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      Não existe uma resposta para o surgimento do Mortium, o vírus chegou de forma avassaladora e dizimou grandes centros populacionais. Mesmo com os grandes desenvolvimento científico-biológico não foi possível impedir a matança que o vírus causou. Os sete planetas do Conselho resolveram tomar uma atitude de quarentena, todos os infectados foram isolados dos livres.

      Um terço de cada planeta estava presos em câmaras impenetráveis, os contaminados apresentavam os mesmos sintomas: descontrole e insanidade. As mentes de cada criatura infectada havia sido usurpada e desde então elas agiam de forma totalmente insana e agressiva, a violência dos doentes espantou toda a comunidade. Já que o Conselho abrigava planetas de atos agressivos nulos, em meus quatro anos em Saudia nunca vi uma única agressão acontecer. Sequer grosserias eram toleradas.

       Diante de selvageria que o Mortium trazia aos habitantes que ele contaminava era necessário encontrar uma cura e uma vacina, –o Conselho via como obrigação manter todos os seus cidadãos seguros – ambos os itens procurados foram encontrados no córtex do cérebro humano. A única parte consciente cerebral. Hormônios específicos produzidos naquela região eram capazes de afastar e dizimar o vírus, mas não poderiam ser retirados sem os humanos morrerem.

    — Nunca nos passou pela mente uma invasão agressiva, nunca pensamos em invadir um planeta e agir com violência. –  falou minha restauradora saudaciana com clareza – Mas é muito óbvio que a raça humana não se doara a nós, ainda que eles saibam de nossa superioridade mental e física. São egoístas demais para isso. Uma lástima.

   — Os humanos tem um intelecto, mas não o usam, o Universo não perderá nada com sua extinção. – falei confortando o ser esguio que havia me curado.

    — Eu entendo sua indignação com a sua própria raça, você foi vítima de sua espécie. – ela me encarou com olhos estreitos característicos de seu povo. –  Você passou por muitas transformações em meu laboratório, mas seu gene ainda é humano em sua maioria. Sempre será humana, Lyra.

     — Acredite, sou grata por tudo que fez por mim, mas eu não me considero mais humana. – retruquei firmemente.

   — Mas nesta missão terá que ser o mais humana possível, você irá se infiltrar na sociedade atual e depois terá que nos trazer corpos. Só assim conseguiremos realizar os estudos necessários, infelizmente. – eu conseguia ver a tristeza no rosto de minha protetora.

     —  Desculpe-me, mas parece que está triste com o fato de invadir a Terra? – pergunto para esclarecer minhas dúvidas.

    — E estou muito triste, não queria que chegássemos a esse ponto, um incisão agressiva. – ela soltou um suspirou profundo e abaixou a cabeça dramaticamente.

       Saudacianos, tão sentimentais e piedosos, não era coincidência que eles fossem os principais a resgatar os humanos.

      — Não há motivo para tristeza, a raça humana vem se extinguindo desde o princípio. Talvez o verdadeiro objetivo desta espécie seja proporcionar a cura para seres superiores. - a minha opinião era óbvia e eu estava convicta de que este era o propósito dos humanos.

     — Ah, Lyra. – suspirou. – Lembro de quando chegou aqui, como ficou assustada com todos nós, lembra que tentou voltar tanta vezes para casa, quase desistimos de você.

     — Por favor, não me lembre disto. – aquelas palavras evocavam a burrice sem tamanho que eu havia feito nos meus primeiros dias.

    — Mas é a verdade minha querida, você queria voltar, pois amava seu lar e agora quer destruí-lo. – as palavras dela estavam começando a me desestimular. – Chegou Olivia e sairá Lyra.

EXTINÇÃO Where stories live. Discover now