𝖉𝖔𝖗𝖒𝖊 𝖏𝖚𝖓𝖙𝖔 𝖊 𝖆𝖈𝖔𝖗𝖉𝖆 𝖘𝖊𝖕𝖆𝖗𝖆𝖉𝖔

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A gente dorme junto e acorda separado

É cada um pro lado

Tá tudo bagunçado eu e você



DEPOIS.

Ana Flávia:


Voltamos a estaca zero. Acho que isso é tudo o que eu posso dizer, e acho que é a única coisa que eu tenho para dizer nesse momento.

Eu estava brava com o Gustavo, estava desconfortável com toda essa situação. Desde o dia em que eu o "flagrei" conversando a tal da Ísis, Gustavo não tocou mais no assunto e confesso que eu também não tive coragem.

Naquele dia, pela primeira vez, eu desconfiei do amor que meu marido sentia por mim. Desconfiei de quem ele era e do que ele poderia fazer comigo. Com a nossa história.

E isso resultou no nosso afastamento. Não apenas do meu lado, e sim pelo lado do Gustavo também. Acordamos, falamos o básico, vamos trabalhar e na maioria das vezes o dia termina com uma discussão nossa por algo bobo, ou pelo mesmo motivo: ciúmes.

Bufei irritada enquanto tentava arrumar a sala de estar, que parecia estar numa completa zona. Gustavo ficou até tarde ontem fazendo não sei o quê nessa sala e deixou ela de cabeça para baixo com embalagens de biscoito, refrigerante e o videogame jogado.

Advinha pra' quem sobrou a bagunça?

Isso mesmo, para mim! E sim, eu até colocaria ele para arrumar essa merda mas quando eu acordei, o mesmo já não estava mais aqui, Antonella está vindo e a casa precisa estar pelo menos organizada para chegada da minha irmã.

Era feriado em Londrina, Antonella estava sem aula e insistiu para passar uns dias aqui alegando estar com muita saudade das nossas noites juntas, e eu como uma irmã babona, deixei que ela viesse mesmo sabendo que minha agenda estaria um pouco agitada esse final de semana.

Quando acabei de arrumar a sala, eu fui para cozinha. Lavei a pequena louça e comecei a preparar um café da manhã reforçado para minha irmã.

Quer dizer, preparar é uma palavra muito forte, eu apenas coloquei alguns pães de queijo no forno, fiz um suco natural e coloquei a Nutella no centro da mesa. Um típico café para adolescentes, eu amava comer isso quando era mais nova.

Ao terminar de passar o aspirador de pó, escutei a companhia ser tocada várias vezes e presumi que fosse Antonella. Fui até a porta e abri a mesma, não deu dois segundos para minha irmã me abraçar forte.

 —Tata! Que saudade!

— Deixa de ser falsa, Antonella... -beijei sua bochecha e ela se afastou, entrando dentro do apartamento.

— Eu? Falsa? Nunca da minha parte, irmãzinha.

Coloquei sua mochila no sofá e passei meu braço por volta do seu ombro indo até a cozinha.

— Eu sei que o motivo de você ter quase implorado pra' vir, não foi apenas saudade. -semirrei os olhos e ela prendeu o riso.- Anda, desembucha!

(ɪᴍ)ᴘᴇʀғᴇɪᴛᴏs, ᴍɪᴏᴛᴇʟᴀOnde as histórias ganham vida. Descobre agora