(ɪᴍ)ᴘᴇʀғᴇɪᴛᴏs, ᴍɪᴏᴛᴇʟᴀ

𝖛𝖔𝖈𝖊 𝖊 𝖔 𝖒𝖊𝖑𝖍𝖔𝖗 𝖕𝖗𝖆 𝖒𝖎𝖒

Vou dizer, te levo em meu coração

E eu preciso sempre ter por

perto esse seu olhar, que me traz o sol

Com seus beijos, posso ser até imortal.

DEPOIS.

Ana Flávia:

        — Gustavo. Gustavo. GUSTAVO! -balancei meu marido tentando fazê-lo acordar.

— Que foi? -murmurou sonolento.

— Você precisa acordar, nosso vôo é daqui a uma hora. - balancei ele mais uma vez. Gustavo ficou alguns segundos com a cabeça enfiada no travesseiro e por fim levantou.

Observei o moreno ir cambaleando até o banheiro. Dei uma risadinha da sua lerdeza pela manhã e voltei aos meus afazeres.

Hoje era quarta feira e iríamos começar a agenda de shows de final de semana. Eu teria show em Porto Alegre e Gustavo em Santos.  Eram destinos bem diferentes, mas conseguimos aproveitar juntos os nossos dias de folga sem interrupções.

Se eu tinha algum medo de como as coisas iriam acontecer quando voltássemos para São Paulo, eu posso considerar a já  descarta-los.

O clima entre nós dois, estava indo muito bem. Isso é a única coisa que eu posso dizer em quatro dias de convivência sem nenhuma briga ou qualquer outro tipo de desavença possível que poderia ocorrer entre a gente.

Peguei minha mala e verificando se estava tudo certinho. Ajeitei a pequena bagunça que eu havia feito no closet tentando organizar tudo minimamente, apenas para Leila não tomar um susto ao chegar no nosso quarto.

— Seu pai vai te acompanhar? - escutei Gustavo perguntar entrando no closet.

Ele segurava a toalha enrolada na cintura enquanto procurava alguma roupa na sua parte do armário. Engoli seco ao ver os pequenos resquícios de água escorrer sob seu peitoral, os cabelos úmidos e bagunçados e a barba já feita.

— Não. -suspirei voltando minha atenção para o que eu estava fazendo. 

— Precisamos de um closet mais espaçoso, você ocupa mais da metade.

— Eu te perguntei se esse espaço era o suficiente quando nos mudamos pra' cá. E você concordou.

— É, eu sei...

Fechei minha mala, me levantei do chão e me virei para o meu marido que estava distraído procurando alguma roupa.

— Sua mala já está pronta? Quer que eu dê uma olhadinha?

— Não precisa amor, pode ir adiantando as outras coisas. Eu já verifiquei tudo ontem a noite.

— Eu estava morta de cansaço e mal consegui pensar em ver mala... - me aproximei e Gustavo iniciou um carinho gostoso em meus braços.

— Eu sei amor, por isso tentei adiantar tudo ao máximo para que você pudesse descansar. - beijou minha têmpora e em seguida meus lábios. - Aliás, bom dia!

— Bom dia, lindo. -o beijei mais uma vez. - Termina de se arrumar e vamos para o aeroporto, se enrolarmos mais um pouco iremos nos atrasar e seu pai vai matar a gente!

— Tudo bem.

Saí do nosso quarto indo em direção a cozinha, encontrando Leila fazendo algumas coisas na cozinha. Varri os olhos pelo ambiente e encontrei a mesa já arrumada com algumas coisas para o café da manhã e sorri com aquilo.