IV- Informante

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Ficar bêbada no meio da semana não estava nos planos de Verônica, mas ela não podia negar toda a animação de finalmente ter algum rastro para seguir.

Haviam acabado de chegar a um bar qualquer, Steve e Javier andavam a sua frente em um debate acalorado sobre alguma bobagem, ela realmente não estava prestando atenção.

O lugar era terrivelmente mal iluminada, coberto de madeira do chão ao teto e definitivamente tinha uma decoração questionável.

Os homens sentaram a uma mesa próxima de uma jukebox  caindo aos pedaços que tocava uma música em espanhol que a ruiva desconhecia.

—Vão querer beber o que? —Steve estava levantando para ir em direção ao bar, não estava com paciência para esperar alguém ir atendê-los.

—Whisky —Responderam em coro, os dois colegas.

Javier não podia dizer que estava radiante com a nova pista, aquilo significava que teria que por Maritza em perigo e ele não conseguia reprimir aquele desejo de mater a morena segura.

—Um   dólar  pelos  seus  pensamentos, chefe. —Verônica levava um cigarro até os lábios com os olhos fixos nos do mais velho, ela já estava preparada para qualquer grosseria que sairia daquela boca.

—Não sabia que você fumava. —Peña parecia realmente surpreso em ver a mulher a sua frente soltando a fumaça com certa graça.

—E não fumo. —Deu de ombros e tombou a cabeça para o lado o olhando com curiosidade. —Nicotina ajuda com estresse.

Javi bufou e soltou uma curta risada, notou Steve se aproximando da mesa enquanto tentava a todo custo carregar três copos e uma garrafa de Old Parr.

—Existem outras maneiras de lidar com estresse, Verônica. —Tratou de arrancar um dos copos das mãos do Murphy e serviu sua bebida. —E não acabam com você tendo câncer de pulmão.

A garota deu um breve sorriso e deu um último trago antes de descartar o cigarro.

—Quando vai falar com a mulher? —Ela simplesmente não conseguia se conter, precisava que Peña lhe desse mais informações.

Steve interrompeu a mais nova lhe empurrando um copo com whisky, o líquido âmbar balançou um pouco.

—A gente não vai falar de trabalho agora, gatinha. —Javier não poderia estar mais grato pela fala do loiro. —Não é lugar pra isso, mas relaxa, Javi não consegue deixar o pau dentro da calça por muito tempo.

O moreno revirou os olhos e deu um longo gole em sua bebida, passava os olhos por todas as pessoas naquele lugar, nunca se sabe quem vai estar ouvindo aquelas conversas.

—Você devia chamar ela hoje. —Verônica disse se encostando a cadeira, o olhar afiado de Peña lhe dizia para calar a boca a todo custo. Ela levantou as mãos em rendição  e suspirou. —Só tô dizendo que seria legal agilizar tudo isso.

—Sabe, Javi, você bem que podia fazer isso pela gente. —Steve seguiu os passos da colega. —Não é nem como se fosse um grande sacrifício pra você olhar pra aquela mulher linda.

—É, de quebra você ainda vai transar. —A ruiva argumentou, tomando todo o conteúdo amargo de seu copo em um único gole.

Javier tentou disfarçar todo o incômodo que sentiu, e limitou-se a encarar as duas pessoas a sua frente. Steve tinha um meio sorriso brincalhão, mas Verônica parecia ansiosa para que ele apenas concordasse logo com aquilo.

—Porque não conta pra gente algumas coisas sobre você, Verônica. —O moreno a fitava com uma expressão séria, Murphy logo olhou para a garota com curiosidade.

Don't Blame Me - Javier PeñaWhere stories live. Discover now