Capítulo 40

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"Eu não... eu não sei fazer o que você está pedindo," o velho disse com a voz trêmula. Uma voz que antes era tão inabalável tornou-se quase irreconhecível por seu novo tremor. "Eu... eu não posso fazer o que você quer."

O homem estava encolhido no chão, despojado de tudo, exceto de suas roupas íntimas. Seu estado de nudez exibia as longas linhas de feridas sangrentas que riscavam suas costas e flancos, chorando de vermelho mesmo enquanto o homem chorava lágrimas salgadas.

"Você me considera um tolo, ferreiro?" uma voz escura e sinistra sibilou venenosamente. Uma voz horrivelmente familiar. Aquela voz. A voz dele. O ar esfriou para carregar sua voz, para transportar suas palavras, para lhe dar fôlego.

"Eu… por favor… você não entende… o núcleo… são varinhas-irmãs, a sua e a dele… pena de fênix… priori incantatum. Não posso mudar isso!" o ferreiro gemeu em protesto apavorado.

Voldemort agitou sua varinha, cortou-a no ar, e o ferreiro gritou quando um novo corte abriu seu lado, preciso e rápido como uma navalha. Passou-se um segundo antes que o sangue brotasse e escorresse por sua caixa torácica arfante, como água escapando de uma chaleira fervendo demais. Ollivander cambaleou em suas mãos e joelhos sob o ataque. Ele quase caiu, mas no último momento conseguiu se manter apoiado nos cotovelos trêmulos. Seu sangue pingava no chão abaixo dele.

"Eu não posso mudar isso! Por favor! Pare com isso!"

"Eu vou parar quando você me der o que eu quero."

Ollivander balançou a cabeça fracamente. "Não pode... não pode ser feito... você está louco!"

Outro movimento de sua varinha e Ollivander gritou. O ferreiro caiu no chão em uma pilha, caiu em sua própria poça de sangue, quando sua mão direita voou para o peito e apertou em um punho. Ollivander agarrou e fez uma careta. Depois de um momento, ele ficou relaxado, pálido e trêmulo.

"Devo partir seu coração, velho?" Voldemort exigiu.

"Eu... não posso... não posso... por favor," ele ficou ofegante, cabeça e olhos rolando.

"Você teve o melhor. Eu não vou ser feito de bobo três vezes por este garoto patético. Você fará o que eu mandar, ferreiro. Sua reputação de fabricante de varinhas o precede, e espero satisfação com seu trabalho. Da próxima vez que eu lançar a maldição da morte isso o destruirá, você cuidará disso."

Ollivander murmurou debilmente, meio louco de dor, "Priori incantatum... priori... priori incantatum..."

Voldemort se virou em um farfalhar de vestes negras e ferveu de desgosto. "Por que todos vocês persistem em proteger esta criança inútil com suas vidas?!" O bruxo das trevas respirou fundo e voltou-se para o encolhido ferreiro de varinhas. Uma calma repentina e inquietante se instalou sobre ele. "Não importa... vejo que você está determinado a ter uma morte lenta e agonizante, e estou mais do que disposto a fazer isso. Mas talvez você queira saber que, se se recusar a fazer o que ordeno, encontrarei outro ferreiro que vontade. Talvez o talento seja de família?

Ollivander abriu os olhos em horror crescente. "O que?" ele resmungou. Voldemort virou-se para uma sombra nos arredores da sala e latiu:

"Lúcio, traga-a."

Ollivander tentou se mexer. "Você está pedindo o impossível... não pode ser feito!"

"Talvez você apenas não tenha visão ou motivação, mas acho que posso persuadi-lo a encontrar um pouco de ambos."

"O que... o que você fez?"

O Comensal da Morte voltou, empurrando à sua frente uma jovem mulher. Ela tremeu e gritou enquanto era maltratada para dentro da sala com o lorde das trevas. Seus olhos se voltaram horrorizados para o homem ensanguentado e quebrado no chão, então eles se arregalaram quando ela olhou além das feridas e carne espancada para o rosto do homem. Seu próprio rosto perdeu toda a cor. "Avô!" Ela tentou correr para ele.

A voz do corpo ( harmonia ) ✅Onde as histórias ganham vida. Descobre agora