VI - A festa.

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Para o completo terror de Javier a sexta-feira passou terrivelmente rápido, haviam chegado ao apartamento de Verônica há  pelos menos vinte minutos.

Steve andava em círculos pela sala de estar enquanto o moreno fumava um cigarro com a ingenua intenção de esquecer de toda aquela história por um momento.

No quarto a ruiva a ruiva tentava a todo custo parecer bonita para aquela noite, mas a energia caótica dos dois homens parecia irradiar pelas paredes do lugar, a desconcentrando da tarefa.

O vestido preto longo tinha um decote acentuado, o que deixava a pele branca do colo da mulher completamente visível, pela primeira vez na vida gostou de ter peitos pequenos. Sua cintura parecia marcada, na verdade todo seu corpo parecia marcado.

O tecido do vestido ressaltava tudo que Verônica fazia questão de esconder. Toda aquela feminilidade, aquele corpo que ela achava ser uma fraqueza. Ser mulher em um trabalho repleto de homens lhe tirava algumas liberdades.

Os cabelos simplesmente caiam em uma cascata avermelhada, não tinha ideia de como fazer um penteado descente, então apenas deixá-los soltos parecia mais inteligente.

A maquiagem era muito simples, na verdade. Não gostava de como seu rosto parecia com maquiagem, então limitou-se a passar máscara de cílios e um batom borgonha intenso.

—Puta  que  pariu, ela tá  demorando  demais. —Steve suspirou, finalmente havia parado de andar e olhava para o corredor que levava ao quarto da mulher. —Você não tá indo casar, gatinha!

Peña revirou os olhos e jogou o restante do cigarro pela janela, estava feliz que ela estivesse demorando, porque significava que passaria menos tempo na presença daquelas pessoas perigosas.

O som dos saltos da ruiva soaram pelo lugar, Javier sentiu um frio na espinha, não podia deixar transparecer o quão apavorado estava naquele momento.

—Meu deus. —Ouviu Murphy murmurar para ela, mas não conseguia ver ainda o motivo de tanta surpresa. —Vai enlouquer aquele maldito narcotraficante, gatinha.

A risada sem graça dá mulher o fez se aproximar de Steve. Imediatamente prendeu a respiração, seu nervosismo estava praticamente o dominando.

Ela estava linda. Claro que estava, ele sabia que estaria, mas sabia que acabaria chamando muita atenção. Engoliu em seco, incapaz de formar qualquer frase coerente.

Steve caminhou com pressa até a mesa da cozinha onde se encontravam alguns dos equipamentos que a fariam levar.

Verônica havia notado o terror nos olhos de Javier, as mãos dele tremiam e ele se quer parecia notar.

O loiro havia voltado com um arma e o telefone da mais nova.

—Acha que consegue guardar a arma na bolsa? —Murphy já havia percebido que o amigo parecia incapaz de se mover, e ele entendia, também estava tremendo pela vida da mulher a sua frente.

Verônica limitou-se a verificar se a arma estava carregada e a guardar em seguida, juntamente com o telefone.

A chave do carro balançava em seus dedos quando os três se dirigiram até a garagem. A respiração de Javier estava muito alta, o que só a deixava mais ansiosa.

Os três pararam de frente ao carro da mulher, ninguém sabia ao certo como se despedir naquele momento.

—Cuidado, Vero. —Steve apertou de leve seu ombro. —No menor indício de merda, você dá o fora, ok?

Acenou positivamente, seus olhos logo pousaram nos do moreno.

—Pode confiar em mim, chefe. —O murmúrio nervoso saiu apressado dos lábios de Verônica.

Don't Blame Me - Javier PeñaWhere stories live. Discover now