A manhã estava estranhamente calma na delegacia, tão clama que as horas se quer pareciam passar. Verônica finalizou mais um relatório e o jogou na mesa de Javier, mas o mais velho apenas ignorou e continuou focado nos papéis a sua frente.
Steve não estava lidando bem com os últimos acontecimentos, na verdade ele parecia quase paranoico. Olhava para os lados o tempo todo como se fosse encontrar alguém os bisbilhotando, balançava tanto a perna em ansiedade que fazia a mesa dos amigos sacudirem junto com a sua.
A ruiva tentou o máximo possível ignorar a energia caótica que emanava do loiro, mas desistiu assim que o ouviu bufar pela milésima vez só aquela manhã.
—Steve querido, pelo amor de Deus, precisa relaxar. —Esticou a mão até a do amigo e deu um aperto reconfortante.
O loiro revirou os olhos, mas não se afastou do toque da mulher. Ele e Javier haviam passado por todos os tipos de atrocidades enquanto caçavam Escobar, mas a verdade é que nunca chegaram a correr perigo real quando não estavam em ação. Dessa vez era diferente, a audácia que tiveram em invadir o apartamento de Verônica provava isso. E ele sabia que aquilo não era nada comparado ao que poderiam ter feito, nunca foi tão grato a Simón por ter se apaixonado pela amiga, pois de algum modo aquele sentimento o impediu de fazer algo pior.
O telefone na mesa de Peña começou a tocar, o que atraiu os olhares curiosos e cheios de expectativas dos agentes. O moreno atendeu com a expressão mal humorada de sempre, mas logo começou a parecer nervoso.
—É pra você, Murphy. —Empurrou cuidadosamente o telefone em direção ao loiro.
Verônica alternava o olhar entre os dois homens com curiosidade, mas logo se surpreendeu com o amigo levantando depressa e pegando as chaves do carro.
—Ei! Aonde você tá indo?
Foi completamente ignorada enquanto ele corria pela escada. O moreno soltou um suspiro e apoiou o rosto nas mãos, sabia que a atenção da mulher se voltaria a ele a qualquer momento, então resolveu falar de uma vez.
—A Connie e Olivia estão aqui. —Pegou um cigarro depressa e o ascendeu.
—Ele vai surtar. —A mais nova apoiou os cotovelos sobre a mesa e observou a expressão frustrada do homem. —Definitivamente não era o melhor momento, mas a gente vai fazer tudo dar certo.
—É, Steve estava sentido falta delas. —Soltou uma grande quantidade de fumaça para cima, sua cabeça completamente tombada para trás enquanto o fazia.
Era um alivio finalmente não ter que fingir que Javier fumando a deixava incrivelmente excitada. A ruiva soltou um suspiro pesado e arrancou o cigarro dos lábios do namorado, apagando o mesmo sobre a mesa.
—É perigoso fumar em ambientes fechados. —Tentou se justificar enquanto jogava a bituca no lixo.
—Você nunca ligou pra isso antes. —Encarou a mulher com uma das sobrancelhas arqueadas.
Ela simplesmente deu de ombros e voltou a atenção para os relatórios em sua mesa. Era difícil ignorar Javier, mas foi exatamente o que a mulher fez até a hora de irem embora, e ele não poderia estar mais mal humorado com a falta de atenção.
Ele mal esperou a porta de casa fechar para empurrar a agente contra a parede e beijá-la, suas mãos desceram depressa para a bunda dela e apertou com força. Verônica gemeu contra sua boca e levou as mãos quase desperadamente ao botão da calça jeans do namorado e se ajoelhou depressa.
—Puta que pariu, mi amor. —Javier sentiu que podia gozar só de ver a namorada ajoelhada a sua frente.
A ruiva deu beijos leves na barriga do moreno, não podia negar que era extremamente satisfatório senti-lo se contorcer por tão pouco. Quando estava a apenas alguns centímetros de chegar ao grande prêmio o som irritante da campainha inundou o apartamento. Peña apenas ignorou o barulho e voltou a encarar a garota que também parecia bastante determinada a fingir não ouvir.
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Don't Blame Me - Javier Peña
FanfictionJavier Peña estava em uma busca incansável pelo Cartela de Quiteña, mas a realidade é que não estava fazendo progesso algum. Porém a chegada de uma nova integrante a equipe poderia mudar tudo.