𝖕𝖑𝖆𝖓𝖔𝖘

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Como é bom te olhar nos olhos

Planejar o futuro, planejar os nossos

Sem pensar nos próximos episódios.

DEPOIS.

Gustavo: 

           Eu havia chegado a mais ou menos duas horas em casa. Finalizei minha agenda fazendo um último show em Peruíbe, que ficava bem pertinho daqui, então eu vim dirigindo mesmo.

Eu estava exausto. Havia começado a trabalhar na quinta feira e hoje já é domingo, ou seja, estou pedindo arrego aos quatro cantos.

De acordo com o silêncio, minha esposa ainda não tinha chegado e então fui diretamente para o quarto desfazer minha mala. 

O nosso quarto estava perfeitamente organizado, o que me fez ter cuidado na hora de separar minhas roupas, caso contrário, eu levaria um esporro da Ana Flávia. Separei tudo bonitinho e levei até a lavanderia colocando as roupas no cesto. Quando voltei no cômodo, fui direto para o banheiro pra' tomar uma ducha rápida e depois começar a fazer algo para eu e a Ana comermos. 

E assim fiz, saí do banho rapidamente e vesti um short qualquer, indo em seguida para cozinha. Ao abrir a geladeira, me deparei com absolutamente nada. 

Há quanto tempo não fazemos compras para essa casa?

— Precisamos ir ao mercado. - anotei mentalmente. - Pensa, pensa, pensa... 

Falei para mim mesmo enquanto olhava os armários atrás de pelo menos alguma massa de macarrão, mas foi em vão, não tinha nada.

Pensei em ir no mercado mas logo desisti, já que nesse horário os mercados já estavam fechados, ainda mais por ser domingo e eu estava com uma certa preguiça de pegar o carro novamente. Lembrei que o mercadinho aqui do condomínio estava sempre aberto, então corri até o quarto colocando uma blusa, calcei meus chinelos e peguei meu celular, saindo do apartamento em seguida. 

— Espera, segura o elevador pra' mim! - escutei uma voz praticamente implorar me fazendo desviar a atenção do telefone e rapidamente segurei a porta, impedindo que o elevador fechasse.

A mulher loira rapidamente acelerou os passos e entrou no elevador ofegante. As portas se fecharam e ela acionou o botão da portaria.

— Obrigada. - agradeceu enquanto revirava sua bolsa.

— De nada. - voltei a me concentrar no meu celular.

Eu e a Ana morávamos no vigésimo andar, então tecnicamente demorava um pouco até chegarmos na portaria. O silêncio consumiu o local, e eu por minha vez, não fazia questão alguma de quebra-lo.

— Espera. - escutei a moça falar mas não dei importância por achar que ela não estava falando comigo. - Você é o Gustavo Mioto?

A olhei sem querer muito confirmar, mas a minha cara meio que já entregava e ela soltou uma risada.

— Nossa, eu acabei mesmo de pedir para um dos melhores cantores de sertanejo do Brasil segurar a porta do elevador pra' mim? - cobriu as mãos com a boca abafando a risada, mas foi em vão, pois eu acabei rindo da sua reação.

— Bom, deixa o "melhor" para o Xororó, acho que ele merece mais. Mas sim, sou eu mesmo, prazer. - estendi a mão e ela apertou sorrindo.

— Posso tirar uma foto com você? Preciso compartilhar isso... - sacou o celular da bolsa.

Fiz uma pose qualquer e ela tirou algumas fotos, dizendo que iria postar no seu twitter. Rapidamente chegamos no térreo, e ela se despediu com um aceno de mão e eu apenas com um sorriso e um agradecimento, seguindo para o mercadinho do condomínio.

(ɪᴍ)ᴘᴇʀғᴇɪᴛᴏs, ᴍɪᴏᴛᴇʟᴀWhere stories live. Discover now