Adaptação e assimilação

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No quarto de Yuugi, Atemu havia tomado o controle do corpo dele após fazer o seu anfitrião dormir profundamente em sua câmara da alma, para que pudesse agir livremente, uma vez que ele nunca concordaria com muitas de suas atitudes enquanto precisava aproveitar que a sua magia conseguia subjuga-lo para conseguir distribuir a justiça que o jovem merecia.

O Faraó caminha até o espelho, confessando que se encontrava extasiado por poder ter um corpo novamente. Ao se olhar no espelho, ele suspira porque não tinha poder mágico suficiente para fazer o seu corpo ser um reflexo do seu verdadeiro corpo dentro do Sennen Pazuru, pelo menos, por algum tempo até terminar de reunir a sua magia com a ajuda do item que o confinava, sentindo que era questão de tempo.

Por enquanto, aceitaria de bom grado a sua aparência, no caso, a estatura e a constituição física do seu anfitrião, embora continuasse exibindo um olhar crítico para a sua aparência atual.

Quanto à cor dos olhos, não tinha quaisquer críticas.

Afinal, pelo pouco que se recordava de quando era vivo, conforme olhava para aqueles orbes, a ametista era considerada uma joia demasiadamente preciosa quando ele vivia e confessava que apreciava essa cor. Era o quesito estatura e constituição física que o incomodava, no momento.

Os orbes ametistas juntamente com o tom de pele de marfim e não bronzeado, assim como a altura e constituição, o recordava do empréstimo daquele corpo, com ele se mantendo convicto no propósito de tomar aquele corpo para si, apenas de forma temporária e quando fosse necessária a sua intervenção, devendo devolver o quanto antes, além de zelar pelo corpo durante o empréstimo porque por mais que fosse para cuidar e proteger o seu anfitrião, não mudava o fato de que era errado tomar o controle do corpo de outra pessoa.

Por isso, se mantinha firme na concepção de empréstimo e que só deveria fazer isso se fosse necessário, para que aplacasse qualquer culpa que surgisse em sua mente.

Então, ele fecha os olhos e vai até o corredor onde havia duas portas.

A que dava acesso a sua sala estava aberta porque ele estava no controle do corpo enquanto que a de Yuugi estava aberta, também e isso foi algo que o surpreendeu porque algo lhe dizia que quando tomava o corpo do seu anfitrião, a sala da alma do mesmo deveria ficar fechada e se isso não ocorria, era porque Yuugi permitia, inconscientemente, acesso livre ao seu coração e mente em decorrência da sua natureza extremamente gentil.

De fato, a bondade e a gentileza eram demasiadamente fortes nele e isso fez Atemu perceber que deveria estar sempre atento para que ninguém mais entrasse da câmara da alma do seu anfitrião.

O Faraó confessava que queria saber todos os pensamentos e recordações do jovem porque, anteriormente, só podia captar os pensamentos dele quando tocava as peças. O que acontecia longe das peças era um mistério.

Ademais, ele precisava saber tudo sobre o seu anfitrião.

Então, com essa decisão em mente, o espírito entra na câmara e fica surpreso ao ver que era simples, mas aconchegante, além de ser uma versão do quarto verdadeiro do jovem, com Atemu percebendo que havia brinquedos espalhados no chão, indicando a inocência infantil que habitava o coração do Yuugi, além da cor clara revelar a pureza do seu coração enquanto que o ambiente em si confortava o espirito e era o mesmo conforto proporcionado pela mesma luz que irradiava no seu cômodo.

Após os seus olhos vagarem pelo ambiente que era uma réplica do quarto de Yuugi, ele observa o jovem dormindo profundamente na cama sobre o efeito da sua magia que o levava a um mundo de belos sonhos, visando deixá-lo confortável porque era o mínimo que podia fazer pelo seu anfitrião, além de zerar e cuidar dele.

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