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Na rua deixei que a mulher me levasse para longe da mutidão de bêbados, em direção a uma transversal atrás de um bar de nome Calhoun's.

-Desculpe - disse ela sem fôlego - Não sei o que me deu em mim. Em geral não sou tão ousada, é só que...

-Fico feliz por isso - interrompi-a. Ela tremia e envolvi seu corpo magro em meus braços. Ela imediatamente se afastou.

-Você é tão frio! - exclamou ela num tom de acusação.

-Estou? - perguntei, fingindo indiferença. Você quer me beijar, pensei.

Ela deu de ombros.

-Está tudo bem. É que eu sou sensível á temperatura. Mas conheço um jeito de nos aquecer - Ela sorriu timidamente, então se colocou nas pontas dos pés. Seus lábios se comprimiram contra os meus e, por um momento, eu me permiti desfrutar de seu calor e da sensação do sangue correndo por suas veias enquando ela me obedecia.

Então avancei para o pescoço.

-Ai! - protestou ela, tentando me empurrar - Pare!

Você vai sucumbir, porque só assim permitirei que sobreviva, pensei, usando cada fibra de meu ser para coagi-la á aquele momento crucial. Ela me olhou com uma expressão confusa antes de voltar a meus braços, o rosto era uma máscara de sonolenta satisfação.

Bebi um gole de sangue, consciente demais de Lexi e dos outros dentro do bar. Então puxei a mulher, colocando-a de pé. Tive cuidado. Os buracos que fiz em seu pescoço eram minimos, e era quase impossível enxergá-los com a visão humana. Ainda assim, ajeitei o cachecol no pescoço dela para cobri-los.

-Acorde - sussurrei suavemente

Seus olhos se abriram, o olhar desfocado.

-O que... Onde estou? - perguntou ela. Eu podia sentir o coração dela bater mais rápido, sentia que a moça estava prestes a soltar um grito.

-Você estava ajudando um freguês bêbado - falei - Agora pode ir. Eu só queria saber se você estava bem.

-Peço desculpas, senhor. Em geral, os fregueses não ficam tçao desordeiros no Miladies. Obrigada por me ajudar. Eu lhe darei um uísque, por conta da casa - disse ela, piscando para mim.

Entrei no Miladies atrás dela e fui recompensado por um breve sorriso de Lexi na mesa do canto.

Bom trabalho, rapaz.

Segui a mulher até que ela tivesse seguramente reassumido sua posição atrás do balcão de madeira polida do bar.

-Qual é o seu veneno? - perguntou ela, com a garrafa na mão. Ela estava pálida, como se estivesse levemente gripada. Enquanto isso, seu sangue estava quente em meu estômago.

-Já bebi o suficiente, obrigado, senhorita - falei, pegando sua mão e levando-a até a boca, beijando-a com a mesma ternura com que marquei seu pescoço.

sede de sangue -diarios de Stefan -vol.2Where stories live. Discover now