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Rayssa

Encaro o teto enquanto aliso minha barriga, o pequeno volume que se encontra lá me faz sorrir, meu bebê cresceu tão rápido, daqui a dois meses irei descobrir se ele vai ver uma menina ou menino. Eu e Tito ainda não tivemos a oportunidade de conversar sobre possíveis nomes, mas eu já tenho sugestões.

Ser for menina eu quero que se chame Emilly, em homenagem a menina de cabelos vermelhos que eu conheci nessa merda de cativeiro e fez de tudo para tentar salvar minha vida. Mesmo eu tendo conhecido ela somente a algumas horas, sinto que devo minha vida a ela, e nada mais justo do que dar seu nome para meu bebê se for uma menininha.

Ouço quando a porta é aberta com brusquidão e me levanto da cama, com medo do que possa ser agora. Olho para lá e encontro minha prima me olhando, Camile traz seu olhar para minha barriga e eu levo minha mãos até lá, protegendo meu bebê de seus olhar maldoso.

Camile: Acha mesmo que se eu não quisesse fazer algo contra essa sua praguinha eu não teria feito antes? Você é tão patética, que chega a me dar pena.- Revira os olhos e me encara com nojo, eu apenas nego com a cabeça encarando a pessoa que um dia considerei da minha família.

Rayssa: Não posso acreditar que algum dia já confiei em você e te chamei de prima, te considerei minha amiga e te contei meus segredos! Se arrependimento matasse eu já estaria morta.- Encaro minha prima com nojo.- Você me dá nojo, Camile.

Camile: Você que me dá nojo sua putinha, eu tenho ódio de você, ódio! Você sempre teve tudo que eu quis, as melhores roupas, os melhores amigos, e até a porra dos melhores namorados. E eu? Tudo que ganhei foi chifre e porrada de um homem que eu amava, e que adivinha? Só ficou comigo porque me achava parecida com você! Ele só me quero porque sabia que nunca poderia ficar com você!- Grita e se aproxima de mim com fogo nos olhos, eu me envolvi na cama com medo pelo meu bebê, não podia deixar nada acontecer com ele.- Essa merda toda que aconteceu comigo foi por culpa sua, tudo aconteceu por culpa sua!

Rayssa: A culpa não é minha se você não é bonita o suficiente nem pra fazer seu marido se apaixonar por você e não por mim.- Rebato debochada.- Nem pra segurar seu bebê você serviu, você é patética, Camile.

Camile: Sua vagabunda, eu vou matar você, piranha desgraçada!- Ela grita e avança em cima de mim, agarrando em meu cabelo.- Eu vou te matar!

Rayssa: Sua doente me solta, maluca!- Grito e agarro em seus braços, tentando afastar ela de mim, mas a garota tá em vantagem, montou em cima de mim como a porra de um koala. Em uma tentativa de afastar ela de mim eu mordo seu braço com força, fazendo ela gritar alto e soltar de mim, me fazendo aproveitar a oportunidade de montar em cima dela, e agarrar seu pescoço.

Camile: Sua vadia, eu vou matar você!- Grita e agarra meu pescoço, me fazendo forçar mais minhas mãos em torno da sua garganta

Rayssa: Seu mal é achar que me ganha na briga, esqueceu que eu sempre te batia quando criança?- Dou um chute bem no meio das suas pernas, fazendo ela gritar de dor, aproveito a oportunidade pra socar sua cara com ódio.- Isso é tudo culpa sua, se eu tô aqui é por culpa sua, sua ingrata!- Cada palavra é um soco que eu desfiro na sua cara, fazendo ela gritar e tentar me fazer parar, mas eu não paro, despejo toda minha raiva nela que ficou presa desde que ela foi ingrata comigo, sendo que eu só queria ajudar a filha da mãe.

