Capítulo 13

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Hermione achava muito fácil se perder em um livro. No texto, ela era toda a sua força, nada da garota desengonçada, feia, impopular e às vezes insegura. Ela era sua mente, e esse era seu maior poder. Foi uma indulgência render-se a ela. É certo que às vezes ela escapava para isso. Cresceu a partir disso em uma capacidade de aprimorar tão singularmente o que ela estava lendo que o resto do mundo era ruído de fundo para as palavras.

Ela estava sentada em sua cama lendo um tomo grosso e pesado apoiado em seu colo. Bichento estava enrolado em seu travesseiro atrás e à direita dela, cochilando com as pernas dobradas sob ele até parecer uma bola de pêlo ruivo com fendas no lugar dos olhos e um nariz rosa de porco.

Ela havia perdido completamente a noção do tempo, então, quando uma batida suave veio em sua porta, ela se assustou como se alguém a tivesse chutado. Bichento abriu os olhos quando o salto dela fez o colchão se mover, mas depois de uma pesquisa de meio segundo apenas fechou os olhos novamente.

"Sim?" Hermione ligou.

A porta se abriu e Harry enfiou a cabeça para dentro, seus olhos vasculhando o quarto e rapidamente pousando nela.

"Harry! De volta tão cedo?"

Harry franziu a testa em perplexidade. "Em breve? Estávamos fora há três horas."

Hermione olhou para o relógio. Ele estava certo; ela tinha feito isso de novo. Ela colocou as mãos nas páginas abertas do livro culpado. "Ah. Três horas?"

Harry cedeu ao lembrete e entrou no quarto dela. Com passos arrastados, ele foi até a cama dela, caiu para a frente e ficou perfeitamente imóvel sobre os pés. Bichento despertou novamente no segundo empurrão em menos de cinco minutos e lançou um olhar furioso para Harry (que, incapaz de ver Bichento, não se comoveu com o desagrado do amasso).

Hermione riu. "Sinto muito, Harry." Ela suspeitava que a risadinha negava suas palavras no que dizia respeito à simpatia.

Harry murmurou algo, mas foi abafado pelo edredom no qual ele estava com o rosto pressionado.

Hermione bufou, inclinou-se para frente e empurrou o ombro dele. Harry rolou de costas. "Eu disse que espero não ter que fazer isso de novo."

"Imagino que não. Mamãe simplesmente odiava ver você vestindo aquelas roupas velhas e sujas de Dudley. Quanto você ganhou?"

Harry passou as duas mãos pelo cabelo como se desgrenhar-se o suficiente para apagar a mansidão do passeio. "Não é nem metade do que sua mãe gostaria. Mas eu não preciso de tanto! Quero dizer, sua mãe é muito legal e provavelmente não tão... 'entusiasmada' quanto a mãe de Ron teria sido, mas três horas, Hermione! Quase sinto pena de Duda quando tia Petúnia o leva para comprar roupas. Eles sempre vão embora o dia inteiro. E pensar que eu costumava sentir um pouquinho de ciúmes disso!" Com um suspiro, Harry fechou os olhos e Hermione observou fascinada enquanto suas feições relaxavam, sua boca se suavizava, todo o seu corpo parecia relaxar e deitar-se de bruços e solto no que parecia ser um precursor do sono.

Bichento abriu caminho pela cama e cheirou delicadamente o rosto de Harry.

Harry franziu o rosto e acenou para o gato ir embora. "Bichento." O gato persistiu, os bigodes contraindo o nariz e o queixo de Harry.

"Você e mamãe pararam para tomar sorvete?" Hermione perguntou desconfiada.

Harry abriu um olho para ela enquanto continuava a empurrar Bichento e parecia questionar como ela sabia. "Sim."

Hermione sorriu. "Mamãe geralmente me leva depois das compras, prêmio de consolação, suponho; Bichento sente o cheiro no seu hálito. Ele adora sorvete."

A voz do corpo ( harmonia ) ✅Where stories live. Discover now