Capítulo 21

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O início da manhã saudou a casa da fazenda Richardson com toques de roxo dourado e cinza. O orvalho pairava pesado no ar e grudava na grama em gotas de cristal. Hermione Granger saiu pela porta da frente e respirou fundo. Um sorriso tocou seus lábios. Atrás dela, seus pés se arrastando e sua boca aberta em um bocejo seguiam Harry. Ele esfregou o olho por baixo dos óculos, em seguida, passou a mão pelo cabelo. Kimmy, em forma de cachorro, trotou atrás deles e partiu, sem dúvida para inspecionar a propriedade e vigiar qualquer possível perigo.

Harry parou ao lado de Hermione e resmungou, "Por que temos que acordar tão cedo para isso, de novo?"

Hermione se virou para olhar para ele e franziu a testa. Não em desaprovação, mas em desapontamento. "Para isso", ela apontou para o prado que cercava a casa. Pastagens vazias com cercas desnecessárias marcavam onde antes a terra abrigava vários cavalos. Agora eram pastos vazios com grama verde e cheirosa na altura dos joelhos. Em uma direção ficava a estrada, pouco percorrida àquela hora, e na outra o pasto estendia-se em uma linha de árvores, as bordas de uma floresta em miniatura. A neblina matinal cobria o chão, lançava uma névoa que deixava as árvores não muito distantes em tons de cinza e adicionava quilômetros nebulosos de modo que pareciam impossivelmente distantes.

Harry não viu o que havia de tão impressionante nisso, meio bonito, mas não bonito digno de acordar cedo, mas quando ele olhou para Hermione, ele aceitou a única verdade que importava... era impressionante para Hermione. Ela estava olhando para os terrenos carregados de névoa com um leve sorriso no rosto. Quando ela percebeu que Harry estava olhando para ela, ela corou. "Quando minha mãe e meu pai me disseram que eu era uma bruxa, antes de começar em Hogwarts, eu li sobre magia. Eu queria aprender sobre mim, a parte de mim que meus pais não podiam me ensinar. Na literatura trouxa, a magia é quase inteiramente confinado a Merlin e à era das cortes e cavaleiros. Eu..." Hermione corou ainda mais ferozmente, "Eu meio que romantizei isso, eu suponho. Antes de saber como são a magia e os bruxos de hoje, eu costumava imaginar viver na era de Merlin, e quando vim para Gram'

"Não", disse Harry, e sua voz era surpreendentemente gentil até mesmo para seus próprios ouvidos. Ela olhou para ele com cautela, o rosto voltado para baixo e os olhos erguidos para observá-lo. Harry sentiu o sono desaparecer e deixar em seu rastro aquela maldita agitação estomacal. Ele engoliu. "Não é estúpido." Harry olhou novamente para a terra enevoada e percebeu que era bonita. E atrás daquelas árvores... bem, daqui parecia que não havia limite para os segredos que elas poderiam conter. Talvez Merlin estivesse lá. Ele olhou de volta para Hermione e sorriu. "Obrigado por me mostrar."

Hermione sorriu e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. "Vamos, vamos pegar Tiggy e eu vou te mostrar a enseada."

Harry seguiu Hermione ansiosamente.

Ela os conduziu a um pequeno celeiro com um curral cercado. Ao se aproximarem, um cavalo colocou a cabeça para fora do prédio e ergueu as orelhas curiosamente.

"Tig, Tig, Tiggy," Hermione chamou e começou a escalar a cerca.

O cavalo bufou, saiu de trás do celeiro e caminhou em direção à garota. Harry parou na cerca e ficou para trás, contente em assistir.

A única marca do cavalo castanho era uma faixa no focinho. Harry tinha muito mais experiência com hipogrifos e, por um momento, uma cabeça de cavalo em um corpo equino pareceu anormal.

Hermione e o cavalo se aproximaram e Hermione deu um tapinha na cabeça do animal e o beijou no focinho. Ela se virou enquanto emaranhava os dedos na crina do animal. "Esta é Antígona. Ela era a calma de meu avô, vovó sempre dizia. Tiggy era o cavalo mais tranquilo e doce que vovô já teve. Ele a usava muito para manter calmos os cavalos tensos. Ela tinha uma influência sedativa."

A voz do corpo ( harmonia ) ✅Onde as histórias ganham vida. Descobre agora