Disfarçar na frente da galera
Se olhar querendo beijo agora
Amizade só não vale a pena
Tô sentindo que não é de agora
ANTES.
Ana Flávia:
Pude sentir a luz do sol invadir o quarto, me fazendo despertar instantaneamente. Ainda com a vista embaçada conseguia enxergar o ambiente e perceber que ele não era nem um pouco familiar. E só em determinado momento eu me recordo da noite passada.
Fiz um show, descobri que sou corna, a dançarina do Gustavo era a amante, fugi de todo mundo, Gustavo me trouxe pra casa dele, bebemos cerveja e eu fui dormir.
Era muita coisa para raciocinar, então decidi me levantar e ir fazer minha necessidade matinal. Na pia do banheiro, haviam uma escova e uma pasta de dente nova provavelmente deixada para meu uso. Escovei os dentes e dei uma ajeitadinha no meu cabelo antes de ir ao encontro com Mioto.
— Bom dia. - desejei sem muita animação.
Quando cheguei na cozinha, Gustavo estava com uma simples regata -que não cobria absolutamente nada de seus músculos- e um short preto. Tudo bem, eu devo admitir que aquilo era extremamente atrativo mas isso não importa. Não agora. Ele notou minha presença e sorriu vindo em minha direção.
— Bom dia gata. O que eu perdi enquanto você dormia? - deixou um beijo na minha bochecha e voltou para o fogão.
Tentei conter o sorriso que queria surgir em meu rosto ao escutar sua pergunta. Essa talvez tenha sido a coisa mais doce que alguém já tenha dito pra mim, eu não sei se isso é bom ou ruim, mas era legal sentir essa sensação. Talvez eu deva saber que nem todos os homens são iguais.
— Acho que nada. - me sentei na mesa observando que ele já havia arrumado tudo pro café da manhã. Ele desligou o fogão e se virou olhando pra mim meio desapontado, colocou os ovos na mesa e se sentou.
— Quer dizer que a senhorita não sonhou?
— Eu não costumo a lembrar dos meus sonhos. Tenho muito sono e esqueço. - dei de ombros pegando uma uva.
— Tudo bem, agora estou decepcionado. - se serviu um pouco café e deu um gole em seguida.
— Prometo que da próxima vez, eu vou lembrar. - pisquei para o mesmo que sorriu dando de ombros.
Tomamos café enquanto conversávamos, logo depois, para minha sorte Gustavo tinha o número de uma das minhas assessoras -por ela ser em comum com a dele- e eu consegui ligar para avisar onde estava. Por sorte eu tinha alguns compromissos aqui em São Paulo ainda essa semana então meu pai e minha equipe ainda estavam por aqui. Obviamente preocupados pelo meu sumiço.
Conseguimos marcar um ponto de encontro para reatar aos meus compromissos, e eu iria encontra-la em alguns minutos. Fui até o quarto colocar a roupa que eu estava antes, penteei meu cabelo com um pente horroroso que Gustavo tinha no banheiro dele e voltei para cozinha.
— Gu, eu preciso ir.. - o mesmo estava lavando louça, secou as mãos e se virou para mim.
— Ainda bem... Quer dizer, uma pena Aninha. - abracei o mesmo rindo lhe dando um tapa no braço.
— Até logo, Ana Flávia. Não esqueça de mim. - se separou do abraço.
— Não esquecerei nunca.
...
Alguns meses se passaram, para ser mais precisa, dois meses desde o dia em que eu descobri toda aquela mentira e consequentemente dois meses que eu não via o Gustavo. Na verdade, eu não tinha o seu contato, mas tinha a necessidade de procurar e pedir a nossa assessora, porém coragem era algo que me faltava.
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(ɪᴍ)ᴘᴇʀғᴇɪᴛᴏs, ᴍɪᴏᴛᴇʟᴀ
ChickLitUma história de amor é realmente o suficiente para manter um casamento vivo entre duas pessoas imperfeitas? Quando uma música começa, a melodia é perfeita, a letra segue o ritmo, a voz se altera e os sentimentos escapam. Mas, a voz pode parar a qual...