𝖌𝖊𝖑𝖊𝖎𝖗𝖆 𝖉𝖔 𝖙𝖊𝖒𝖕𝖔

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E quando eu tento decifrar, eu vejo

Qual o tamanho desse sentimento

Adormecido e preservado nessa geleira do tempo.


ANTES.

Ana Flávia:

Posso sentir o calor do seu corpo junto ao meu e me sinto bem em saber que Gustavo continua aqui mesmo com o nascer do sol. Enquanto fazia desenhos imaginários em seu abdômen, sinto Gustavo se mexer antes de abrir os olhos. Seus braços me apertam contra o seu corpo e a voz rouca que eu tanto amo faz meu coração aquecer. 

— Bom dia, minha gata. —beijou o topo da minha cabeça.— O que eu perdi enquanto você dormia?

Levantei minha cabeça para olhá-lo, me deparando com a cena mais linda do mundo. Gustavo com os cabelos bagunçados, os olhos quase fechados e o rosto todo amassado. Como pode ser tão lindo até mesmo acordando?

— Foi estranho. 

Gustavo levanta a cabeça e me olha como se eu não tivesse escapatória, suspirei e voltei a me deitar em seu peito, passando minhas unhas por toda a sua barriga exposta. 

— Sonhei que estava fazendo um show, mas ao mesmo não estava.—franzi o cenho me lembrando do sonho.— Tipo, eu estava no palco, consegui cantar, interagir, dançar mas ninguém me ouvia. As pessoas gritavam mas não estavam me ouvindo, era como se eu estivesse invisível. E aí, meu pai apareceu atrás de mim e começou a fazer passinhos de bailarina e todo mundo começou a rir e gritar por mim. 

Gustavo soltou uma gargalhada alta. 

— Puta merda, Ana Flávia. — Ele se vira para rir mais ainda, me obrigando a sair de cima dele, afogando a cabeça no travesseiro para abafar sua risada escandalosa. 

— Gustavo! —olhei brava mas ele nem se quer me deu confiança, apenas riu mais ainda.—  Gustavo, eu não estou achando um pingo de graça. 

Ele me olhou segurando o isso mas não se aguentou por muito tempo, Gustavo simplesmente começou a rir mais ainda e me deixando ainda mais irritada. Acertei um tapa no mesmo, que me olhou indignado. 

— Ai! Pra que isso, gata? 

— Para de rir agora! —me sentei na cama cruzando os braços.

Depois de alguns minutos, Gustavo se recompôs e me olhou.

— Vai ficar brava? —me cutucou e eu não respondi, ainda de cara fechada.

— Eu não achei um pingo de graça, poxa, eu fiquei assustada com o sonho. —comprimi os lábios e Gustavo me abraçou, deixando um beijo na minha bochecha.— Sai, não quero falar com você. —empurrei ele com o cotovelo.

— Desculpa, amor. —voltou a me abraçar, e distribuiu beijinhos pelo meu rosto até chegar na minha boca.

Me derreti no mesmo momento em que ele me chamou de amor. Gustavo e eu não nos chamávamos assim, não era um costume nosso, até mesmo para não confundir as coisas e nem o estado de relacionamento que estamos.

Porém eu gosto quando ele me chama assim, por mais que não aconteça com tanta frequência, eu não reclamo e nem o impeço.

— Vai ficar mesmo brava comigo? —perguntou contra os meus lábios.— hein, Ana Flávia?

Sorri negando a cabeça e foi o suficiente para Gustavo me beijar. Um beijo calmo e cheio de sensações boas, que nos incentivava a ficar cada vez mais na nossa bolha particular. Não sei como, as permanecer aqui deitada com o Gu me pareceu uma ideia maravilhosa.

(ɪᴍ)ᴘᴇʀғᴇɪᴛᴏs, ᴍɪᴏᴛᴇʟᴀWhere stories live. Discover now