Sinto quando meu corpo é tirado de cima dela e arremessado longe, me fazendo gritar de dor quando sinto minhas costas colidem com o chão. Grito alto e então uma figura masculina aparece no meu campo de visão, 2T, o filho da puta me dá um chute nas pernas ma fazendo gemer de dor. Não demora e eu sinto outro chute, só que agora esse acerta minha barriga em cheio, me fazendo gritar de dor e levar a mão até lá, protegendo ela. Quando eu acho que 2T vai parar ele acerta um chute em meu rosto, ma fazendo perder a consciência por alguns segundos, sinto o melado descer pelo meu nariz e quando abro os olhos novamente vejo Camile montada em cima de mim. Ela agarra meus cabelos e bate minha cabeça no chão, a única que consigo fazer é gritar e tentar tirar ela de cima de mim, mas 2T agarra meus braços e me impede, deixando que ela me bata.

Camile: Sua puta desgraçada, eu avisei que ia matar você!- Grita e da um chute forte na minha barriga, me fazendo gritar de dor, sinto as lágrimas encherem meus olhos e tudo que consigo pensar é no meu bebê, meu bebezinho lindo.

Rayssa: Para por favor, por favor, meu filho!- Suplico tentando fazer com ela pare de atingir minha barriga, não ligo se ela me bater, só quero que ela não machuque meu filho.- Por favor Camile, por favor....

2T: Merda Camile, olha só que merda você tá fazendo porra, o bebê não caralho, Farias deixou bem explicado, bate nela mas a criança não.- Fala tirando ela de cima de mim e é então que eu sinto algo descer entre minhas pernas. Levo a mão até lá e sinto algo molhar, quando levanto minha mão vejo o sangue em meus dedos.

Rayssa: Meu filho não, por favor Deus, meu bebê não....- Levo minhas mãos até minha barriga e nego chorando.- Me ajuda, por favor, meu bebê não.

2T: Mais que merda tu fez, Camile? Puta que pariu filha da puta, se algo acontecer com essa criança a gente morre, porra!- Grita desesperado e levanta do chão, a única coisa que consigo fazer é chorar e implorar para Deus não levar meu bebê.

Camile: Eu não...- Ela não termina de falar, pois sua fala é cortada por barulhos altos de tiros lá fora, que fazem todos os dois arregalarem os olhos.- Merda!

2T: Caralho, fudeu, fudeu.- É a última coisa que eu consigo ouvir antes de os barulhos de tiros ficarem cada vez mais alto lá e fora e logo ouço o barulho da porta de ferro se abrir.

Fecho os olhos por conta da claridade e sinto minha visão cada vez ficar mais pesada, mas não fecho os olhos e continuo com minhas mãos em minha barriga em forma de proteção. Um mix de voz interrompem o lugar e o barulho alto de tiros lá fora predomina no pequeno galpão. Sinto quando  meu corpo é pegado no colo por braços e então reconheço a voz que já é tão conhecida por mim que poderia ouvir a um milhão de distância que reconheceria fácil fácil.

RD: Tá tudo bem querida, papai tá aqui, papai chegou.- Abraço seu corpo e choro ainda de olhos fechados, sinto a luz do dia no meu rosto e aperto mais ainda meus olhos sentindo meu pai me carregar sabe se lá pra onde.

Rayssa: Meu bebê, pai...- Consigo falar, mas com o barulho alto dos tiros não sei se ele consegue me ouvir.

RD: Vai ficar tudo bem filha, ele vai ficar, a gente vai te levar pro hospital.- Ele fala e então grita algo com alguém, e logo sinto quando meu corpo é colocado em um banco de couro gelado, provavelmente de carro. Só então abro os olhos, vendo meu pai com uma feição carregada de preocupação e medo me encarando. Minha cabeça está em seu colo e ele nega com a cabeça ao olhar para o meu estado.

Rayssa: Pai?- Falo depois de uns segundos, meu pai não me olha mais e tem sua atenção no celular.

RD: Não fala querida, fica quietinha, a gente já vai sair daqui.- Ele fala algo com alguém no celular, parece importante, pois ele está com uma cara fechada.

Rayssa: Cadê o Tito?- Meu pai não fala nada, ele tira a atenção do celular e apenas manda BG, que só agora eu notei que também está no carro, dar partida logo.

Não demora muito e ele obedece o que meu pai manda, o carro entra em movimento e logo estamos a caminho do hospital. No caminho meu corpo não aguenta mais e eu acabo deixando o cansaço vencer, me fazendo apagar completamente sem saber de mais nada.

Oioi, tudo bem gatinhas? Demorei mais postei

Amor proibidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora