XVIII - Carrie, a estranha

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Verônica acordou assustado com o som alto da campainha e de batidas na porta. Ainda devia ser noite, pois o quarto estava completamente escuro, Javier levantou da cama depressa e pegou a arma sobre a mesinha de cabeceira.

—Fica aqui. —Ele falou para a garota enquanto sumia pelo corredor.

A ruiva não sabia ao certo porque havia  obedecido, mas esperou um pouco impaciente pelo menor sinal de problemas. O barulho havia parado e uma choro alto vinha da sala de estar, o que só serviu para intensificar o medo que crescia nela. A urgência na voz de Steve fez com que ela corresse até eles, não suportava a ideia de ver o amigo machucado.

Maritza estava coberta de sangue. Os cabelos pretos pareciam grudados a cabeça devido o líquido carmesim que cobria literalmente todo seu corpo. Ela parecia em choque, apenas chorava e tremia enquanto ouvia o falatório dos homens ao redor de si.

—Verô? Tá fazendo  o que aqui? —Steve foi o primeiro a notar a presença da agente, sua expressão era de pura confusão.

—Longa história. O que aconteceu com ela? Tá machucada? —Ela  caminhou depressa até a figura frágil e procurou por ferimentos apenas com o olhar.

Javier não conseguia falar uma palavra se  quer, sentia que de alguma forma aquilo era culpa dele, afinal ele a tinha envolvido na investigação.

—Não, encontrei ela lá fora quando cheguei do bar.  —O loiro passava as mãos pelo cabelo, tingindo-os de vermelho.

—Tá tudo bem, Maritza. —A ruiva tentou falar o mais suave que conseguia, mas a mulher continuava a olhar apavorada. —Você conhece a gente, vamos cuidar de você e vai ficar tudo bem.

Verônica repousou a mão sobre o braço da mulher esperando que ela  se afastasse, mas ela não o fez. Javier  aproximou-se devagar  e colocou a mão sobre a bochecha da morena em um gesto simples de carinho.

—Precisa falar o que aconteceu. —A morena se afastou depressa do toque dos dois, lágrimas começavam a rolar por seu rosto novamente. —Tudo bem, tudo bem. —A agente levantou as mãos em rendição e apenas focou em encarar a outra. —Quer tomar banho? Tirar tudo isso de cima de você.

A outra limitou-se a um aceno rápido de cabeça, ela parecia finalmente estar entendo onde estava, sua expressão parecia mais calma quando olhou ao redor e percebeu que conhecia muito bem aquele lugar.

—Javi, leva ela pra tomar banho. —Verônica nunca tirava os olhos de Maritza enquanto falava.

—O que? Não. —Ele parecia nervoso, seu rosto em completo desentendimento.

—Ela conhece e confia em você. —A ruiva finalmente o encarava enquanto falava, deu um leve aperto da mão do amigo e o direcionou um pequeno sorriso. —Vai ajudar a fazer ela falar.

O moreno levou a mulher para o banheiro, Steve apressou-se em olhar a amiga de cima a baixo, a camiseta de Javier se quer chegava até o meio da coxas da garota.

—Vai me contar o que tá fazendo aqui? —Murphy se jogou na poltrona próxima a janela e encarou a amiga com claro divertimento. —Ou vai deixar que eu tire minhas próprias conclusões?

—Não chega nem perto do  que sua mente suja imaginou, gatinho. —Verônica revirou os olhos e sentou no braço do sofá. —A gente se  beijou.

—Finalmente! —O amigo praticamente gritou com  um grande sorriso nos lábios. —Espera, você acabou de mandar seu cara dar banho em outra mulher?

—Foi só um beijo, Steve. —A ruiva limitou-se a rolar os  olhos novamente e encarar o mais velho. —A gente não tá namorando, além do mais ele já viu ela nua um milhão de  vezes.

Don't Blame Me - Javier PeñaWhere stories live. Discover now