A voz do corpo ( harmonia ) ✅

Capítulo 56

Hermione estava no lugar que a maioria das pessoas naturalmente esperava que ela estivesse, a biblioteca. Depois de acordar naquela manhã (para o desgosto de Ron quando descobriu que Hermione havia entrado no quarto deles ontem à noite para dormir com Harry), Ron persuadiu Harry a descer para o campo de quadribol depois do café da manhã para voar um pouco. Não que Harry estivesse chutando e gritando o caminho todo.

Hermione foi convidada para assistir; ela foi convidada a se juntar a eles, mas foi principalmente cortesia, já que Rony e Harry sabiam que Hermione não iria subir em uma vassoura a menos que fosse uma questão de necessidade, e mesmo assim assumindo que ela não tivesse pensado em uma maneira de contornar a necessidade. Se Ginny tivesse consentido em dividir as arquibancadas com ela enquanto os meninos jogavam, Hermione poderia ter cedido. Como era, Ginny planejava passar a manhã escrevendo uma carta de volta para Simas. Ao invés de sentar sozinha e com frio nas arquibancadas do campo, Hermione implorou para passar a manhã na biblioteca.

Ela estava feliz que Harry estava tendo a chance de se divertir um pouco. Depois do dia de Natal que teve, ele merecia desabafar e tirar as teias de aranha da cabeça. Voar fazia isso muito bem para ele, e ela não

sonhou em dissuadir Harry de sair. O clima de inverno havia diminuído e era um dia claro e claro lá fora. O tipo de dia que chamava Harry.

Isso dava a Hermione uma chance de adiantar suas aulas para o próximo período, já que Ron poderia ter um ataque epiléptico se a visse trabalhando no material da aula. Era melhor fazê-lo longe de sua vista, e se ele estivesse voando com Harry, dava a ela uma janela de tempo confortável para fazer o que quisesse, e a agradava fazer o dever de casa. Ela tinha a biblioteca só para ela, o que era um presente especial para alguém como Hermione. Depois de algumas horas lendo os livros didáticos da turma, ela se levantou e vasculhou as estantes, lendo os títulos e tirando os livros que pareciam interessantes. Parecia que Hogwarts não tinha fim de livros que Hermione gostaria de ler algum dia. Ela decidiu levar alguns de volta para seu quarto com ela.

Ela confessou a si mesma que pode ter se empolgado um pouco ao olhar para a pilha de livros que acabou deixando na mesa ao lado de sua bolsa que pretendia levar de volta para seu dormitório. Ela considerou a pilha criticamente por um momento e brevemente considerou reduzi-los para caber facilmente em sua bolsa... mas Hermione tinha uma estranha aversão a mexer em livros. Ela sabia, intelectualmente, que reduzir e depois restaurar seu tamanho não danificava os livros de forma alguma, mas uma parte trouxa fixa dela se agarrava à massa pesada e sólida de um livro. Os livros eram um conforto para seu pesado estoque de conhecimento, sua forma inflexível como fonte de informação. Ela fazia livros mágicos quando precisava, mas dada a escolha, Hermione não ligava para isso. Não com livros.

Ela colocou de volta alguns livros que decidiu que não teria tempo para ler de qualquer maneira, e a pilha que restou ela considerou administrável o suficiente para ela carregar do jeito antigo dos trouxas.

Com a mochila pesada e os braços cheios de livros, Hermione saiu da biblioteca e voltou para a torre da Grifinória. Os corredores estavam ainda mais vazios de alunos do que ontem, dado o adorável clima de inverno lá fora. Hermione não ficaria surpresa ao descobrir que ela era a única aluna ainda dentro de casa. Em qualquer lugar, menos em Hogwarts, o completo vazio e a sensação de solidão nos grandes corredores desertos poderiam ser desconcertantes, mas Hermione não pensou em nada dessa natureza enquanto caminhava em um ritmo fácil de volta para seu quarto.

Era difícil imaginar uma vida longe de Hogwarts; tinha sido tão fundamental em seu mundo por anos que parecia quase uma parte dela. Ela estava tão acostumada com os corredores e rotinas e todos os cantos e costumes da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts que só podia imaginar a mistura de exultação e ansiedade quando chegou a hora de deixar a escola.