Cê sabe que eu sou louco e é aqui que a gente vai se entender
Pra quê complicar assim?
Não tem nada de errado, pode confiar em mim
Então, deixa eu tentar cuidar de você.
DEPOIS.
Ana Flávia:
Escutei os primeiros acordes de ''Não Para'' e meu corpo automaticamente começou a se movimentar juntamente com as minhas dançarinas.
— Cheiro de terra molhada, as bruta na pecuária... -estiquei meu microfone e a plateia completou a música.- E no seu alto-falante o som é o nosso berrante.
Era mais um dia de show, e pensar que ainda faltavam mais dois, me deixava mais cansada ainda. Os últimos dias foram difíceis para mim, meu corpo e meu emocional estavam sensíveis por algum motivo que eu não fazia a mínima ideia.
Senti uma leve pontada em minhas costas ao me agachar pela terceira vez em menos de vinte minutos. Respirei fundo e aproveitei a parte da Belle para me comunicar com alguém.
— Preciso de um remédio para depois do show. -falei no ponto com a Bruna.
— Quer descer? Vou pedir para os bailarinos entreter o público.
— Não, não precisa... -disse ofegante enquanto me forçava a fazer alguns passos.- Eu só quero um remédio e água!
Voltei a me concentrar no meu show. Ainda faltavam quatro músicas a serem cantadas e eu não aguentava mais ficar em cima desse palco. Um sentimento ruim me preenchia e aquilo já estava me agoniando.
— Bruna, eu não estou me sentindo bem...
— Quer descer? -olhei incrédula em sua direção e neguei rapidamente.- Você não vai terminar um show nesse estado, Ana Flávia.
— Faltam só quatro músicas.
''As Menina da Pecuária'' começou a se fazer presente e eu sorri forçado para o público, que se animou mais ainda. Dancei as duas outras músicas músicas quase chorando de tanta dor que eu sentia nas costas. Finalizei meu show com ''Tô Voltando'' e agradecendo minha equipe e todo mundo.
— Não me assusta desse jeito, Ana Flávia! -Bruna disse assim que eu desci do palco e eu olhei para ela sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.- O que você está sentindo?
— Dor Bru...Muita dor! -gemi de frustração enquanto esfregava as minhas costas.
Bruna me ajudou a ir até o meu camarim, me deitei no estofado de couro e ela me entregou uma garrafinha de água e um comprimido. Tomei os dois, sentindo meu corpo amolecer e suspirei.
— Como se sente?
— Tonta e com muita dor.
— Quer ir ao médico? -perguntou preocupada e eu neguei.- Temos uma equipe médica aqui no evento, vou chamar eles. -ameaçou sair e eu segurei seu braço negando a cabeça.
— Não precisa. -cocei os olhos
— Claro que precisa Ana, você está pálida de tanta dor... Isso não é normal, você pode estar sofrendo alguma lesão muscular, sei lá!
— É normal sim. Estou menstruada, costumo a sentir essas dores mesmo.
Ela relutou mas concordou. Costumava a sentir essas dores quando estava menstruada, mas dessa vez elas vieram mais fortes do que nunca e creio que seja pelo esforço que eu venho fazendo nos últimos dias.
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(ɪᴍ)ᴘᴇʀғᴇɪᴛᴏs, ᴍɪᴏᴛᴇʟᴀ
ChickLitUma história de amor é realmente o suficiente para manter um casamento vivo entre duas pessoas imperfeitas? Quando uma música começa, a melodia é perfeita, a letra segue o ritmo, a voz se altera e os sentimentos escapam. Mas, a voz pode parar a qual...