17

130 22 6
                                    

O remetente da mensagem de vídeo é o Conselheiro, ou qualquer coisa que tem ocupado o corpo dele, talvez eu esteja apenas cansada como o meu parceiro de missão disse, mas e se eu não estiver errada.  Abro a mensagem de vídeo e vejo o rosto do Conselheiro no ar.

Ele está em uma sala escura, o rosto está tão abatido que eu levo um tempo para reconhecê - lo, olheiras profundas estão dispostas abaixo dos olhos e uma camada de suor brilha na pele dele, mas o mais estranho são as ações do Conselheiro ele olha para os lados o tempo todo como de estivesse sendo perseguido.

- Projeto Lyra - ele pisca muito rápido por alguns instantes - Me perdoe - ele choramiga de forma grosseira , mas sincera - Não fui eu , não fui eu ... - um uivo de dor - Tem algo de errado, projeto Lyra, tem algo muito errado, muitíssimo - ele sussurra perto da câmera - Eu não sou eu - ele olha para os dois lados esperando ver alguém - Eu não sei o que está acontecendo, mas tem algo errado. Eu nunca feriria alguém, nunca. - ele arregala os olhos e balança a cabeça -Tem algo dentro de mim, algo estranho que me obriga a falar, ele não está agora, está desligado, mas ele está. Descubra projeto Lyra, descubra o que . Não deixe ... - a mensagem acaba.

Eu estava certa, eu estou certa quanto as ações do Conselheiro não é ele quem está fazendo essas coisas, ele sempre foi bom demais para fazer isso, por isso ele era o Conselheiro.

- Felipe. - eu o chamo na escada.

- Aconteceu alguma coisa? - ele pergunta ofegante devido a corrida.

- Veja isso. - eu dou o play no vídeo ele assiste até o final - Está vendo tem algo dentro dele.

- Pode ser .

- Pode ser ? Como assim?  - essas negações dos outros me deixam irritadas.

- E se ele estiver fingindo. - ele justifica o ceticismo.

- Ele não pode está fingindo é contra lei. - respondo.

- Muitas leis foram quebradas . - ele franze a testa e dou razão a ele. - Pense comigo, ele comanda sete planetas, deve está estressado e sendo pressionado e tudo revelou o lado mau dele. Ele deve está tendo uma crise.

- Pode ser. - digo.

- E se ele estivesse mesmo sendo controlado por alguém, quem seria? - ele questiona - Todos aqui são pacíficos.

- É, talvez esteja certo.

- Você está inconformada por causa da mudança de comportamento dele, eu sei como se sente, mas entenda que nenhum ser no mundo é invulnerável. - ele põe a mão no meu ombro - Lyra, todos aqui são pacíficos porque aprenderam a ser, eles nunca passaram por nenhuma adversidade que os tornassem diferentes, mas agora com o Mortium eles estão vendo o que são as dificuldades. Se você não consegui uma cura rápido o Conselheiro não será o único a se tornar cruel.

- Qualquer um vai ser cruel.

- Sim, qualquer um. Todos vão querer assegurar a própria segurança e não vão se importar com os outros. - ele termina.

- Você tem razão. - eu concordo.

Em parte o meio faz quem nós somos, talvez ele esteja certo quanto a isso, talvez eu só preciso encontrar a cura e fazer as coisas voltarem ao normal. Vou até a Central, eu sou a comandante e tenho a obrigação de participar mais fortemente da busca pela cura, tenho uma formação científica e apesar da formação psicológica ser quase inútil aqui, vou usá - la mais frequentemente, eu passei os últimos quatro anos destinando parte de meu tempo aprendendo como funciona a mente das espécies e vou passar a usar isso.

Me despeço de Felipe que também vai voltar aos próprios estudos, ele está muito empolgado com tudo e fico feliz por ele. Embarco em cápsula e sigo o meu destino. Ainda estamos no fim da tarde a estrela mãe de nosso sistema vai se pondo devagar, Plátia tem um dia com quatro horas a mais que a Terra. Desembarco no hangar e vejo uma movimentação de evasão. Todos estão indo para casa.

EXTINÇÃO Where stories live. Discover now