Uma história de amor é realmente o suficiente para manter um casamento vivo entre duas pessoas imperfeitas?
Quando uma música começa, a melodia é perfeita, a letra segue o ritmo, a voz se altera e os sentimentos escapam. Mas, a voz pode parar a qual...
— Ai, Gustavo, para! - escutei Antonella gritar irritada do outro cômodo da casa.
— Ain Gustavo, para! - meu marido imitou a menor com uma voz fina, algo que me fez rir.
Estávamos na casa dos meus pais, em Londrina. Gustavo tinha um show em Prudente e como é uma cidade vizinha e eu não tinha mais shows nos próximos dois dias, resolvi vir acompanhar ele e ficar na casa dos meus pais. Gustavo estava na sala jogando videogame com a minha irmã e eu estava na cozinha ajudando minha mãe com o almoço.
— Estou tão feliz que você esteja aqui, filha. - minha mãe disse enquanto deixava alguns tomates na minha frente para que eu possa cortar. - Pode parecer que não, mas quando vocês estão aqui, Antonella fica mais simpática e um pouco mais sociável.
Se as gritarias dela na sala com o Gustavo é ser sociável, eu nem quero ver o oposto disso.
— É realmente não parece... - nós duas rimos. - Fica tranquila mãe, Antonella está apenas na fase de querer ser sempre a do contra, eu tive essa fase e agora é a vez dela.
— Mas você era diferente Ana Flávia. - suspirou. - Você não brigava para não ir a escola, não matava aula e muito menos saía escondido...
— Saía sim. - senti meu braço queimar ao receber um tapa da minha mãe no mesmo instante.
Era bom estar nesse clima entre família, era maravilhoso na verdade. Eu sentia que quando estávamos na casa dos meus pais ou na dos pais dele, ficávamos mais próximos. A nossa família nos aproximava, eu não sei o porquê e nem de que forma. Mas eu sentia isso, e aparentemente, Gustavo também.
— Olha mãe, se a senhora quiser, posso pedir o Gustavo para conversar com a Tonton. - minha mãe me olhou esperançosa. - Se eu for, ela não iria me escutar e já que com você e com meu pai não está adiantando... Apesar das implicâncias, Antonella gosta muito do Gu e ele também gosta dela.
— Obrigada filha!
Engatamos em outros assuntos, relacionado a alguns acontecimentos recentes na família, aproveitei para mandar uma mensagem pro meu marido que estava na sala, a respeito da conversa que ele teria com a minha irmã.
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Eu não sabia se isso iria dar certo, mas não custava tentar. Eu sabia que Antonella amava o Gustavo, e antes de serem cunhados, eles são praticamente melhores amigos e isso me confortava. Terminei de cortar o que minha mãe havia pedido, lavei minhas mãos e fui até a sala, na qual os dois estavam.
