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-Stefan - sussurrou uma voz sem corpo.

Eu estava na parte de trás do labirinto em Veritas, a sebe verde e exuberante erguendo-se mais alto do que minha cabeça, o sol batendo em meus ombros. Minha gola dava coceiras e me sufocava - por algum motivo, eu estava com minhas roupas de domingo.

Damon se aproximou pela minha lateral, os olhos azuis arregalados e inocentes.

-Quer apostar corrida, irmão? - desafiou-me

É claro que aceitei.

Corremos a'te perdemos o fôlego, nossos pulmçoes esgotados do esforço e dos risos. Damon sorria para mim, feliz, até que uma nuvem mudou tudo e ficou escuro. PAra meu pavor, suas feições se metamorfosearam. Os olhos escureceram e os lábios tornaram-se vermelhos como sangue. QUando percebi, ele estava em cima de mim, prendendo-me no chão, mas não de brincadeira. Pegou alguma coisa no bolso e então me golpeou com ela no peito, e eu fiquei deitado ali na grama macia, ofegando meu último suspiro.

De repente estávamos sentados no balanço da varanda, com Katherine entre nós, a malícia em sues olhos escuros enquanto ela arrancava as pétalas de uma margarida. Suas pernas estava tão próxima que a senti roçar na minha. Enquanto seu olharia de um lado para o outro, percebi o jogo que ela fazia: a flor determinaria qual de nós seria o escolhido. Quando chegou á última pétala, seus olhos se fixaram nos meus, e eue sabia que era o vencedor. Ela se inclinou para me beijar e eu fechei os olhos, esperando o toque macio de seus lábios.

Mas, em vez disso, senti uma estaca cravar em meu coração. Abri meus olhos e lá estava meu irmão, rindo ao enfiar a madeira ainda mais fundo em mim, as pétalas da flor esmagadas sob meu corpo prostrado.

Mnha cabeça tombou para o lado e os olhos focaram na menina na grama ao meu lado que morria de tanto sangrar. Seu cabelo era vermelho-fogo e a pele sob as sardas, clara com a lua.

Callie!, tentei gritar. Mas Damon estrangulou minhas palavras antes de afundar várias vezes uma faca nas costas de Callie.

-Stefan! - chamou uma voz de novo, desta vez mais alta.

Reconheci o cantarolar agudo. Lexi.

-Nãããooo... - gemi. Não permitiria que Damon matasse Lexi também - vá embora!

-Stefan... - Ela se aproximou mais, ajoelhando-se a meu lado e segurando uma taça em meus lábios.

-Não- disse eu de novo.

Ela sacudiu violentamente meus ombros. Meus olhos se abriram. As paredes rachadas a minha volta eram pintadas de vermelho, e vi um retrato de moldura dourada na parede oposta. Sentei-me, tocndo o rosto com as mãos e então olhando para baixo. Ainda estava meu anel. Toquei a pedra. PArecia muito real.

-Lexi? - perguntei com a voz embargada.

-Sim! - ela sorriu, claramente, aliviada - Você acordou.

Olhei meu corpo. O braço ainda latejava e havia sangue seco sob minhas unhas.

-Estou vivo?

Ela assentiu.

-Mais ou menos.

-Damon?

-Não conseguimos pegá-lo - disse sombriamente - Ele fugiu.

-Callie? - perguntei. Não queria ouvir, mas precisava saber.

Lexi olhou as unhas por um bm tempo, depois ergueu os olhos âmbar ao encontro dos meus.

-Lamemento muito, Stefan. Nós tentamos... Até Buxton tentou salvá-la...

-Mas ela já estava longe demais - concluí por ela. Minha cabeça latejava - Onde ela está?

Lexi afastou o cabelo embaraçado de minha têmpora. Seus dedos eram frios sobre minha pele em fogo.

-No rio. Toda a cidade está procurando por ela... - A voz de Lexi falhou, mas compreendi tudo o que ela não dizia.

Todo o circo de aberrações sabia de minha amizade com Callie. Então, se as pessoas estavam me procurando, minha peresença era um perigo para Lexi e sua família.

MAs mesmo que meus dias aqui não estivessem contados, eu não poderia ficar. Nova Orleans continha dor e lembranças demais, lembranças que eu ainda nem começara a processar.

Caí para trás sobre os travesseiros.

-Antes de descansar, precisa beber - murmurou Lexi, me ajudando a me snetar novamente - è o seu preferido, sangue de cabra - disse ela com um sorriso triste.

Pus os lábios na taça. O líquido engrecido não tinha nada do sabor doce e encorpado do sangue humano jamais teria: uma faísca mínima de redenção. Quanto mais daquilo eu bebesse, menos sangue humano correria por mim.

MAs eu não era ingênuo. A culpa sempre correria por minhas veias. Matei demais em meu curto perído de vampiro, destruí vidas demais. Quer eu tivesse bebido sangue ou não, a morte de Callie também estava em minhas mãos. Eu devia ter lhe dado as costas, dito que jamais queria vê-la. Mas fui fraco.

-Bom menino - murmurou Lexi enquanto eu terminava de beber.

Não me sentia bem. Tinha náuseas, estava assustando e inseguro sobre o que iria fazer. Damon ainda estava no mundo, em algum lugar, e o sangue de Callie corria em suas veias. Meu estômago se aperto.

-Não sei o que fazer - admiti, procurando respostas nos olhos de Lexi. Mas ela ficou em silêncio.

-Não sei o que lhe dizer - disse ela por fim - Mas sei que é um homem bom

Suspirei, pronto para observar que eu nem era homem, e sim um monstro. Mas Lexi se levantou e pegou as canecas da mesa de cabeceira.

-Chega de falar. Descanse- disse ela, colocando os lábios em minha testa - E procure, meu querido Stefan, não sonhar.


sede de sangue -diarios de Stefan -vol.2Where stories live. Discover now