X - Interrogatório

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Javier estava sentado a sua mesa desde as oito da manhã, não aguentava mais olhar para toda aquela papelada, mas não podia a repassar para nenhum dos outros agentes.

Steve batucava com uma caneta sobre o braço da cadeira, os dois sentiam que podiam morrer de tédio a qualquer momento.

-Então...-O loiro girou na cadeira e voltou a encarar o amigo. -Porque eu tenho a impressão que as coisas entre você e a Vero estão esquisitas?

Javier rolou os olhos e continuou a digitar, não queria contar sobre o quase beijo, afinal aquilo nunca teria acontecido se os dois não estivessem bêbados.

-Não tem nada esquisito. -O moreno deu de ombros e finalmente encarou o amigo. -Não é nenhuma novidade que ela me odeia.

Murphy soltou uma risada e levou as mãos aos olhos, ele era realmente tão cego ou gostava de se fazer de idiota?

-Ela não te odeia. -O loiro falou como se fosse a coisa mais óbvia que já havia falado na vida. -Mas você consegue ser um super babaca toda vez que fala com a garota.

-Eu não sou babaca! -Javier bufou e apoiou os cotovelos sobre a mesa. -Eu só me preocupo. Não é culpa minha se ela parece querer se meter em todas as situações que podem fazer ela morrer.

Steve sabia que o amigo tinha razão, afinal ele também temia pelas ações da mais nova. No entanto não podia negar que o moreno fazia um esforço extra para ser ríspido com a ruiva.

-Eu sei, eu sei. -Murphy imitou os gestos do amigo e inclinou-se sobre a mesa. -Só tô dizendo que você podia fazer um forcinha e tentar ser legal com ela.

-Eu fui legal com ela no bar...

Então conhecido barulho dos saltos da mulher soaram pela delegacia, os dois amigos trataram de fingir que estavam focados em suas próprias tarefas.

Verônica estava sentindo-se estranhamente bem, bonita até. Aquele hematoma a deixava com cara de malvada e ela gostou daquilo. Vestia uma calça de alfaiataria cinza escuro com uma camiseta canelada preta, nos pés uma scarpin metalizada chamava toda a atenção.

-Bom dia, rapazes. -O tom era animado e caloroso como eles nunca haviam ouvido antes.

Os dois homens se entre olharam desconfiados, ela estava bonita demais para um dia de trabalho qualquer naquela droga de delegacia.

-Bom dia, gatinha. -Steve abriu um grande sorriso para a mais nova e encarou o amigo.-Javi, da bom dia pra Verônica.

A mulher precisou conter o sorriso com a implicância infantil do loiro, mas Peña limitou-se a sorrir de canto e encarar a ruiva.

-Bom dia, Verônica. -Ele a olhou dos pés a cabeça e voltou a sorrir. -Você tá linda.

A garota se odiou por ruborizar devido ao comentário do moreno, a risada de Steve já enchia o lugar.

-Ela já chegou? -Foi direto ao ponto e encarou os dois, tentava disfarçar o desconforto devido aos olhares de Peña. -Quero conduzir o interrogatório, se não se importarem.

-Não, ela não chegou e por mim tudo bem. -Steve piscou para a amiga e voltou seus olhos para os papéis a sua frente.

A ruiva desviou os olhos para Javier em busca de aprovação e o mesmo limitou-se a acenar positivamente com a cabeça.

-Peña, a garota chegou. -Van-Ness dizia com pressa, seus olhos correndo entre os três agentes a sua frente.

Verônica tomou a frente e ouviu os dois homens a seguirem, eles sussurravam alguma coisa, mas ela não tinha tempo para as bobagens deles.

Don't Blame Me - Javier PeñaWo Geschichten leben. Entdecke jetzt