O plano de Shadii

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O sennen aitemu brilha e Shadii entra na câmara da alma do professor que consistia em um cômodo com estátuas egípcias antigas e dentre elas havia uma com o rosto quebrado, além de uma tela contendo a imagem das pirâmides. Também havia ânforas e vasos diversos, assim como prateleiras repletas de livros, com uma delas se encontrando no chão e as outras no teto e paredes enquanto as demais se encontravam inclinadas, com todas as estantes ocupando uma parte considerável do ambiente

- Certo. Esta é a câmara da sua alma. A primeira coisa que os meus olhos avistam são prateleiras cheias de livros. Todos eles sobre arqueologia – ele passa os olhos sobre os títulos e as lombadas deles que evidenciavam serem sobre arqueologia, para depois, olhar para os demais objetos – Também há artefatos encontrados nas ruínas. A disposição confusa e bagunçada indica que o seu coração se encontra confuso por sua obsessão com o passado.

Ele caminha um pouco e avista um retrato em um canto que está coberto por pó e o pega em suas mãos, falando:

- Em um canto coberto por poeira tem uma foto da sua família. Ele os negligenciou por causa da sua obsessão. Porém, é visível o fato que ele se arrepende apesar de ser tarde demais – o bronzeado coloca o retrato no lugar e observa o breu que se encontrava a sua câmara – A escuridão da sua câmara é a prova da ansiedade e medo que ele está sentindo. A morte do dono do museu deve ser a causa.

Então, o egípcio percebe o surgimento de um lampejo de luz na câmara que aparece de repente, chamando a sua atenção, com ele virando na direção do brilho enquanto comentava consigo mesmo:

- Na escuridão, um lampejo de luz. É a luz da esperança. Eu entendo. O homem está esperando por seus amigos. Isso acalma o seu coração e lhe fornece alguma esperança dentre a ansiedade e o medo que ainda o tomam.

Ele ergue a mão e fecha os olhos, se concentrando na luz, pensando consigo mesmo:

"Quem ele está esperando? "

Então, Shaadi vê o portador do Sennen pazuru, um senhor idoso, um rapaz loiro e uma jovem de cabelos castanhos, com o usuário do Sennen Aitemu apontado para algo a frente enquanto sorria para os seus amigos e ao identificá-lo, ele arregala os olhos ao mesmo tempo que exclamava:

"Yuugi! " – Ele fecha os olhos em seguida enquanto refletia – "Um dos amigos que está vindo visita-lo é o garoto que solucionou o Sennen pazuru. Isto ficou interessante"

Então, o guardião abre os olhos e olha de lado ao tomar uma decisão enquanto fechava um dos punhos, voltando a falar em pensamento:

"Antes de matá-lo, eu posso usar esse homem para obter o poder oculto do "outro" Yuugi! Eu vou redecorar a câmara da alma do professor e transformá-lo em minha marionete. "

Ele pega o Sennenjou e concentra seus poderes, começando a alterar a câmara do professor ao retirar tudo o que tinha lá dentro ao mesmo tempo em que exclama em pensamento:

"Projeto marionete! "

Então, ele sai da câmara da alma do Kyouju (教授 – professor universitário) Yoshimori que se encontrava vazia, fazendo com que pudesse controla-lo e comenta consigo mesmo em sua mente:

"A redecoração está completa. Esse homem é minha marionete agora – ele dá uma risadinha – E agora "outro" Yuugi? O segundo estágio do nosso jogo vai começar! "

Longe dali, mais precisamente no imenso e luxuoso prédio da Kaiba Corp, Seto se encontrava digitando em seu computador após ler vários relatórios. Os seus olhos azuis diligentes observavam gráficos econômicos e de desenvolvimento, além de também verificar movimentações financeiras. O CEO também lia atentamente relatórios sobre todos os seus projetos, inclusive sobre o Death T, com ele fazendo alguns apontamentos ao digitar habilmente no teclado, se limitando a parar apenas para sorver um pouco de café, comer ou para usar o banheiro.

Todos os dias ele ficava até tarde da noite porque o império Kaiba demandava demasiada atenção. Era monumental o trabalho de fiscalizar e verificar tudo o que ocorria porque fazia questão de trazer tudo à risca, além de desejar saber de tudo o que ocorria não importando o quão insignificante fosse. Ele queria garantir a gestão primorosa e diligente do seu vasto e influente império.

Ademais, o adolescente estava trabalhando dobrado porque ainda tinha que lidar com as consequências de fechar o setor militar da sua companhia que foi por muitos anos a espinha dorsal do império para substituir por jogos.

Afinal, a companhia parou de produzir armas militares de último tipo para desenvolver jogos.

Também havia o trabalho adicional de gerenciamento do desenvolvimento dos Parques da Kaiba Corp que compreendia desde o local, infraestrutura e atrações até o planejamento de dias especiais para crianças carentes e órfãos para que pudessem se divertir no parque com custo zero, algo que desagradou muitos acionistas e que foi eficazmente silenciado por um olhar gélido de Seto, além de um semblante cruel que prometia a miséria a aqueles que discordassem dele, com muitos comentando em particular que apesar de ser jovem, o CEO podia ser considerado um tubarão tão assustador quanto Gozaburu.

Inclusive, muitas vezes, eles tinham a impressão de verem o pai adotivo dele na frente deles e não o adolescente implacável e frio.

Inclusive, para muitos, chegava a ser destoante o fato dele se importar tanto em criar dias grátis para crianças carentes e órfãs, visando proporcionar um dia de passagem livre para orfanatos e famílias carentes, demonstrando com isso uma consideração inusitada ao mesmo tempo em que era implacável e cruel em outros assuntos, chegando ao ponto de estar por trás inclusive de assassinatos e torturas de desafetos segundo vários rumores e que podiam ser confirmados pela atração inumana do Death T, cujo denominação perversa podia ser considerado um eufemismo ao mesmo tempo em que questionavam quem foi o louco ou suicida que provocou a ira de alguém tão cruel e implacável ao ponto de criar uma atração mortífera e torturante com requintes de crueldade apenas como vingança pessoal.

Ademais, o desejo de se vingar era tão forte que de todos os projetos da Kaiba Corp, o Death T era o que ele mais se dedicava, chegando ao ponto de desejar relatórios a cada doze horas do andamento da atração, além de verificar todos os demais assuntos e despesas, não limitando dinheiro e recursos para a conclusão de tudo o que planejou para essa atração, com os laboratórios e oficinas da Kaiba Corp se encontrando em dedicação total a esse projeto, chegando ao ponto de atrasar os demais projetos que se encontram sem segundo plano porque o mais importante era a conclusão o quanto antes do Death T.

Naquele instante enquanto digitava anotações em um memorando enviado por e-mail, o telefone ao lado dele toca, com ele apertando um botão do aparelho ao mesmo tempo em que falava com uma voz aborrecida:

- Eu mandei não transferir mensagens e ligações, a menos que fosse importante e que constasse na lista que está com você.

Almas predestinadasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora