou os olhos. Estavam trabalhando na questão do diálogo ainda. Mas um ponto chamou a atenção de Nick. Alguns meses atrás umas mensagens se destacaram, era uma foto de Romeo com uma camisa de Nicholas. O jovem se lembrava desse dia. Mordeu o lábio inferior, uma sensação familiar esquentou sob seu umbigo. Na foto o loiro estava na frente do espelho, o corpo levemente inclinado. Não havia nada de sugestivo além da ordem "vem buscar". Nicholas obviamente foi, como se sua vida dependesse disso e dependendo do humor de Romeo, as vezes dependia mesmo.

Nicholas se levantou de supetão e procurou a camisa, achando-a pendurada no cabide do armário. O tecido era o mesmo, assim como o corte e as cores. Mas só o pensamento de que o loiro já a tinha usado era o suficiente para transformar aquela peça em ouro para Nick. Ele a pegou e a sentiu nos dedos, imaginou a sensação de traçar os dedos sobre ela no corpo de Romeo, de tirá-la dele. De tirá-la dele enquanto o irritava, de ser punido por isso. Afundou o rosto sorridente na peça, o cheiro do loiro não estava mais lá, porém Nick não precisava que estivesse, ele o tinha na memória. Deu alguns passos para trás e encontrou a cama, caindo nela e perdido em sensações.

O tecido estava por todo o seu rosto, cada centímetro da sua pele ansiando por aquilo. Era Romeo. Desceu uma mão e desabotoou o short. Era a camisa que ele tinha usado, ele tinha vestido ela pensando em Nick. O pensamento enviou uma corrente elétrica por todo o seu corpo. O que mais ele teria feito com aquela camisa?