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Eu me agachei e minhas preasa se alongaram. O denso cheiro de sangue invadia cada canto da sala, fazendo minha cabeça girar. Era impossível saber onde atacar primeiro.

Os vampiros rosnaram novamente e, em resposta,emiti um grunhido baixo. O círculo se fechou em volta de mim. Eram três, e eu estava preso como um peixe numa rede, um cervo cercado de lobos.

-O que pensa que está fazendo? - perguntou um dos vampiros. Parecia estar em seus 20 e poucos anos e tinha  uma cicatriz que percorria toda a face, do olho esquerdo ao canto do lábio.

-Sou um de vocês - falei, imóvel e ereto, com as presas á mostra.

-Ah, ele é um de nós! - disse um vampiro mais velho em uma voz cantarolada. Usava óculos e um colete de tweed por cima de uma camisa branca. Mas, a não ser pelas presas e pelos olhos avermelhados, podia passar como contador ou um amigo de meu pai.

Eu me mantive impassível.

-Não tenho problemas com vocês, irmãos.

-Não somos seus irmãos - disse outro, de cabelo castanho-alaranjado. Não parecia ter mais de 15 anos. O rosto era amistoso, mas os olhos verdes eram implacáveis.

O mais velho avançou um passo, colocando o dedo ossudo em meu peito como uma estaca de madeira.

- E então, irmão, essa é uma boa noite para jantar... ou morrer. O que me diz?

O jovem vampiro se ajoelhou a meu lado, olhando nos meus olhos.

-Parece que ele terá as duas coisas. Que sujeito de sorte - disse ele, mexendo em meu cabelo. Tentei chutá-lo, mas meu pé simplesmente golpeou o ar sem atingir ninguém.

-Não, não, não. - Enquanto o vampiro com a cicatriz olhava sem dizer nada, o mais novo pegou meus braços e os prendeu tão forte e abruptamente ás minhas costas que eu ofeguei. - Não nos desrepeite. Somos mais velhos. E você já foi bastante desrespeitoso, se a casa da Srta. Molly serve de indicação - Ele falou o nome dela lentamente, como um cavalheiro educado e benevolente do Sul. Mas o aperto de aço em meus braços indicava que ele não era nada parecido com aquilo.

-Não fiz nada - falei, esperneando novamente. Se era para morrer, morreria lutando.

-Tem certeza? - perguntou ele olhando-me de cima, enojado. Tentei me virar, mas ainda não conseguia me mexer.

O vampiro mais velho riu.

-Não consegue controlar seus desejos. Impulsivo, este aqui. Vamos lhe dar uma dose do próprio remédio - Com um floreio, ele me soltou, empurrando-me para frente com uma força que jamais senti. Bati no reboco da parede, com um estrondo e caí sobre o ombro, minha cabeça estalando no piso de madeira.

Eu me encolhi sob meus agressores, percebendo que, se sobrevivesse a este encontro, não seria heroicamente.

-Eu não pretendia fazer nada. Sinto muito - Minha voz saiu entrecortada.

-È mesmo? - perguntou o jovem vampiro com um brilho nos olhos. O som de madeira se quebrando invandiu meus ouvidos. Eu me encolhi. Um vampiro podia enfiar uma estaca em outro? Não era uma pergunta que eu quisesse ver respondida da forma mais difícil.

-Sim, Sim! Eu não prentendia entrar aqui. Não sabia que havia alguém aqui. Acabo de chegar a Nova Orleans - falei, procurando uma desculpa.

-Silêncio! - ordenou ele, avançando em minha direção com um pedaço de madeira irregular na mão. Me encolhi contra a parede danificada. Então era assim que terminaria. Morrendo com uma estaca improvisada, assassinado por minha própria espécie.

sede de sangue -diarios de Stefan -vol.2Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz